sexta-feira, dezembro 22, 2023

 

Homossexuais e bençãos... Pare-se com a confusão!

 


Já leram a Declaração do Papa Francisco sobre a bênção de casais homossexuais ou outro tipo de uniões que não sejam matrimónio entre homem e mulher? Pois bem, deixo-vos o link da Arquidiocese de São Paulo, no Brasil, que esclarece tudo e sem ideias falsas e maliciosas.

https://arquisp.org.br/noticias/esclarecimento-sobre-a-declaracao-fiducia-supplicans 

Como católicos, devemos ler atentamente o que é publicado pelo Vaticano antes de darmos uma opinião. O mundo das redes sociais tem um lado bom, mas também outro mais perverso. Um deles é a disseminação de informações erradas, que são reencaminhadas vezes sem conta.

Declaração: https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_ddf_doc_20231218_fiducia-supplicans_sp.html (ainda não está traduzido para Português, fica o Espanhol)


quinta-feira, dezembro 14, 2023

 

As palavras da Mãe são para ti e para mim

Comecei a semana com algum stress. Aliás, demasiado stress. Orava, mas a minha cabeça parecia que ia explodir. No final do dia, deparei-me com estas palavras de Nossa Senhora de Guadalupe a Juanito, quando ele estava a ter um dia difícil.

“Escuta, meu filho, e procura compreender bem. O teu coração está perturbado, mas não te aflijas. Nenhum deste género de males deve ser para ti motivo de preocupação. Não estou eu aqui, que sou tua Mãe?”

Como é tão bom ter uma Mãe que nos consola e que intercede por nós junto de Jesus!


quinta-feira, dezembro 07, 2023

 

Jesus é sem-abrigo e pede a tua ajuda


Perto de mim vive, debaixo de um viaduto, um grupo de sem-abrigos. A maioria vem de países onde lhes disseram que iriam ter melhores condições de vida. Acredito que todos eles, ou quase todos, possam estar a dever muito dinheiro a máfias que os enganaram e que ameaçam as suas famílias.

Passam muito frio debaixo desse viaduto. No outro dia fui levar-lhes um cobertor. Mais do que um correu, de olhos a brilhar, para apanhar aquele único cobertor… Excetuando um português, todos os outros eram asiáticos. Um deles marcou-me em particular. Coxeava, mal se aguentando em pé. Os olhos mostravam uma tristeza de morte. Deve ter 20 e poucos anos… Nem sequer conseguiu correr para o cobertor. As pernas não deixaram.

Esta é daquelas situações em que facilmente caímos na tentação de achar que não podemos fazer nada e que o melhor é não pensar mais nisso. Mas esta não é uma atitude cristã, humana. Mesmo que não se consigamos resolver o problema das máfias, podemos dar cobertores, alertar associações e autoridades. E, como cristãos, temos o dever de orar por estas pessoas.

A oração tem muito poder. Por isso, peço-vos: orem por estes irmãos. Oremos para que eles sejam libertados deste jugo demasiado desumano… Eles são o rosto de Jesus, são Jesus a pedir ajuda… (Mt 25)

 


sexta-feira, dezembro 01, 2023

 

Ai, as preocupações da vida!


“Tomai cuidado para que os vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” Lc 21, 34 Jesus acrescenta: “Ficai atentos e rezai continuamente, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem.” Lc 21, 36

Destaco as preocupações da vida, porque a gula e a embriaguez não afetam a todos. As preocupações da vida, sim. Não há ninguém que não as tenha. E há alturas em que cai tudo em cima de nós. Jesus pede-nos confiança, abandono. Assim deve ser. Mas até o conseguirmos, pode ser necessário um longo caminho de aprendizagem, com altos e baixos.

Não apontemos o dedo a ninguém, nem acusemos ninguém de que não confia em Deus porque se preocupa demais. Ajudemos, sim, esses irmãos com mais dificuldade em fazê-lo. Só Deus sabe exatamente o que vai no coração e no inconsciente dessa pessoa. Será falta de oração e de leitura da Palavra de Deus? Será um problema de saúde mental que o impede de confiar, como é o caso da perturbação obsessivo-compulsiva? Será o trauma que viveu em criança e que ainda tem demasiadas raízes dentro dela, impedindo-a de confiar?

Seja o que for, a pessoa não vai conseguir viver sem se preocupar demais, como Jesus pede, com dedos acusadores. Mostremos o caminho de Jesus, mas sem julgar (Mt 7,1-5). 

 

sexta-feira, novembro 24, 2023

 

A Igreja tem de ser purificada...



O que nos ensina St.ª Catarina de Sena...

"Para me fazer compreender que as circunstâncias em que a Igreja se encontra são permitidas para lhe devolver todo o seu esplendor, a Verdade Suprema citou-me duas palavras que estão no santo Evangelho: «É inevitável que venham os escândalos»; e Nosso Senhor acrescentou: «contudo, ai do homem por meio do qual o escândalo vem!» (Mt 18,7). Como se dissesse: permito este tempo de perseguição para arrancar os espinhos de que a minha Esposa está rodeada, mas não permito os pensamentos pecaminosos dos homens."

