Obediência no
sofrimento
Nesta Quaresma há uma palavra
que me tem tocado de forma mais especial: obediência. Primeiramente, nas minhas
orações, pensava: Meu Deus, onde estou a falhar? A que regras/indicações não
estou a obedecer?
Ontem, na Adoração ao
Santíssimo, antes da Missa, a palavra voltou: obediência. Voltei a questionar
Deus: onde estou a falhar? Eis que na Missa, na II Leitura, veio a resposta: “Apesar
de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.” (Hb 5, 8)
De facto, ando muito
exausta nos últimos tempos e um passado recente ainda está a ser digerido…
Ainda estou em processo de cura. Isso leva-me a refilar mais durante o dia. A
obediência que Deus me pede, e que pede a todos nós, não se cinge a
regras/preceitos. A mais importante – e a mais difícil – é a obediência no
sofrimento.
É muito duro aceitar
certas cruzes. A cabeça parece explodir perante certos desafios/barreiras… Até
podemos entregar essas dores pela salvação das almas, em ato de reparação, mas,
bem no fundo, continuamos a não aceitar essa cruz. E com isso sofremos mais,
fazemos sofrer quem está à nossa volta e o nosso testemunho como cristão vai
por água abaixo, porque nos tornamos ‘azedos’.
Ninguém está livre do
sofrimento. Nem Jesus se livrou… “Agora a minha alma está perturbada. E que hei
de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta
hora.” (Jo 12, 27)
Ajudai-nos, Jesus, a
obedecer no sofrimento. Ajuda-nos a lutar para sair desse momento difícil, mas
enquanto não saímos, dai-nos força para não alimentarmos aquele ‘azedume’ que afasta
tantos irmãos de Ti… Ámen.