E, tu, que não caíste desta vez, não julgues (Mt 7, 1-5) e ajuda esse irmão em Cristo a levantar-se!
quarta-feira, dezembro 14, 2011
E, tu, que não caíste desta vez, não julgues (Mt 7, 1-5) e ajuda esse irmão em Cristo a levantar-se!
terça-feira, outubro 11, 2011
O telefone tocou. Uma amiga perguntou-me por um retiro que se ia realizar no fim-de-semana. Até aí nada de especial. O problema é que, após esta conversa inicial, ela disse-me: “Ouvi dizer que estás a viver com alguém.” Disse-lhe que não era verdade, que era um mal-entendido.
Nada de extraordinário até aqui. Coisas que acontecem. O problema veio de seguida, quando ela me diz:”Ainda bem. Pensei que já não te conhecia. Pensei que tinhas dito totalmente Não a Deus”.
Admito que estas palavras me caíram que nem pedras. E das bem pesadas. Como já disse perdoo a pessoa e compreendo a reacção dela, tendo em conta a sua vivência. Mas é importante meditar nesta palavras e ver onde é que nós – sim, eu e tu que estás a ler! - também lançamos julgamentos, que são autênticas pedras.
Para um cristão, a união de facto não é o caminho mais recto. Mas quem somos nós para dizer que a pessoa que não celebrou o Matrimónio é totalmente contra Deus? Antes de mais, não sabemos por que razão a pessoa vive em união de facto. Há tantas situações complicadas nesta vida … E algumas estão bem dentro da Igreja …
Não estou a dizer que a união de facto é o caminho mais correcto. Estou simplesmente a dizer que não podemos julgar os outros, principalmente por um único acto. Naquele momento imaginei-me perante um tribunal que me acusava por uma única situação, esquecendo-se de todos os actos de amor que já tive e continuo a ter. E pensei: “Deus é Pai. Não é assim. Como somos tantas vezes farisaicos!”
Penso que esta meditação é, sobretudo, para nós que vivemos em Igreja (no sentido de comunidade, não interessa agora se é católica, evangélica, etc.). Conhecemos os mandamentos de Jesus, mas será que fazemos como os fariseus e nos esquecemos que esses mandamentos são amor?
Sermos cristãos, sermos Igreja, não deve fazer de nós uns ditadores e uns juízes de chicote na mão! Ver o que está errado não implica julgamento. Jesus não julgava e não era por isso que não deixava de mostrar o que estava certo e errado.
Este assunto é muito sério! Olhemos à nossa volta e vejamos a quantidade de pessoas que continuam em caminhos perdidos, na profunda solidão e depressão, porque não têm uma mão que os apoie sem julgar! Há quem se suicide! E, infelizmente, sabem que não estou a exagerar … Basta abrir os olhos, principalmente os do coração e os da sabedoria de Deus, para vermos como estas palavras são verdade …
Oração:
Ensinai-nos, Jesus, a não julgar! Sabes que acabaremos por o fazer … Somos imperfeitos. Mas, pelo menos, não tornemos esta nossa atitude um hábito incorrigível, por causa daquela mania farisaica de que só nós nos salvaremos … Uma mania que continua a perdurar ao fim de tantos séculos … Ámen.
segunda-feira, setembro 12, 2011
