Que o Natal seja mais o amor e a paz de Jesus do que o consumismo vazio deste mundo!
sábado, dezembro 22, 2018
segunda-feira, dezembro 17, 2018
“Não vos inquieteis com coisa alguma”: Eis o segredo da alegria em Jesus
Ontem
cheguei à Missa a sentir-me triste, angustiada, esgotada… Mal entrei na Igreja
disse a Jesus: “Hoje estou assim. Sei que é o Domingo da Alegria, mas não consigo
senti-la, apesar de ter tanto para te agradecer…” E ali fiquei no meu cantinho,
tentando saborear aquele momento de descanso em Jesus…
E,
na 2.ª Leitura, lá estava este Jesus maravilhoso a sorrir e a dizer-me: “Alegrai-vos
sempre no Senhor. (…) Não vos inquieteis com coisa
alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos a Deus,
com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que está acima de
toda a inteligência, guardará os vossos corações e os pensamentos em Cristo
Jesus.” (Fl 4, 4-7)
Foi
aí que percebi. Para me alegrar preciso de NÃO ME INQUIETAR COM COISA ALGUMA. Se
já pedi a Jesus, se acredito – e acredito mesmo – que Ele me vai mostrar a
melhor forma de lidar com os problemas na vida, porque me continuo a inquietar?
Não
basta pedir e louvar a Deus. Tenho
também que parar de sentir o peso de tudo o que está à minha volta, principalmente
nos momentos em que ando esgotada e com muito trabalho. Porque é muito fácil,
no meio da correria do trabalho e das dificuldades, deixar-me levar pela corrente
da inquietação. Muitas vezes faço-o de forma inconsciente, mas a verdade é que
essa corrente só me vai conduzir ao abismo. Essa corrente só me vai afastar da
alegria de Jesus, da paz de Jesus. Aquela alegria e paz que sentimos mesmo
quando tudo cai à nossa volta.
Peço
assim a Jesus que me agarre e que me puxe dessa corrente, para que eu não deixe
sufocar o Espírito Santo e para que possa, nos momentos bons e maus, ser o
rosto de Cristo junto do meu próximo.
sexta-feira, dezembro 07, 2018
Quão puros são os nossos gestos de amor?
Ajudamos o próximo porque amamos a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos ou porque assim nos sentimos
melhores pessoas?
Será que o nosso gesto de amor é apenas para
encher o nosso ego?
Quem me chamou a atenção para isto foi uma
irmã, missionária em África durante muitos anos. Ela dizia que, muitas vezes,
principalmente no início da nossa caminhada em Cristo, temos tendência a sentir
demasiado orgulho do bem que fazemos, como se o talento não fosse dado por
Deus.
Desde aquelas palavras comecei a pensar no
que fazia. E é verdade: não é por mal, mas cai-se facilmente na tentação de nos
acharmos ‘boas pessoas’. Ao longo dos anos fui-me apercebendo desta tendência
tão humana – no pior sentido da palavra.
Mas, como ela me ensinou, é preciso aceitar
que somos assim, imperfeitos, e entregar a Jesus esta nossa tendência, para que
Ele nos molde como barro e nos permita alcançar aquele amor que se dá sem
querer que a mão esquerda veja o que fez a direita. (Cf. Mt 6, 1-4)
Além disso, estes podem muito bem ser os
primeiros passos de uma entrega cada vez maior a Deus e ao próximo. Por isso,
não nos sintamos derrotados ou demasiado tristes se verificarmos que estamos
nessa fase e peçamos o Espírito Santo a Jesus para que o nosso amor seja cada
vez mais puro. Para que possamos ser cada vez mais o rosto de Jesus neste
mundo, onde a solidão – mesmo no meio de uma multidão – é cada vez mais uma
realidade.
domingo, dezembro 02, 2018
Uma carta a um sem-abrigo… Um pedido de oração por quem vive à margem
Ali estavas a um canto
de uma rua agitada, onde várias pessoas passavam cheias de sacos de compras. Eu
própria ia no meu caminho, a pensar no que tinha que fazer, sem reparar em ti.
Até que o meu filho me diz: “Mãe, está ali um senhor pobre. É sem-abrigo, não
é?”. Foi aí que olhei para ti…
Estávamos a entrar no
supermercado e disse ao meu filho que iríamos comprar alguma coisa para te dar.
Quando me aproximei apercebi-me do teu olhar vazio, sem esperança, triste. Quando
nos viste – principalmente ao meu filho – vi como os teus olhos brilharam. Percebi
o quão importante foi veres uma criança a aproximar-se de ti para te entregar
um saco.