Os espinhos na Igreja (que é cada um de nós) têm de ser arrancados... Mas não aproveitemos isso para escandalizar, para profanar a Palavra de Deus.

Ajuda-nos, Jesus, a perceber que a Igreja somos nós, abre-nos os olhos para percebermos até que ponto escandalizamos, até que ponto devemos ser purificados. Ámen.




domingo, novembro 19, 2023

 

Jesus dá-nos uma missão, não dá um ‘posto’


“Deixei de ir à paróquia X e de trabalhar lá, porque as homilias não são boas e porque não gosto dos padres.” Há uns tempos disseram-me isto. Fiquei a pensar: mas nós vamos à Missa e participamos no serviço de Deus por amor a Deus ou porque gostamos dos padres?

Não há paróquias perfeitas. Nada deste mundo é perfeito e tudo tem altos e baixos. Se a nossa paróquia tem problemas, não devemos abandoná-la, mas lutar por ela. Querem ouvir outras homilias? Façam-no, mas não abandonem a vossa paróquia, porque há muitas pessoas com sede de Deus. Com estes abandonos e guerrinhas não transmitimos a Palavra de Deus.

O chamamento de Deus não é um ‘posto’, mas uma missão.

domingo, novembro 12, 2023

 
E quem ajuda o padre?

 


“Não posso sequer ficar doente!” Estas palavras são de um sacerdote. Como o entendi! Também eu sinto na minha vida que não tenho sequer direito a ficar doente… Como é duro… Ser padre é cada vez mais difícil. São poucos, acumulam tarefas de gestão, andam a correr de um lado para o outro e, pior, têm de aturar fiéis que põe e dispõe como se a Igreja fosse deles…

Nós temos direito a descansar. O padre não. Nós temos direito a ter maus dias. O padre não. Nós temos direito em errar. O padre não. Etc., etc., etc. Somos tão exigentes com eles, mas também eles são de carne e osso como qualquer um de nós. Exigimos tanto e esquecemos que eles também precisam de parar para estudar, meditar, escutar Deus, descansar… 

Quem diz os padres, diz também todos os outros consagrados. Lembremos que são pessoas de carne e osso como nós. Ajudemo-los na caminhada.

Jesus, pela intercessão da Mãe, dá força e coragem a estes teus servos e amigos que são tão atacados, dentro e fora da Igreja. Ámen.

 

sábado, novembro 04, 2023

 

Não levem o Corpo de Cristo para casa!

 

Temos de ter atenção ao que se anda a fazer a Jesus! Só esta semana já ouvi duas coisas que são mesmo sacrilégio, ou seja, ofendem a Deus, são pecado capital. Primeira: levam o Corpo de Cristo para casa para O colocar em feridas. Segunda: Seguram o Corpo de Cristo e tiram fotos com o telemóvel.

Até acredito que estas pessoas tinham as melhores intenções na sua ignorância. Mas, mesmo assim, não podemos compactuar com isto. Assim como não aceitamos que façam mal ao nosso filho, também não podemos ficar calados quando se trata de Jesus.

Não podemos usar o Corpo de Cristo para qualquer coisa, por mais bonita que possa parecer aos nossos olhos imperfeitos. Quando vamos comungar devemos ter a Confissão “em dia” e receber Jesus naquele momento, levando-O apenas dentro de nós. Jamais podemos levá-lo para casa, nem que seja uma pequena partícula. Já bastam os satânicos e pessoas que vão às ditas “bruxas” e que vão à Igreja para receber Jesus para usar naquilo que não devem.

Sempre que tiverem dúvidas sobre o que se pode ou não fazer, falem com um padre. Basta ir ter com ele no final da Missa. Não vamos atrás do que diz esta ou aquela pessoa.

Convido-vos a fazer uma oração – qualquer uma – para reparação por estes ultrajes ao Santíssimo Sacramento.

 

 

domingo, outubro 22, 2023

 

 Mesmo sem comungar, era amada por Deus

 


Uma das grandes questões dentro da Igreja é quem pode ou não comungar. É importante, sem dúvida, porque Jesus disse que aquele que O tomar indevidamente será réu do Corpo e Sangue de Cristo (1 Co 11, 23-34). Mas quando se fala desta questão, devíamos lembrar-nos também de dizer: mesmo quem não comunga é amado por Deus.

Também há uns anos passei por esta situação. Não podia comungar. Dói, não é fácil, mas conhecia a Palavra de Deus e só tive de ter a humildade de aceitar. Nesse tempo – que já lá vai, graças a Deus – tive a graça de nunca me sentir abandonada por Deus. Não consigo explicar bem por palavras. Só sei que sentia que Deus me dizia que, apesar da minha queda, Ele não desistia de mim e amava-me.

Compreendo bem o que se sente quando não se pode comungar e percebi como é tão importante transmitir este amor de Deus. Mesmo quem não comunga pode ser Igreja, realizar obras em e na Igreja - mesmo que alguns ministérios não lhe sejam permitidos.

