domingo, agosto 30, 2020

 

Não olhar apenas para os problemas...


“Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.Mt 16, 24 Nem sempre consegui compreender estas palavras de Jesus. Mas com os anos, e após muito sofrimento, entendi o que é isto de carregar a cruz e seguir Jesus.

Enquanto olhei apenas para os problemas, questionando vezes sem conta por que razão tinha de acontecer isto ou aquilo, nunca consegui ter paz. Mas, após muita oração, meditação e aprofundamento da Palavra de Deus e partilha com irmãos e irmãs na fé, percebi que a postura não pode ser essa.

Jesus é nosso modelo. Sempre! O que Ele fazia perante o sofrimento? Perdia tempo a questionar por que razão aquilo acontecia? Não. Refugiava-se na oração, continuava a amar e a ajudar os outros, dava força a quem estava fragilizado, entregava o Seu sofrimento – sendo o maior o que passou na cruz – para a salvação de cada um de nós... Sem execção. Ele morreu também pelo maior dos pecadores...

Quer queiramos quer não, o sofrimento é uma realidade neste mundo imperfeito. Lutar contra esta verdade de forma cega aumenta os nossos problemas e fragiliza-nos, tira-nos as poucas forças que já temos. Mas se aceitarmos a cruz e entregarmos cada pena e dor pela nossa conversão e a dos outros – mesmo quando procuramos a solução -, tudo será mais fácil. Mais: esta entrega deve ser para completar as chagas de Cristo (Cfr. Cl 1, 24) e para reparar os males cometidos contra o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Com isto, a dor provocada por uma doença vai diminuir? Se calhar não, mas vamos com certeza ter mais paz interior, a paz de Jesus, que nos vai dar outra força e outra alegria. E, o mais importante, é que sei com toda a certeza – mesmo quando não sinto nada – que Jesus e Maria me dão a mão em cada segundo de vida, ajudando-me a seguir em frente, a caminho da Vida Eterna, a verdadeira Vida.

 

PS: Falo aqui do sofrimento que inevitavelmente surge na vida  e que não pode ser logo resolvido – ou nunca o poderá ser - e não de uma atitude sadomasoquista, de infligir sofrimentos a nós próprios só para chamarmos a atenção dos outros. E, claro, devemos procurar a solução para o que nos leva a sofrer, mas, enquanto não o conseguirmos, sigamos o exemplo de Jesus.

quarta-feira, agosto 19, 2020

 

E se estivermos mais longe de Deus do que aqueles que se dizem ateus? 



A Palavra de Deus é clara: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.” (Cfr. Jo 3, 1-8) Mas o que é nascer de novo, do Alto? E quem precisa de nascer de novo? Estas questões têm-me ajudado na minha caminhada cristã. Chega a altura em que é preciso pedir a Jesus para nos tirar as escamas dos olhos e, com humildade e com plena confiança no amor e misericórdia de Jesus, pedir-Lhe para nos ajudar a deitar fora o homem/mulher velho (a) que há em nós.

A Palavra diz-nos que os mornos serão vomitados (Cfr. Ap 3, 16), mas infelizmente, muitas vezes somos nós esses mornos, que até vamos à Missa, ao Grupo de Oração, mas acabando sempre por sufocar a imagem de Deus em casa, no trabalho, entre amigos e vizinhos. 

Vou deixar, abaixo, links de pregações do carmelita Frei Gilson, que nos mostra, entre outras coisas, as características dos homens/mulheres cristãos, de Igreja, que são mornos. Vale a pena ouvir e meditar, assim como o que diz o Papa sobre santidade no mundo de hoje. Exemplos dessas características:

 - Participa no culto, mas em casa ou no trabalho impera a impaciência, a ira, a soberba, etc.

- Tem conhecimento de Deus, mas muito superficial. Não estuda a Palavra e apenas aceita algumas passagens. Adota inclusive valores contrários, misturando-os com os de Deus.

- Foge do trabalho na comunidade, reza apenas o essencial e sem ser de coração e preza muito a aparência e o “cargo” que tem na Igreja.

E, com humildade, se percebermos que somos mornos, o que vamos fazer? Desesperar? Jamais! Sem vergonha, coloquemos os nossos defeitos nas mãos de Jesus e peçamos para fazer de nós homens/mulheres novos. E relembremos, meditemos e ponhamos em práticas as Bem-Aventuranças (Mt 5, 1-12), que nos vão ajudar a ser mais cristãos e mais anunciadores da Palavra de Deus, quer seja em palavras e/ou obras. Recordemos que as Bem-Aventuranças passam, entre outras atitudes, pela pobreza de espírito – relativizar tudo e todos e evitar a idolatria -; mansidão; pureza de coração; misericórdia, fome e sede de justiça...

Pregações do Frei Gilson: 

https://www.youtube.com/watch?v=DVf4uDMLX3o 

https://www.youtube.com/watch?v=DVf4uDMLX3o&list=RDDVf4uDMLX3o&start_radio=1&t=656

Gaudete et Exsultate – Sobre a chamada à Santidade no mundo atual (Papa Francisco)

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20180319_gaudete-et-exsultate.html

sexta-feira, agosto 14, 2020

 

Deus quer fazer uma obra nova em nós! Mas será que O deixamos?



“Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, não penseis mais no passado, pois vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais?
Vou abrir um caminho no deserto e fazer correr rios na estepe.Is 43, 18-19

 E se a vida não avança apenas por continuarmos agarrados ao passado, à falta de perdão aos outros, a nós próprios, a Deus? Dar um passo à frente nem sempre é fácil e pode inclusive implicar muitas mudanças. Mas a Deus tudo é possível (Mt 19, 26)

 Entreguemos assim nas mãos de Deus tudo aquilo que teima em nos incomodar e nos impede de ver a obra nova que Ele já está a fazer em nós. E sejamos felizes, tendo vida e vida em abundância (Jo 10,10).



segunda-feira, agosto 03, 2020


No meio da tribulação, Jesus “estende logo a mão”…




“Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou.” Mt 14, 22-36

Maravilhoso és Tu, meu único Deus! Mesmo quando perdemos a fé, Tu estendes logo a mão. Não esperas, agarra-nos de imediato... Perante um Amor tão perfeito, tão puro, resta-me pedir-Te: Aumentai a nossa fé, ajuda-nos a recordar que Tu nunca nos abandonas e que é precisamente nos momentos de maior fragilidade que agarras ainda com mais força a nossa mão. Ámen.