Lembrei-me dos tempos
dos Missionários Combonianos, quando passei uma semana com a Comunidade Vida e
Paz. Tantos como tu andam por aí, ao desnorte. Porque sofrem de doença mental e
já não sabem viver em comunidade – alguns são ex-combatentes que sofrem de
stress pós-traumático – ou porque perderam tudo num azar da vida ou então
porque cometeram erros demasiado graves que os levaram à rua…
Não interessa o que aconteceu.
Naquele momento só queria duas coisas: deixar-te uma mensagem de esperança e
mostrar ao meu filho que não basta dar um saco, mas também sorrir, dizer uma
palavra sempre que possível … Lembra-te do que te disse: “Não desistas! Disseste-me
que és um homem de fé, então agarra-te a essa fé, porque Jesus nunca te
abandona.”
Nunca mais te vi, não
sei onde andas. Só te posso ajudar com oração, por isso entrego a tua história
a todos os que me leem, para que a luz da oração te possa guiar. Acredito que
cada pedido te vai fortalecer, para que não desistas. Mesmo que tenhas cometido
muitos erros, Jesus está de braços abertos, porque, como Ele disse, “não
são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim
chamar os justos, mas os pecadores”. Mc 2, 17
domingo, novembro 25, 2018
"Irmã, eu não posso morrer sem ter pedido ao meu pai que me perdoe"
Partilho esta história da Madre Teresa de Calcutá. Meditando sobre as palavras que se seguem, peço a Jesus a graça de saber pedir perdão e de saber recebê-lo todos os dias, para que na hora da morte não tenha de esperar...
"Foi tão importante termos aberto uma casa para receber os doentes com sida, em Nova Iorque. Nunca mais houve um que morresse de tristeza!
Há dias, uma das irmãs telefonou-me para me contar que um dos jovens estava moribundo; mas, por estranho que pareça, não conseguia morrer. Ela perguntou-lhe então: "O que se passa?" E ele respondeu: "Irmã, eu não posso morrer sem ter pedido ao meu pai que me perdoe."
Então, a irmã pôs-se em campo e descobriu onde se encontrava o pai. Quando lhe telefonou, aconteceu uma coisa extraordinária. O pai abraçou o filho e exclamou: "Meu filho! Meu filho muito querido!" E o filho suplicou ao pai: "Perdoe-me! Perdoe-me!" Ficaram assim muito tempo, abraçados. Horas depois, o jovem morria.
Quando percebemos que somos todos pecadores e que todos precisamos de perdão, torna-se fácil para nós perdoar os outros."
in Rádio Renascença, https://rr.sapo.pt/noticia/62594/dez-historias-da-vida-de-madre-teresa-de-calcuta
domingo, novembro 18, 2018
Jesus, pegaste-me ao colo naquele acidente… Obrigada!
No
colo de Jesus, assustada, em pânico. Mas no colo de Jesus… Foi assim que me
senti na passada sexta-feira, à noite. Em segundos, o carro
capotou e ficou pronto para ir para a sucata. Como ficamos em parte
atravessados na estrada, só pedia a Jesus que viesse ajuda, porque o barulho
dos carros a passarem a alta velocidade, a passarem por cima dos destroços, era
assustador. E se viesse um carro para cima de nós?
Entrei
em pânico, apesar de o socorro ter sido rápido. Telefonei a uma amiga que orou
comigo. O medo era intenso, a respiração acelerou, mas Jesus continuava a
aninhar-me no seu colo. Permitiu que a minha amiga atendesse o telefone,
mostrou-me no meio da confusão e sem óculos a medalha com a imagem da Mãe e dos
3 Pastorinhos, deixou-me ver onde tinha o comprimido para o pânico, enviou dois
paramédicos da Cruz Vermelha de Aveiras que foram autênticos anjos …
E,
mais importante, Jesus colocou no meu coração uma grande certeza: “Ainda não
chegou a hora. Preciso de ti para cuidares do teu filho e para as missões, às
quais tanto queres voltar.” Esta certeza – que não se explica, sente-se –
fortaleceu-me. Quem me via de certeza que achava que não me sentia forte… Mas bem
lá dentro, esta certeza ajudou-me a respirar mais calmamente e a cooperar com
os paramédicos.