Esta ou aquela obra de amor e perdão fazem-No sorrir, ficar mais feliz por nos ver a caminhar para a santidade e para a felicidade já aqui. Isso é verdade. Mas também é verdade que Ele nos ama, simplesmente nos ama.
Quantas vezes se pensa nisto? Quantas vezes andamos a correr, a tentar acumular “pilhas” de obras e não as enchemos do verdadeiro amor?
sábado, setembro 03, 2011
(Lc 23, 43)
Nunca desistas de seguir Cristo e de O levar aos outros. Podes nunca ver os frutos neste mundo, mas isso não é o mais importante. Olha para o bom ladrão à beira da morte ... Para conseguir a Vida Eterna bastaram aquelas palavras de arrependimento, de aceitação da sua culpa, de amor para com Jesus, a quem reconheceu como Deus. Com este exemplo, Jesus grita-nos: «Não desistam! Olhem para o exemplo deste vosso imão!»
quinta-feira, agosto 25, 2011
"Eu vim para que tenham vida e vida em abudância" Jo 10, 10
Já me referi a esta passagem muitas vezes, mas hei-de estar sempre a aprender mais e mais sobre o que Jesus nos quer dizer com estas palavras. Como repararam, estive algum tempo sem escrever. Foram semanas de mudanças na vida, de reencontros, de reflexão, de descobertas ...
A vida dá muitas voltas e o puzzle da nossa vida pode desfazer-se quando achamos que já o temos quase completo. Aliás, o erro começa logo por aí. Acharmos que o puzzle já está quase completo e que as peças-chave já não vão ser mudadas.
Sinto que nos últimos tempos tenho deixado de lado esta vida em abundância, dada gratuitamente por quem é a Vida, Jesus. E porquê? Não me dei conta do que estava a acontecer? Nalguns momentos, sim. Mas preferia ficar sentada à beira-mar e sentir uma segurança falsa. Não queria dar o passo para, aos poucos, ir descobrindo a beleza da imensidão desta vida em abundância.
Ali ficava sem me mexer, achando que estava a ser mal agradecida e que Deus já me tinha dado as peças-chave do puzzle. Mas, a verdade, é que Cristo me continuava a relembrar esta passagem bíblica. E questionava-me sobre a razão desta Sua insistência.
Neste momento, voltei a ter esta vida em abundância. Reaprendi que, para a termos, é preciso quebrar os nós que nos acorrentam e nos tornam infelizes. Também é necessário não ter medo da queda e das feridas provocadas pelos nós. De facto, caímos, magoamo-nos, choramos ... Mas Jesus enxuga-nos essas lágrimas e, no meio da escuridão, agarra-nos a mão, levanta-nos, limpa-nos as feridas, sorri-nos e diz-nos: “Não penses que isto acaba aqui. Há muito para viver!”.
E foi assim que, no meio da escuridão, Jesus me mostrou um outro caminho, bem mais luminoso e que me permitiu voltar a ter vida em abundância. Como costumo dizer: Está tudo negro? Espera, fala com Jesus, confia Nele. Pode levar muito tempo, mas no tempo certo, Ele mostra-te o caminho a seguir. E no meio dos ziguezages, descobres que, de facto, é mesmo o tempo certo. Esta vida em abundância que já vivo ainda está no início, mas sei que me vai levar a mais e mais vida. E que veio na hora que tinha que vir, para, desta vez, dar realmente frutos.
terça-feira, agosto 02, 2011