Acho que falhamos muito, enquanto Igreja, neste ponto. Apontamos o dedo, rotulamos os nossos irmãos e irmãs e impedimo-los de sentirem o amor e a misericórdia de Deus com essa atitude.

Há vidas e vidas. Imaginemos uma mulher que volta ou descobre Jesus. Vive em união de facto e tem filhos. O companheiro não quer seguir Jesus e recusa-se ao matrimónio. O que faz esta mulher? Separa-se? Se o fizer, quem mais sofre são os filhos. Há quem diga que se deve abster de ter relações sexuais. Mas isso, todos sabemos, vai levar à separação…

O que esta mulher precisa é de uma Igreja que a acolha, que ore com ela pela conversão do companheiro e que lhe diga de que forma pode ajudar em e na Igreja. Porque ela é muito amada por Jesus. Não tem que sofrer, achando que é um caso perdido e que jamais pode ser Igreja ou sentir-se filha muito amada pelo Pai.

Deixemos os rótulos, as portas fechadas! Os julgamentos cabem a Deus, que sabe o que está no coração e por que razão houve esta ou aquela queda ou por que razão uma pessoa sentiu o chamamento de Deus apenas a partir de certa idade.


quinta-feira, outubro 19, 2023

 

Amar o inimigo evita a morte de inocentes


Quando penso nestas guerras todas, que levam a atrocidades tão grandes como ataques em hospitais ou decapitação de crianças, só penso como o mundo seria muito melhor se todos aceitassem a proposta de Jesus: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" 

Mt 5, 44


sábado, outubro 14, 2023

 

Não baixemos os braços perante tanto ódio



Na escola aprendemos como nos tempos dos reis se maltratavam os escravos. Eram torturados, passavam fome, não tinham assistência médica… Ficamos escandalizados e pensamos: naquele tempo era tudo terrível. Não havia dó nem piedade.

Pois não! Mas o pior é que hoje, em pleno século XXI, quando se fala de Direitos Humanos, ainda temos grupos que decapitam e queimam crianças na maldita guerra entre Israel e Palestina. Temos pessoas a morrerem de fome e de sede, em Mariupol, na guerra da Ucrânia. Temos genocídios no Sudão, temos… Enfim, até em Portugal temos tanta desgraça…

Há quem diga: isto não vale a pena! Que se lixe, vamos todos morrer, vou manter-me aqui no meu cantinho e paciência… Pois bem, não concordo: perante tanta atrocidade é preciso dar um murro na mesa para afugentar o desânimo. Temos de arregaçar as mangas e continuar a lutar contra a maldade.

Nós, cristãos, em particular, não podemos parar de divulgar e pôr em prática os ensinamentos de Jesus. Devemos empenhar-nos ainda mais na oração, no jejum/abstinência, na oração do rosário, na adoração, na leitura da Palavra de Deus. Tal como Moisés, não podemos baixar os braços (Ex 17, 11-13), porque Jesus também não o fez.

Não se trata de uma utopia, mas da esperança cristã. A nossa oração pode salvar uma pessoa da morte eterna ou pode impedir que alguém sofra mais. O mal quer-nos desanimados, mas nós temos de nos erguer e continuar de pé em oração!

A Mãe pede para rezarmos o terço todos os dias pela paz. Se não o fazemos ainda, comecemos a fazê-lo. Inicialmente, pode parecer difícil e até aborrecido – para quem ainda não descobriu a beleza desta oração -, mas isso não deve demover essa pessoa. Continue, peça a graça de não parar, porque os nossos irmãos precisam de nós…


 

sábado, outubro 07, 2023

 

Na Igreja és tradicionalista ou progressista?



Eis a questão dos últimos tempos. Pois bem, a minha resposta é esta: sou cristã católica e acredito numa Igreja una, santa e católica (universal). Obviamente, não vou tapar o sol com a peneira: existem ideologias na Igreja desde sempre. Esta dicotomia entre tradicionalista e progressista já vem desde os tempos da Igreja primitiva (com outras designações, claro).

O problema é quando se instala a desunião, os ataques verbais a uns e outros, como se a Igreja fosse exclusivamente dos tradicionalistas ou dos progressistas.  É preciso escutar-nos uns aos outros e tentar perceber, sob ação do Espírito Santo, o que deve mudar ou manter-se na Igreja. Neste caso, não me refiro à Sua Palavra que é, obviamente, imutável. Falo antes de maneiras de expressar a fé. Uns levantam os braços, outros usam véu, uns falam em latim, outros na língua materna…  Por exemplo: para uns, a Missa tridentina é a “correta”, para outros a “incorreta”. Mas por que temos de pensar assim? Desde que haja respeito...