No
final, eu e mais duas pessoas saímos com hematomas, mas sem nada partido. Como? Humanamente não se
explica. Mas ainda não era a hora, porque essa, como diz a Liturgia de hoje, só
Deus sabe… (Cfr. Mc 13, 24-32)
Resta-me
agradecer o dom da vida de nós os três e digerir o que aconteceu, relembrando
sempre que, mesmo no meio do pânico, Jesus nos pega ao colo… Tal qual um bebé
que chora sem parar quando tem cólicas que não passam nem com remédio ou
massagens, mas que se sente mais confiante se estiver no colo da mãe ou do pai…
Oração:
Jesus,
ajuda-nos a saber que, mesmo quando não parece, Tu estás sempre lá. Seja a
nossa hora, ou não, saibamos nesse momento dizer-Te “Amo-Te, meu Deus, mesmo
quando tudo se desmorona à nossa volta”. Ámen.
quarta-feira, novembro 14, 2018
“Amei-te com um amor
eterno. Por isso, dilatei a misericórdia para contigo.” (Jr 31, 3)
Estas palavras
saltaram-me à vista numa brochura da “Palavra de Vida” do Movimento dos
Focolares, que estava numa mesa à entrada da Igreja. Naquele momento lembrei-me
do tempo em que andei por outros caminhos, fora do amor de Jesus e de como
ainda agora, todos os dias, digo como S. Paulo: “pois não é o que quero que
pratico, mas o que eu odeio é que faço” Rm 7, 15.
Indo pelo caminho nos
meus pensamentos sobre o que faço menos bem, lembrei-me do meu filho de 6 anos.
O que faço quando ele se porta mal? Corrijo-o, mas nunca o deixo de amar,
aliás, o meu amor por ele nunca para de aumentar a cada dia que passa. Deus é
assim: ama-nos com um amor eterno. Por isso dilata a Sua misericórdia para
connosco.
Não acho que devamos
abusar desse amor e misericórdia. Mas acho que devemos lembrar-nos todos os
dias, em todos os momentos, que temos este Deus maravilhoso que nos ama muito e
que está sempre de braços abertos para nos receber de novo.
Porque,
como Ele nos diz, “mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão
brancos como a neve” Is 1, 18.
quarta-feira, outubro 17, 2018
“Fazer mal entre o cálice e a hóstia”:
Não acreditemos em tudo o que nos dizem!
O que nos ensinam em criança sobre
Deus pode marcar-nos durante muito tempo ou até para sempre se não viermos a
conhecer a Palavra de Deus. Lembro-me que desde muito pequena me ensinaram que “entre
o cálice e a hóstia” – era esta a expressão que utilizavam – se podia pedir
para fazer mal a alguém. E não havia grandes hipóteses de “levantar esse mal” –
mais uma vez a expressão que utilizavam.
Durante anos vivi aterrorizada com
esta ideia e, como estava afastada da Igreja, acabei por acreditar. Admito que
havia algo que para mim não fazia sentido. Se é Jesus que está ali, como se
podia fazer mal? – perguntei-me a mim própria várias vezes.
Obviamente que esta crença é falsa.
Como Jesus disse: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a
bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o
meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo:
«Bebei dele, todos. Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai
ser derramado por muitos, para perdão dos pecados.” Mt 26, 26-28
O mal nada pode contra Jesus! Pelo
contrário, “fostes resgatados da vossa vã
maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis,
prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo”. 1 Pd 1, 18-19
Como esta há outras crenças sem nexo,
como não se poder rezar em determinadas horas ou dias santos ou não se pode
errar nem uma palavra no Credo… Quem me ensinou tudo isto não o fez por mal,
mas, de facto, o melhor é olhar para tudo segundo a Palavra de Deus, porque “toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para
ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e esteja preparado para toda a obra boa”. 2Tm 3, 17
Peço-Te,
Jesus, que ilumines cada um de nós para que nos livremos de crenças falsas que
nos podem afastar do Teu Amor e Misericórdia! Inunda com o Teu Preciosíssimo
Sangue todos nós que precisamos de nos libertar de ideias falsas para que
possamos ser testemunhas fiéis do Teu grande amor neste mundo tão cheio de
sofrimento… Ámen.
terça-feira, outubro 02, 2018
Nunca
sabemos se foi a última conversa…
Nunca
sabemos quando é a última vez que voltamos a ver a pessoa neste mundo tão
imperfeito e é bem verdade. Por isso todas as conversas deviam acabar bem, em
paz, com um sorriso.
O
Rui deixou-nos ontem. Conhecia-o apenas das festas de aniversário de dois
amigos, mas era inevitável não perceber a bondade que existia no coração do
Rui.
Em
mais uma festa, há pouco mais de 1 mês, conversámos muito sobre a sua doença,
sobre o cansaço psicológico que acarreta toda a doença crónica e debilitante.
Falámos muito de resiliência e, entre piadas, dizíamos que quando caímos temos
que obrigatoriamente que nos levantar de seguida, por mais difícil que seja.