Nem sempre fazemos a escolha certa. Devido à nossa fragilidade escolhemos entrar por atalhos que nos impedem de ser quem realmente somos. Isto leva-nos a uma insatisfação permanente. A mulher [adúltera, salva da lapidação por Jesus] também errou. Errou e habituou-se aos gritos de condenação, tornou-se o próprio erro! Quando isto acontece deixamos de ser quem realmente somos.
Mas o encontro com Jesus fez com que ela visse quem era. Os erros tinham-na ofuscado e fizeram-na esquecer que é filha de Deus. Connosco também acontece o mesmo ... De vez em quando optamos por caminhos que escondem a nossa luz. Não perdoamos, não crescemos, somos uma caricatura qualquer vestida de sombras …
Mas todos temos o direito de descobrir o amor de Deus. Tal como aquela mulher, temos o direito de nos levantar e, aos olhos de Jesus, assumir os nossos erros e a luz que há em nós.
Nunca permita que a sua luz se apague! Deus não desistiu de si! Hoje é o dia de retomar o caminho de Jesus!
quinta-feira, julho 28, 2011

Muitos de vocês já leram o artigo da Maria José Nogueira Pinto, mas volto a relembrá-lo aqui. Para quem não é português, este texto é de uma deputada que morreu, há umas semanas, com cancro no pâncreas. Antes de partir para o Pai deixou-nos um belo testemunho de vida.
Estas passagens foram as que mais me marcaram e que, neste momento, me soam bem cá dentro. Não consigo ver com muita clareza, mas sei que, com Cristo, nada me faltará (Sl 23) e que «todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus» (Rm 8,28).
«Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.»
«Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.»
«Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro [cancro]»
«Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.»
sexta-feira, junho 24, 2011

Logo pela manhã recebo uma SMS. Era um menino do meu grupo de catequese. Tinha dúvidas sobre o anti-Cristo. Expliquei-lhe que era quem se opunha a Cristo e que fazia tudo por tudo para afastar os outros do caminhos de Deus.
Volta-me a enviar uma SMS. Dizia: "Mas o anti-Cristo não é o filho de satanás?" Expliquei que ao se ser contra Cristo já se é filho de satanás. Disse-lhe que satanás tem muitos filhos que espalham as suas ideias.
Até aqui nada mal. Teve uma dúvida e, como costumo dizer, toca a deitar as dúvidas todas cá para fora, porque assim é que descobrimos Cristo.
O pior foi o que levou este meu menino a fazer-me esta pergunta. Uns simples desenhos animados que dão na famosa Fox (não sei o nome). Já não bastava os desenhos que transmitem a ideia de que a violência é que deve imperar, que só vencemos se formos fortes e se derrubarmos os outros, que podemos vencer se fizermos uma feitiçaria e, agora, também se tem de levar com desenhos animados a falarem de satanás e do seu filho, que é o anti-Cristo.
Isto fez-me lembrar esta exortação:
"Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o diabo, como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar." 1 Pe 5, 8
Pais e todos os que têm de olhar por crianças e jovens prestem atenção ao que os vosso filhos vêem na televisão. Ajudem-nos a compreender o que está errado no que estão a ver na TV.
Não é fácil, mas lembrem-se destas palavras de Jesus:
"Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jo 16, 33
Oração:
Paizinho, em nome de Jesus, que o Espírito Santo seja derramado abundantemente em todos aqueles que vêem estes desenhos animados. Como crianças e jovens dificilmente têm noção do que estão a ver. Ajudai também os seus pais e todos os que os acompanham, para que lhes possam mostrar que só Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Olha também por quem se entrega ao que não é Teu, mas do Mal. Amén.
sábado, junho 11, 2011

‘Nos últimos dias, diz o Senhor,
o meu Espírito sobre toda a criatura.
Os vossos filhos e as vossas filhas hão-de profetizar;
os vossos jovens terão visões,
e os vossos velhos terão sonhos.
Certamente, sobre os meus servos
e as minhas servas
derramarei o meu Espírito, nesses dias,
e eles hão-de profetizar. “Act 2, 14-18 ou Jl 3, 1-5
Os discípulos estavam reunidos no Cenáculo em oração. Estavam confusos. Já não sabiam o que pensar. Não conseguiam compreender bem o que Jesus lhes tinha dito. A sua vida estava como que parada. Não sabiam o que fazer, como sair daquela situação. Viviam fugidos, apavorados com o presente e o futuro.
Mas continuavam a orar, apesar de não verem nada, a não ser obstáculos, obstáculos ... E naquela oração aconteceu o que Jesus lhes havia prometido: enviou o Espírito Santo. Um Espírito de Amor, Paz, Fortaleza …
E o que aconteceu?
Deixaram de ter medo, passaram a compreender o que Jesus lhes havia dito e o que Jesus lhes pedia para a Sua vida, ou seja, qual era a sua vocação. Precisavam do Espírito Santo para realmente verem, escutarem, falarem, agirem conforme a Palavra . Enfrentaram perseguições, o gozo dos outros, doenças, a morte dos amigos por serem apenas cristãos … Mas o medo e o desânimo já não os oprimia. Entregavam tudo para a maior glória do Pai. Quando o medo queria voltar, oravam e pediam para que Jesus enviasse o Espírito Santo para a maior glória do Pai.
E o que temos a ver com isto?
Tudo! Somos homens e mulheres como eles eram. Temos medo, receios, o desânimo ataca-nos muitas vezes. As perseguições, o sofrimento, a doença são muitas vezes uma tormenta. Então sigamos o seu exemplo e continuemos a orar – mesmo sem nada ver – e peçamos o Espírito Santo. Para que, tal como os discípulos, nos tornemos apóstolos e vivamos a vida em abundância que Cristo nos quer dar ( Cfr. Jo 10, 10). Para que, tal como a eles, o Espírito Santo nos ilumine e nos fortaleça quando o medo quer voltar e quando as preocupações querem ocupar o centro da nossa vida, que deve ser guardado apenas para Cristo.
sábado, maio 28, 2011