Vejam isto: Deus tem-me encaminhado muito para aqueles que ninguém quer e que estão afastados da Igreja. E, como qualquer pessoa, têm vidas cheias de matizes, não se ficam pelo preto ou branco. A Missa tridentina, por causa da sua formalidade (não digo isto num sentido pejorativo, note-se), não atrai quem está afastado. Não é uma questão de estar certo ou errado, apenas não se sentem acolhidos, porque desconhecem ainda muito a Palavra de Deus. Andam às apalpadelas…

Mas, para outras pessoas, esta Missa é onde se sentem realmente bem. E então? Qual é o problema? Por que não podemos todos conviver na mesma Igreja, unidos em nome de Deus? O próprio Jesus adaptava o seu discurso consoante quem O ouvia. Note-se: não mudava o que o Pai ensinava, apenas falava e agia consoante os conhecimentos e a vida de cada um.

Vem esta reflexão a propósito do sínodo que estamos a viver. Há muitos medos e expectativas sobre as principais questões que estão em cima da mesa. Medo que a Igreja deixe de seguir a Palavra de Deus, medo que nada mude, esperança em se conseguir X ou Y. Falar, expor o que nos vai na alma não é um problema e basta ler na Bíblia Atos dos Apóstolos para vermos como a Igreja já se reunia para debater certas questões (At, 15, 1-6). Exemplo disso foi a questão da circuncisão. 

Como nesse tempo, não deixemos a ideologia falar mais alto, porque somos Igreja de Deus, não somos membros de um partido político. Todos juntos unamo-nos em oração e jejum/abstinência para pedir que o Espírito Santo traga o que é melhor para a Igreja dos nossos tempos.


domingo, outubro 01, 2023

 

 

Seguir Jesus numa alegre liberdade



Hoje, de manhã, a Joana fez os seus votos perpétuos como missionária comboniana. A sua missão é no Sudão do Sul, a terra de S. Daniel Comboni. Conheci esta grande amiga no Fé e Missão, o grupo de jovens dos Missionários Combonianos. Foram tempos maravilhosos de missão, com muita dedicação, em especial, ao nosso querido Bairro do Barruncho. Um bairro de barracas, onde fiz vários amigos e onde vivi e li a Bíblia…

O sorriso deslumbrante da Joana, em toda a Eucaristia, arrepiou-me e, confesso, jorraram lágrimas de alegria. Olhando para ela, via uma mulher livre e alegre, apesar das missões em terras de guerra e de fome. A sociedade olha para os consagrados como uns “coitadinhos”, “totós”, que vão para “esta vida” porque tiveram um grande desgosto de amor. Como estão errados!

Hoje, olhando para a minha amiga, percebi algo essencial para um cristão: a liberdade (alegre) em seguir Jesus. Uma liberdade que liberta, que nos leva, mesmo no meio de muitos espinhos, a não parar de levar a Boa Nova. Como seria bom que houvesse maior aposta no discernimento de vocações para todos sentirmos esta liberdade e esta alegria que, mesmo na cruz mais pesada, nos leva a caminhar para e com Jesus.

Isto vale para os consagrados, mas também para outras vocações: seculares, matrimónio, solteiros celibatários… Peçamos ao Senhor mais trabalhadores para a messe (Mt 9, 37-38), mas, antes disso, peçamos luz para saber como podemos melhorar nesta questão do discernimento da vocação…

Oremos pelas missões, oremos pela Joana! Que Jesus a encha de bênçãos e que a Mãe a proteja sob o seu Santo Manto. Ámen.  


sábado, setembro 23, 2023

 

É urgente visitar Jesus!

 


“Todos, todos, todos.” Permitam-me voltar a esta frase do Papa Francisco. Num momento em que se fala muito de quem pode ou não comungar, penso que é importante lembrar que na Adoração Eucarística, Deus está lá à espera de “todos, todos, todos”.

Infelizmente, Jesus continua muito sozinho em todos os sacrários, mesmo não impondo quaisquer condições para O visitarmos. Quantos problemas se resolveriam, quantas cruzes se carregariam com maior facilidade se estivéssemos mais tempo com Ele… Nem todos conseguimos estar uma hora ou mais, é verdade. Não podemos esquecer, por exemplo, quem vive numa localidade longe de uma igreja. Ou quem tem filhos pequenos e uma família não crente, onde ir à missa já é uma ‘ginástica’ de todo o tamanho.

Mas, nesses casos, pode-se ficar perante uma capela online ou num local em silêncio. Podem ser apenas 5 ou 10 minutos por dia, mas é melhor do que não dar qualquer atenção a Jesus. Neste apelo do “todos, todos, todos” é preciso incluir, com urgência, a Adoração ao Santíssimo. E por que é urgente? Porque Jesus sofre por não irmos ter com Ele. Sofre por ver que tem tantas graças para nos dar e que não as vamos buscar. Graças que são para nós, para os nossos e para quem não conhecemos.

