Novamente
a disciplina de Cidadania…
A famosa
disciplina de Cidadania e Desenvolvimento tem gerado muita controvérsia e está
de novo na ribalta por causa do livro “Identidade e Família”. Não vou tecer
considerações sobre a obra, porque ainda não a li, mas, como mãe, gostaria de
partilhar o que ‘faço’ com essa disciplina.
Quer se
queira, quer não, a disciplina é obrigatória e aborda questões que provocam
algum mal-estar junto dos cristãos. Pessoalmente, acho que se deveria conhecer
melhor os conteúdos. Nem sequer existe um livro, apenas temáticas...
Da experiência
que tenho com o meu filho, ainda não tive qualquer problema. As temáticas têm
girado em torno da saúde ambiental, saúde mental, saúde e bem-estar, respeito
pelos imigrantes e pela multiculturalidade, prevenção do bullying, violência
doméstica/namoro… Os temas mais polémicos, como sexualidade/educação sexual e ideologia
de género, apenas serão falados mais tarde – o meu filho tem 11 anos.
Como
cristã católica, o que posso fazer? Pois bem, pessoalmente, acho que o ideal é …
falar com os filhos abertamente e dizer aquilo em que acreditam. No caso
específico da ideologia de género, que é o tema mais controverso, desde sempre
lhe disse que nascemos homens e mulheres e que isso é ciência. E homem e mulher
são seres humanos complementares. Um não é melhor que outro. Precisamos de
ambos, nomeadamente para nascerem mais pessoas…
Quanto a
quem se vê ou se sente não-binário (não acredita na divisão homem-mulher), o
que procuro transmitir ao meu filho é o respeito pelo próximo. Mesmo considerando
que não faz sentido acabar com a visão homem-mulher, temos de olhar para o
outro que se sente não-binário como sendo um ser humano como eu. E alguns
sofrem muito com a discriminação…
Mas
também lhe digo que não se pode deixar intimidar pelos grupos que maltratam e
desrespeitam aqueles que não aceitam a ideologia de género. Se eles são livres
de ser não-binários, ele é livre de ser binário.
Com
diálogo, com escuta e com respeito é possível convivermos todos uns com os
outros. Nós, mais velhos – e sobretudo se somos cristãos – temos de educar no
amor e no respeito pela diferença, mesmo que essa diferença não nos agrade. Não
é com condenações e com proibições. Dizer a verdade de Deus, mas nunca apontando
o dedo.
Acredito,
sinceramente, que se devia aceitar as coisas boas desta disciplina – a violência
no namoro é muito elevada, assim como o bullying – e, em relação ao resto, sejamos
pais e mães. Falemos, escutemos os filhos e promovamos o amor ao próximo, mesmo
quando o outro tem uma posição muito contrária. Com brigas não vamos com certeza levar
as novas gerações a verem como a dicotomia homem-mulher não é algo negativo…