quinta-feira, maio 05, 2011
Estava na Adoração ao Santíssimo e lembrei-me como esta oração, que hoje em dia é essencial na minha vida, começou de uma maneira … bem (não consigo arranjar adjectivo) …
Ainda não conhecia bem Jesus, andava numa fase de descoberta. Fui a um encontro de jovens e há um momento em que nos dirigimos para a capela para a Adoração ao Santíssimo.
Cheguei lá e Jesus estava Exposto. Todas as pessoas olhavam para o altar. Eu olhava e pensava: «Mas por que razão hão-de estar a olhar tão fixamente para ali? Nem sequer há ali uma imagem!» Rezei e resolvi olhar para a janela. Mas intrigava-me o facto de haver tanta reverência e amor, perante o que eu dizia ser «um enfeite no altar, com uma coisa branca lá dentro».
É verdade. Na minha ingenuidade chamei “coisa” a Jesus. Quando me explicaram, fiquei atónita e só pensava no que Lhe tinha chamado. Mas, apesar da palavra que tinha utilizado, sentia que Jesus me acolhia de braços abertos e que – posso mesmo dizê-lo – sorria perante a minha ingenuidade e ignorância.
Este episódio marcou-me de maneira especial, porque passei a viver Jesus na Eucaristia. É maravilhoso ver como Ele se torna tão pequeno e tão frágil, levado por qualquer pessoa, só para estar connosco até ao fim dos tempos, como prometeu. (Cfr Mt 28, 20)
Em pequena tinha vivido uma religiosidade de ritos e Deus era visto como o castigador e Aquele a quem recorremos para pedir alguma coisa. Mas, após, este equívoco comecei a abrir-me ainda mais a Jesus e a perceber que Ele não era assim.
Na altura não me apercebi logo, mas hoje vejo que naquele encontro, tão confuso, Jesus me deu uma bênção muito especial. Fez-me abrir as portas do meu coração para Ele e ofereceu-me o primeiro passo numa longa caminhada que me tem levado a amar cada vez mais estes momentos junto de Si, presente na Hóstia Consagrada.
Não descobri logo como é bom estar ali, como diziam Pedro, Tiago e João (Jo 1,4), mas Jesus foi moldando o meu coração e preparou-me para estar cada vez mais à vontade perante Ele.
Hoje não dispenso este momento com Jesus. Ali fico, sem dizer nada ou falando do que surgir na altura. O que realmente me faz sentir bem é estar ali na Sua presença, fazendo-Lhe companhia e partilhando o que surgir na mente e no coração.
Não tenham medo de não se sentirem à vontade perante a Adoração ao Santíssimo. Que isso não vos leve a não ir ter com Jesus. Vão! Fiquem! Se for necessário, estejam apenas 5 minutos. Ou então espreitem e saiam. Acreditem que Jesus vos está a ver e que, perante a vossa dificuldade, vos vai dar a mão e vos vai ajudar a ver como é tão bom estar com Ele. :)
sábado, abril 30, 2011