Vamos todos ter com Jesus na Eucaristia e criemos uma relação de amor e proximidade com Ele. Levemos também Jesus ao encontro das pessoas, convidando-as a estar, em silêncio, com Jesus, para sentirem o Seu Amor e Misericórdia. Podem estar afastadas da Igreja, podem ser divorciadas, casadas, solteiras, recasadas…Podem até estar no meio da miséria e dos vícios… Na Baixa de Lisboa veem-se, por vezes, mendigos e toxicodependentes a entrar na Igreja para orar. Jesus fica, com certeza, bastante feliz por ver que todos podem ir ter com Ele…

Nestes encontros vamos com certeza crescer na nossa fé e amor por Deus – independentemente dos altos e baixos – e, em vez de irmos buscar apenas graças, vamos querer também fazer-Lhe companhia e fazer reparação. Porque, no amor, é assim: queremos o bem de cada um. Deus quer o nosso bem e nós queremos o Seu bem.


 

domingo, setembro 17, 2023

 Se queremos a cura, perdoemos…


Não vou fazer comentários. Apenas vos convido a meditar a Palavra de Deus sobre o perdão, que é bem simples e direta. Quem quiser, pode partilhar o que mais o tocou.

 Livro do Eclesiástico (Ben Sira) 27,30.28,1-7

“A ira e o furor são duas coisas execráveis; só o homem pecador os nutre no coração.
Quem se vinga sofrerá a vingança do Senhor, que pedirá minuciosa conta de seus pecados.
Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas.
Um homem guarda rancor contra outro e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?
Se ele, que é um ser de carne, guarda rancor, quem lhe alcançará o perdão das suas faltas?
Lembra-te do teu fim e deixa de ter ódio; pensa na corrupção e na morte, e guarda os mandamentos.”


 

 

sábado, setembro 09, 2023


 

Quando a desgraça é a salvação


O sismo em Marrocos fez-me voltar uns anos atrás, quando houve uma catástrofe idêntica. Não me recordo do país, mas lembro-me como se fosse hoje a foto de uns escombros onde se via a mão de uma mulher a segurar o terço.

Quantos terão olhado para aquela imagem e terão questionado? “Onde está o teu Deus?” ou “Onde estás, meu Deus?” Aquela mulher era crente, ainda conseguiu agarrar o terço - ou estava a rezá-lo no momento do abalo -, mas não sobreviveu.

São histórias como esta que levam a uma crise de fé ou até ao abandono de Deus. E porquê? Porque nos habituámos, desde pequenos, a ver a fé como um escape ou como uma superstição. Não fomos habituados a viver a fé como uma relação de amor entre nós e Deus, que nos leva a amar o próximo. Devíamos aprender desde pequenos que Jesus não prometeu o fim do sofrimento nesta vida. Ele disse: “No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!” (Jo 16, 33)

Na cruz, Jesus foi visto como um desgraçado, um fracassado. Mas aquele momento de dor atroz era afinal a chave para a salvação de cada um de nós. Não foi uma derrota, mas a maior vitória.

O terço na mão daquela senhora pode mesmo ter sido a grande chave para ela e outros entrarem diretamente no Céu ou para diminuírem as suas penas no Purgatório. Pode ter sido a forma de evitar que ela sofresse ainda mais, porque, após um sismo, vêm outros problemas maiores como fome ou doenças infeciosas graves e letais.

Que Jesus nos ajude a olhar para as cruzes deste mundo com os Seus olhos, porque somos demasiado fracos - sobretudo nas grandes desgraças. E que console a dor destes nossos irmãos que perderam entes queridos e, nalguns casos, tudo o que tinham. Que dê força a quem possa estar soterrado e a todos aqueles que estão a ajudar, como bombeiros, médicos, enfermeiros, entre outros.


 

 

sábado, setembro 02, 2023

 

Recasados, divorciados e muita desinformação



Às vezes recebo mensagens no WhatsApp a criticarem o Papa Francisco por aceitar que os divorciados e os recasados podem receber a comunhão. São mensagens que dão a entender que ele faz tábua rasa das palavras de Jesus, de que quem deixa a sua mulher e casa com outra comete adultério (
Mt 19, 1-9).

Fico sempre consternada com isto, porque o Papa jamais disse isto. Uma coisa é o título sensacionalista de um jornal e a mensagem de grupos cheios de raiva, “apontadores de dedo”. Outra coisa, é o que o Papa diz e escreve.

Na encíclica Amoris Laetitia fica claro que a comunhão a divorciados e recasados é para casos muito concretos e que têm de ser discernidos entre o pároco e o casal/pessoa, ou seja, exige caminhada na Igreja. Note-se que, quando Jesus fala do adultério, também se refere, à união ilegítima (Mt 19, 1-9).

Existem situações muito graves, como casamentos forçados, alguns após violação. Não podemos cingir-nos ao nosso mundo europeu. A Igreja está viva em todos os continentes e culturas e existem situações dramáticas que são, inclusive, aceites legalmente em determinados países. Jesus é Amor e Misericórdia, não vai fechar as Suas portas as estas pessoas.

Jamais em lado algum, o Papa veio dizer que TODOS os recasados e divorciados deviam comungar. Ele não pode negar o que Cristo disse sobre adultério. Mas também neste caso, é preciso agir com Amor e Misericórdia. A pessoa, mesmo não podendo comungar, pode ajudar muito na Igreja. Estas pessoas não têm de ser excluídas, julgadas, tratadas como casos perdidos. Eles também são muito amados por Deus.

É importante ler e estudar os documentos da Igreja, indo às fontes fidedignas, como o site do Vaticano. E é preciso ter algum discernimento antes de reenviarmos alguma mensagem, porque podemos estar a partilhar mentiras. Mesmo dentro da Igreja há muitos Judas…


sexta-feira, agosto 25, 2023

 Oração de coração, sem fingimento



A Mãe alerta-nos muito para a importância da oração vinda do coração. Basta de oração vá, sem sentido, dita apenas por tradição ou medo! Que Jesus, por intercessão da Mãe, nos ajude a ter a graça da oração de coração. Ámen.

''Queridos filhos! Neste tempo de graça convido-os a rezar com o coração. Que seus corações, filhinhos, estejam voltados para o Céu em oração, para que seu coração sinta o Deus do Amor que os cura e os ama com imenso Amor. Estou com vocês para guiá-los no caminho da conversão do coração. Obrigada por terem atendido ao meu chamado." Mensagem Rainha da Paz, 25 agosto 2023

segunda-feira, agosto 21, 2023

O que me falta dar a Jesus?

 


O jovem rico do Evangelho de hoje (Mt 19, 16-22) cumpria todos os mandamentos. Mas, segundo Jesus, faltava-lhe desapegar-se da sua riqueza, distribuí-la pelos mais pobres e seguir Jesus.

E a mim? E a ti? O que falta para termos a vida eterna? Esta questão é central para todos nós. Devíamos passar mais tempo em oração e adoração, com momentos de silêncio, para percebermos o que não estamos a dar a Deus. Muitos de nós somos chamados a algo mais. A deixar a nossa vida rotineira e a seguir Jesus. Como? Só escutando Jesus iremos perceber…

 

Ajuda-nos, Jesus, a saber onde erramos, o que temos de aperfeiçoar, o que temos de manter e o que temos de aceitar para Te seguir. Não permitas que as nossas ideias e sonhos – mesmo que bonitos e bons – nos impeçam de ver aquilo que nos pedes. Ajuda-nos a aceitar as mudanças, por mais duras e radicais que sejam. Ámen. 


terça-feira, agosto 15, 2023

 

Sim, protegemos e respeitámos Jesus!

 


“Está aqui Jesus!”, dizia uma coordenadora de um grupo de peregrinos espanhóis. Naquele momento, os muitos jovens pararam e ajoelharam-se no chão de terra batida, com pedras. Isto aconteceu na JMJ, mais precisamente no setor C, onde fui ministra da comunhão (eventual).

Esta foi a reação dos peregrinos quando cheguei ao meu local onde iria distribuir Jesus. Foi arrepiante ver aqueles jovens a terem o máximo de respeito por Jesus! Aquele chão tinha pedras, terra que facilmente virava um monte de lama, mas eles não quiseram saber disso. Estava ali Jesus.

O mesmo respeito senti dos muitos, de diferentes nacionalidades, que foram ter comigo para comungar. O mesmo respeito vi quando cheguei de madrugada à tenda da Eucaristia, onde estavam pessoas em adoração, mesmo estando Jesus dentro de píxides protegidas por caixas – sempre com uma vela acesa e uma planta. Enquanto lá estive houve sempre alguém em adoração.

Aquelas caixas não ficaram bonitas nas fotos, mas protegeram Jesus do vento e do pó. E se havia muito pó na zona de Loures… Não havia relva como no setor A. Quis partilhar isto para mostrar que as caixas apenas quiseram proteger as píxides onde estava Jesus. Tem havido uma certa polémica por causa destas caixas, mas que fique bem claro que houve respeito, amor e muita preocupação em manter Jesus bem guardado contra qualquer percalço.

Poderia ter havido outra solução? Pois, talvez. Mas o mais importante é não se usar estas caixas como desculpa para andarmos de costas voltadas dentro da Igreja. As pessoas têm direito em não se sentir bem com esta solução, mas não digam que desrespeitámos Jesus. Se têm outra solução, partilhem. Não haverá outra JMJ em Portugal, mas os próximos países vão gostar de receber sugestões. Que reine a paz entre todos nós!



terça-feira, agosto 08, 2023

 Sintamos a alegria de Jesus!


Mil e uma coisas têm sido ditas sobre a JMJ. Como cristã católica, penso que o mais importante é focar-me, para já, nalguns pontos essenciais. Começo pela ALEGRIA. É tempo de deixar aquele semblante muito sério, que nos leva, muitas vezes, a sair da Missa como se tivéssemos estado numa reunião de trabalho obrigatória.