Do Diário de Santa Faustina sobre as graças deste domingo, concebidas pela Confissão e Comunhão na Santa Missa. O beato João Paulo II ajudou muito na divulgação de Jesus Misercordioso:
"Em determinado momento ouvi estas palavras: Minha filha, fala a todo o mundo da Minha inconcebível misericórdia. Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia.
A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará.
Tudo o que existe saiu das entranhas da Minha misericórdia. Toda alma contemplará em relação a Mim, por toda a eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A Festa da Misericórdia saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da Minha misericórdia.” (D. 699)
“Desejo conceder indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a Santa Comunhão na Festa da Minha misericórdia.” (D. 1109)
quinta-feira, abril 21, 2011
E, claro, lembra-te sempre desta grande lição:
"Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros." Jo 13, 34-35

sexta-feira, abril 01, 2011

Estou, assim, bem aconchegada nos Vossos braços, Jesus e Mãezinha! Sinto o calor do Vosso amor! A paz de Cristo é tão boa, tão pura, tão verdadeira! Lembro-me de Pedro, Tiago e João e, como eles, apetece-me dizer: “Mestre, como é bom estarmos aqui!” (Mc 9, 2-10)
Envolta nos Vossos braços, este silêncio interior, vai-me acalmando o cansaço, a revolta, a dor pelas injustiças, os meus medos, a minha ansiedade … Como é bom ir buscar forças aos Vossos Corações! Como é bom acolher, orar e meditar a Tua Palavra meu Deus! Nestes momentos saem da minha boca aquelas palavras de Pedro: “Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna!”. (Jo 6, 68)
Neste silêncio e contemplação vais-me moldando, através da Palavra, para ver os meus erros, os meus vícios, a minha falta de amor, o que faço de melhor … Nestes momentos penso, Jesus, como é bom olhar para mim e para os outros através dos Teus olhos. Vejo tudo muito mais claro, tanto as coisas duras como as mais belas e simples que passam tantas vezes despercebidas.
Na Tua Palavra vejo a realidade, mas também vejo a Tua Misericórdia e Amor, que me consola e me dá força para continuar a caminhar! E penso: Como era vazia a minha vida quando Te punha em segundo/terceiro/quarto plano … A mania de querer seguir outros caminhos só me levava a sofrer! A mania de que só eu é que sabia da minha vida e que Tu existias apenas para mostrar uma moral, uma atitude diferente …
Quão iludida andava fora do Teu caminho, mesmo que, inicialmente, os outros caminhos/deuses trouxessem uma felicidade efémera. Tão efémera que não me saciava e que me levava a querer mais e mais de uma felicidade falsa, que se baseava no que conseguia, no que podia, no que os outros pensavam, na minha capacidade de caminhar só …
Até que caí do cavalo, como Paulo (Act 22,6-11), e vi como estava cega. Vi como via Deus apenas como mais alguém na minha vida, a quem recorria para reivindicar o que eu achava que era melhor … E, de preferência, através de sacrifícios e orações ditas sem sentido …
E no encontro Contigo vi como Tu és a fonte de água viva, como caminhas comigo, como me repreendes pelo mal que fiz, como me perdoas, como me consolas, como me fazes sorrir quando já me esqueci que me Dás vida e vida em abundância … (Jo10, 10)
Resta-me dizer-Te: “Muito obrigada por me teres tirado as escamas dos olhos, para ver a Tua Luz, Jesus! E, obrigada, Mãezinha, por teres rezado tanto por mim. Como forma de vos agradecer, ajuda outros irmãos a terem um encontro onde podem dizer, como Maria Madalena: “Eu vi o Senhor!”. Jo 20, 11-18
domingo, março 27, 2011

terça-feira, março 15, 2011

A confusão em dias de greve de transportes é enorme. O autocarro estava a abarrotar e éramos autênticas «sardinhas em lata». Um senhor, que ia ao meu lado, tombou e desmaiou. Lá conseguimos sentar o senhor e chamar a ambulância. O autocarro parou e ajudamo-lo a sair e a sentar-se no banco da paragem.
O problema é que ninguém quis ficar com o senhor. Fiquei atónita. Estávamos todos atrasados, mas aquele senhor estava mal! Não tinha ninguém ali! Acabei por sair do autocarro e ficar à espera da ambulância. Vim a saber que o senhor tem um tumor na garganta, piorou nos últimos tempos e vai ser operado para a próxima semana.
Este episódio fez-me pensar nestas questões e que podem servir de mote para esta Quaresma:
- A quem é que não dou esta atenção, desprezando o próximo, ou seja, Jesus? Não é falsa modéstia da minha parte, acreditem. Todos nós erramos quando se trata de nos doarmos aos outros. E as maiores faltas são muitas vezes com aqueles que estão mais próximos de nós e que exigem uma maior entrega, noites mal dormidas, mais paciência … É bom pensar nisto, porque onde achamos que nunca vamos errar, é quando, por vezes, erramos mais …
- Jesus diz: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Lc 11,13 Será que O pedimos todos os dias e várias vezes ao dia, principalmente nas situações de maior tentação?
- Independentemente de sermos crentes ou não, para aonde caminhamos como sociedade, se continuamos a agir apenas em função de nós, sem pensarmos nos outros?
Apesar de tudo, tal como Jesus, tiremos o bem do mal e pensemos neste episódio como uma forma de melhorarmos a nossa caminhada quaresmal. Rezemos por situações como esta, pensemos nos momentos em que não nos conseguimos doar aos outros e os desprezamos (desprezando, portanto, Jesus) e oremos por este senhor que tanto precisa da nossa oração.
E não nos esqueçamos do que é ser cristão: “"Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."
Jo 13, 34-35
sexta-feira, março 11, 2011
1. Ao receber a “quadragésima.com” o blogger deve reflectir na sua relação com Deus e descobrir uma frase bíblica que a defina
1.1- só se admitem frases retiradas, com citação, da Bíblia;
1.2- as frases devem ser o mais curtas possíveis;
Assim, a Fa do Partilhas em Fá Menor convidou-me para a frente “Adão”, e eu convido o Confessio XXI a dar-lhe continuidade.
Obrigado por aceitares a "quadragésima.com". As frases:
“E tu, quem dizes que Eu sou?” Mc 8, 28 - Confessionário dum padre
Frente Adão
Frente Adão
quinta-feira, março 03, 2011

“Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição.” (Mt 6,24-34)
Qual é o segredo? Foram os minutos (poucos) que passei com Jesus Exposto, numa capelinha perto do meu emprego. Como foi bom estar com Ele! Simplesmente estar. Sem grandes conversas ou mesmo sem conversas. Estava ali com Ele a louvá-Lo e a deixar-me embalar pelo Seu olhar e pelo Seu convite:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.” (Mt 11, 28)
“Entrega todas as tuas preocupações ao Senhor; Ele tomará conta de ti.” (Sl 54, 23)
E, no final, lembrei-me das palavras da irmã Maria José no último retiro de silêncio: “Independentemente do que se sinta na oração, os seus frutos vão ver-se, sobretudo, no nosso dia-a-dia.” É verdade. A beleza da oração, ou seja das palavras que dizemos, do silêncio que fazemos para O escutar, vivem-se no meio do mundo, onde impera o ruído e a agitação.
Pode parecer estranho ser assim: sentir a paz interior no meio do barulho. Mas, não nos esqueçamos que Ele sabe do que precisamos. Ele sabe que para enfrentar tudo nesta vida e para caminharmos com Ele, precisamos, antes de mais, de paz.
“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou.” (Jo 14, 27)
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Era hora de ponta. O Metro estava cheio e, como é habitual, a maioria das pessoas tem um ar cansado, pesaroso, próprio de quem trabalhou durante várias horas e tem de ir para casa trabalhar ainda mais. Cada uma daquelas pessoas tem um a história de vida, muito própria. E se há vidas bem difíceis …
No meio da correria e de tentar chegar depressa ao autocarro, um senhor toca, sem se aperceber (garanto-vos), com a mochila numa pessoa. Essa pessoa reage de imediato e começa a chamar nomes ao senhor, dizendo que o que ele merecia era um bom empurrão.
A cena pode parecer banal e normal. Aos olhos da sociedade em que vivemos, assim o é de facto. Mas e aos olhos de Deus? Como cristão, o que achas que Jesus faria naquele momento?
De certeza que olharia a pessoa com mais calma e perceberia que não reparou no que havia acontecido. Pensaria que foi só um toque, sem maldade, de um irmão cansado e com pressa para apanhar outro meio de transporte.
Deus está nas pequenas coisas. O senhor não se apercebeu de nada, mas Jesus viu tudo. Se somos mesmo seus amigos, não queremos que Ele se sinta mal com estas atitudes. Se O amamos de verdade, temos de olhar o mundo com os Seus olhos. Naquele momento, quem refilou só conseguiu duas coisas: enervar-se e perder a oportunidade de orar por aquela pessoa.
Não é fácil, mas vamos pedir a Jesus a graça de nos tirar as escamas dos olhos, para vermos melhor o nosso irmão e para perdoarmos como dizemos no Pai-Nosso, que rezamos, muitas vezes, a correr.
«Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido …»
Oração:
Jesus, dá-nos a paz e a serenidade do Teu coração e do Teu olhar. Ajuda-nos a perdoar em todas as situações. Ajuda-nos a ver-Te nos outros, em qualquer circunstância, pois Tu também estás nestes momentos mais banais da nossa vida. Nestes momentos em que, em vez de refilarmos, podemos orar, ajudando o irmão e aumentando o nosso Amor por Ti. Na certeza de que nos vais ajudar, agradeço-Te esta graça que já nos estás a dar. Amén.
sexta-feira, janeiro 21, 2011