Obviamente, se estamos doentes ou se perdemos um ente querido não nos vai dar vontade de cantar e dançar. Mas, mesmo nessas situações, podemos mostrar aos outros que a dor não nos irá impedir de voltar a sorrir, porque tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8, 28) e a meta é a Vida Eterna. Aliás, o apóstolo diz-nos: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” Fl 4, 4

Abrir as portas a TODOS. O apelo do Papa tem sido interpretado consoante a fé ou a descrença de cada um. Mas penso que nos quis alertar para o exemplo que Jesus nos deixou. Mesmo sendo contra a prostituição, não deixou de tratar a mulher adúltera como ser humano que é muito amado pelo Pai. Com esse gesto de aceitação, de abrir as portas – e sem deixar de mostrar o que achava do seu erro – conseguiu que aquela mulher se sentisse amada. Quando nos sentimos amados, mais facilmente vamos perceber o que há de menos correto na nossa vida.

Ir às PERIFERIAS. O Papa insiste muito neste ponto e com razão. Temos de deixar os nossos confortos e ir ao encontro dos outros, sujando muitas vezes as mãos. E estas periferias não são somente aqueles que vivem afastados de Deus. São também os da Igreja e que “arrefeceram” o seu amor por Deus ou que acham que têm “um posto”.

ADORAÇÃO. Francisco alertou para a necessidade de se ir ao sacrário e de se escutar Deus. Quantas vezes o fazemos? E quando o fazemos, com que amor? Escutamos Jesus, fazendo silêncio, ou apenas recitamos várias orações – às vezes sem nos ouvirmos a nós próprios -, saindo com a sensação de dever cumprido?

DEUS AMA-NOS. Mesmo com muitas imperfeições, é preciso mostrar – sobretudo aos jovens – que Deus os ama. Sem mostrar este amor, os jovens – e os mais velhos – vão cair e ficar no chão, sem se levantarem. Se não nos sentirmos amados, não vamos conseguir ter o ânimo suficiente para lutar por uma vida que vá mais ao encontro da Palavra de Deus.

Estas são algumas reflexões. Muitas outras existem. Convido-vos a partilharem as vossas. 😊


quarta-feira, agosto 02, 2023

 "Há arrepios de alegria no ar!"


A frase é de uma amiga, a Luísa. E resume aquilo que vivi ontem na Missa de Abertura. Além da graça de ser, pela primeira vez, ministra da comunhão (eventual), e de ter Jesus nas minhas mãos para dar aos outros, respirei muita alegria. No meio da multidão só se viam jovens a sorrir, a cantar, a dançar. Esta é a Igreja de Deus!


domingo, julho 30, 2023

 

A JMJ não é apenas uma guerra de milhões de euros…

 


Uma das coisas mais venenosas dos nossos tempos é olhar para a realidade apenas de um determinado ponto de vista. É como ter uma moeda e só ver uma das faces. Muitas têm sido as críticas aos gastos com a vinda do Papa. Pessoalmente, concordo que haja custos que não se justificam, numa altura em que tantas pessoas passam sérias dificuldades na vida. Mas o Papa é culpado disto? O Papa não manda nos governos dos países.

Além disso, parte dos custos são para recuperar a zona do Parque Tejo, um espaço que vai ficar para usufruto futuro da população. Entre outras obras que surgiram com a desculpa da vinda do Papa… Podem perguntar: mas tinham que o recuperar agora, quando há famílias que têm de optar entre ter um teto e comida? Concordo, deviam ter investido antes o dinheiro nessas famílias. Mas, mais uma vez, pergunto: que culpa tem o Papa?

Um dos momentos-chave deste evento é a visita do Papa ao Bairro da Serafina, numa zona onde ainda há pessoas sem saneamento básico. A Igreja escolheu este ponto da cidade para mostrar esta miséria. É um grito da Igreja para ver se, finalmente, alguém olha para estes nossos irmãos. A paróquia local criou alguns projetos de apoio, mas, obviamente, não tem poder para fazer muito mais, a não ser mais este grito de ajuda.  

Esta ida ao Serafina é a outra face da moeda. Acresce a alegria e a paz que estes jovens, do mundo inteiro, vêm trazer ao país. Vai haver apertos, sacrifícios, rotinas alteradas, mas vamos ver jovens empenhados num presente e num futuro melhor, a conviverem cara a cara, sem estarem apenas agarrados aos ecrãs, isolados no seu canto.

Sendo o dinheiro de todos os contribuintes, concordo que haja escrutínio. Mas resumir a Jornada às questões financeiras é muito redutor, até para o não crente. Além disso, temos que ter cuidado com a hipocrisia. Muitos dos que se mostram incomodados com os gastos deste evento, estiveram calados quando se investiu milhões em estádios de futebol para o Europeu…

 

quinta-feira, julho 27, 2023

 

Ama-nos e conduz-nos à conversão

 


Nesta Mensagem, de 25 de julho deste mês, a Mãe fala de algo que me toca particularmente. Primeiro, ama-nos e, por conseguinte, conduz-nos à conversão para também sermos testemunhas. Quantos de nós nos afastamos muitas vezes de Deus simplesmente porque não nos sentimos amados, mas condenados… Ajudai-nos, Mãe, a amar em vez de julgar, porque só assim o nosso próximo saberá que, apesar dos erros, Deus mantém-se à espera de braços abertos para o perdoar e para lhe mostrar o quanto é amado por Deus.  