«O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se.
A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!» Se retirares da tua vida toda a opressão, o gesto ameaçador e o falar ofensivo, se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na tua escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia.
O Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis. Reconstruirás ruínas antigas, levantarás sobre antigas fundações. Serás chamado: «Reparador de brechas, restaurador de casas em ruínas.» Is 58, 6-12
sexta-feira, janeiro 07, 2011

Estava de joelhos e senti que alguém se ajoelhou ao meu lado. Continuei a minha oração de silêncio e contemplação, mas aquela pessoa ao meu lado fez-me desconcentrar. Suspirava, mas de uma forma muito angustiante. Olhei para o meu lado e vejo um senhor muito pobre, com um ar terrível de sofrimento. Um olhar que, ao mesmo tempo, transparecia uma grande fé e amor. Não sei explicar bem por palavras, mas ele olhava com uma ternura tão grande para Jesus …
Começou a ficar agitado e parecia que estava a sentir-se mal. Perguntei-lhe se precisava de ajuda. Disse-me que era habitual o que estava a sentir e que só precisava de apanhar ar. Agradeceu-me a atenção e saiu.
Cá fora estava muito frio, mas ele continuou ali à entrada da Igreja. Aquela situação fez-me muita confusão e acabei por sair, para ver como o senhor estava. Disse-me que a falta de ar se devia a sequelas de uma Hepatite C que tinha contraído há uns anos. Perguntei-lhe se estava a ser acompanhado e disse-me que sim. Nem todas as noites tinha onde dormir, mas já estava na lista de espera de um abrigo e havia pessoas que o ajudavam.
Não lhe quis fazer mais perguntas, por uma questão de privacidade, mas o senhor começou a contar-me que estava naquela situação por ter feito escolhas erradas. Falei-lhe da Misericórdia e do Amor de Cristo e dos Seus braços abertos para nos receber a qualquer momento. Ele disse-me que acreditava muito em Cristo e sabia que, se estava a recuperar, era graças a Jesus, que lhe dava forças para se levantar.
Já vi muitas pessoas a prometerem que se vão levantar. Umas acabam por fazê-lo, outras não, outras ainda não o fizeram. Neste caso, senti que este senhor está de facto a levantar-se e acredito que vai consegui-lo.
Mas, para isso, ele precisa de muita oração. Peço-vos para rezarem por ele. Entreguemo-lo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria. Basta uma súplica, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria … Seja qual for a oração, lembremos estas palavras de Jesus:
“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”
Mt 18,30