 

Queridos filhos! Neste tempo de graça, no qual o Altíssimo me envia a vocês, para amá-los e conduzi-los no caminho da conversão, ofereçam suas orações e sacrifícios por todos aqueles que estão distantes e que não conheceram o amor de Deus. Vocês, filhinhos, sejam testemunhas de amor e de paz para todos os corações sem paz. Obrigada por terem atendido ao meu chamado. 

https://www.medjugorje.ws/pt/


sábado, julho 15, 2023

 

O muçulmano também é nosso irmão

 


Recebi um vídeo, via WhatsApp, em que se fala dos muçulmanos como se fossem o diabo. É muito triste, porque Jesus não faz aceção de pessoas (At 10, 34). Mesmo nos grandes erros, condena o erro e jamais hostiliza a pessoa, também filha de Deus.

Convivo há várias anos com muçulmanos, ou não vivesse numa localidade onde há uma mesquita. Sou amiga de alguns. Todos eles são contra o fundamentalismo que leva a matar em nome de Alá. São pessoas que ajudam muitas pessoas. Não merecem ser consideradas “terroristas” ou “ocupadores da nossa região para nos colonizarem”.

Entre os cristãos, católicos ou protestantes, também há pessoas fundamentalistas. Hoje não se fala em matar, como no tempo da Inquisição, mas mata-se no sentido de se condenar e de se discriminar os outros que são “os pecadores”. Sabem o que me lembra isto? Os fariseus, os que se achavam perfeitos e únicos detentores do direito à salvação. Jesus mostrou-se mais triste e chateado com eles do que com a mulher prostituta ou com o cobrador de impostos que roubava dinheiro. Porquê? Porque os primeiros tinham o dever de conhecer a Palavra de Amor e de Perdão. Os segundos não A conheciam.

Não nos deixemos contaminar por alas de extrema-direita – até podia ser extrema-esquerda, são extremismos e basta -  que querem insurgir-se dentro da Igreja, armados em donos da verdade como faziam os fariseus. A estes irmãos em Cristo temos o dever de lhes mostrar que Jesus não faz aceção de pessoas e que ama cada uma delas, mesmo aqueles que não O querem.

Em vez de vídeos cheios de ódio – logo um sinal de que não são de Deus -, devíamos divulgar que a comunidade ismaelita (muçulmana) está a ajudar nas Jornadas Mundiais da Juventude, indo inclusive disponibilizar espaço para os jovens. Mais um exemplo de como nem todos são “terroristas”…


sábado, julho 08, 2023

 

Quando se faz luz na outra Igreja…
 

“Há uma senhora na minha comunidade que era católica e ia regularmente à igreja, mas conta que ouvia as homilias e não percebia praticamente nada. Além disso, diz que agora se sente mais acolhida (…), faz verdadeiramente parte de uma família.” In Sete Margens

Estas palavras são de um pastor evangélico. Penso que a Igreja Católica devia refletir sobre isto. Esta senhora representa muitas outras que, durante anos foram à Missa, sem nunca conseguirem sentir-se Igreja. Um dia vão a uma Igreja Evangélica e faz-se luz… As razões poderão ser as mais variadas, obviamente.

Pessoalmente, penso que o que atrai mais as pessoas é isto: ambiente mais caloroso e acolhedor, por ser mais informal, partilha de emoções, oração espontânea, deixando o Espírito Santo soprar onde quer, cânticos mais alegres e formação mais simples sobre a Palavra de Deus.

Mas isto não existe na Igreja Católica? Sim, existe, mas nem todos o sabem. Há muitos grupos de oração que acolhem as pessoas, que as escutam, que são autênticas famílias e que dão formação sobre a Palavra de Deus.

São grupos cheios do Espírito Santo que tocam as pessoas e que as levam a ter uma vida de maior proximidade e intimidade, na oração, com Deus.

Então, por que os desconhecem? Na minha opinião, o problema tem raízes há demasiados anos. Muitos católicos – eu, incluída – fomos educados a ir à Missa ao domingo, a fazer promessas de vez em quando, a ir a Fátima uma vez por ano e a rezar uma ou outra oração nas aflições.

Atualmente, há muitos grupos de oração na Igreja Católica e esta realidade está a mudar, graças a Deus. Cada vez mais se vai, porque se quer e para se ter uma vida realmente comprometida com Deus. Mas, mesmo assim, ainda existem muitos resquícios desta maneira light de se viver a fé. É preciso evangelizar também dentro da própria casa…

Não digo isto para se ganhar fiéis e ficarmos com uma imagem bonitinha nas estatísticas. Não! Digo-o, porque, apesar de ter o máximo de respeito por outros credos, gostaria muito que estes irmãos pudessem beber da fonte maravilhosa que é o Corpo e Sangue de Cristo na Eucaristia. Também gostaria muito que se sentissem acolhidos no colo da Mãe, que não adoramos, mas veneramos e amamos.

Manda, Senhor, o Santo Espírito sobre todos nós! Ámen.