Quando
me despedi do Rui nessa festa lembro-me de lhe dizer “Força, lembra-te do cair
e levantar”. E ele, sorrindo, meteu-se comigo por causa do medo que tenho de
andar de avião. “Não custa nada!” Rimos…
Ainda
bem que foi assim. Despedimo-nos deste mundo imperfeito – haveremos de nos
encontra na Vida que Jesus nos prepara – com sorrisos e com palavras de apoio.
Afinal,
como Jesus nos diz, “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.” Mt25, 13 Por isso deveríamos despedir-nos em paz, mesmo que pelo meio tenha
havido desentendimentos… Por isso deveríamos aproveitar cada segundo para amar,
para pedir perdão e para perdoar…
Jesus, dá o descanso eterno
e merecido ao Rui e ajuda-nos, cada dia, a amar, a perdoar e a pedir perdão,
porque não sabemos o dia e a hora da partida. E que nesse dia, quando chegarmos
ao pé de Ti, sejamos aqueles que, apesar das fragilidades e erros, soubemos
aproveitar esta vida para amar (cfr. Mt 25, 31-46). Amén.
segunda-feira, setembro 24, 2018
É possível perdoar a quem te destruiu a vida?
Ainda hoje peço todos os dias para o perdoar de todo o
coração. Apesar de a minha mágoa estar mais calma, ainda há achas que precisam de
ser apagadas no meu coração para evitar que o fogo se reacenda.
Falo de quem me tratou como uma princesa e de quem me
tratou como um saco de boxe. Falo de quem me deu o mais precioso da minha vida:
o meu filho. A pessoa que tanto me deu abraços como me deixou marcas de
violência física e psicológica.
Desde o primeiro momento em que comecei a ser maltratada
pedi a Deus para me ajudar a perdoar. Já lá vão mais de 4 anos e posso dizer
que aprendi uma grande lição: perdoar é possível, mas tens de pedir essa graça
a Jesus e, muito importante, preservar todos os dias nesta intenção. E
consegue-se se falarmos abertamente com Jesus, sendo sinceros e dizendo o que
sentimos … Mesmo que esses sentimentos não sejam os mais bonitos…
Aprendi ao longo deste tempo que o perdão vai além das
palavras. Quando temos de continuar a contactar com a pessoa, os traumas dos
maus-tratos falam muitas vezes mais alto e acabamos por ver que afinal ainda
temos muito a perdoar.
Muitos se riem de Jesus por dizer “Amais os vossos
inimigos e orai pelos que vos perseguem” Mt 5, 43-44, mas Ele sabe que só assim
somos mais felizes, que só assim podemos sentir a verdadeira liberdade de
espírito. Quantas doenças, principalmente psicológicas, advêm de não aceitarmos
este pedido de Jesus…
Por isso, partilho esta oração para que eu e tu possamos
ter a humildade necessária para aceitar que Jesus arranque dos nossos corações
todas as mágoas que nos impedem de amar quem mais nos magoou.
Jesus,
sabes que ainda não perdoei de todo o coração. Eu quero fazê-lo e Tu sabes
disso, mas também tens noção que as feridas ainda estão abertas e que enquanto
não as sarar não irei conseguir perdoar de todo o coração. Por isso, peço-Te
que arranques este coração tão humano – no pior sentido da palavra – e que me
dês um novo. Que consiga ser livre no perdão. E não te esqueças de por a Tua
mão sobre quem mais me magoou, porque como Tu disseste “Pai, perdoai-lhes
porque não sabem o que fazem.” Lc 23, 34
Amén
quinta-feira, setembro 06, 2018
Deus é … Amor ou os sapatos engraxados e impecáveis?
Manter os sapatos bem limpos, mesmo em dia de
chuva, e correr para o autocarro é a principal lembrança de Bruno quando
recorda os tempos em que estudava a Bíblia. Hoje em dia, já pai, diz não ter
fé.
O Bruno foi educado como Testemunha de Jeová,
mas para este post não interessa se
se trata das Testemunhas de Jeová ou da Igreja Católica ou da Evangélica ou
qualquer outra. O que quero realçar é a lembrança principal deste homem dos
tempos em que ouvia a Palavra de Deus. Ele não se foca no amor e na misericórdia
de Deus, mas naqueles momentos de stress.
E é aí precisamente que me questiono: Que
imagem de Deus estou a passar ao meu filho? Daqui a uns anos qual será a
resposta dele quando lhe falarem de Deus? Será que dou demasiada importância
aos aspetos exteriores, deixando para trás a principal mensagem, que é o amor?
Não estou a censurar os pais do Bruno.
Acredito que estavam a dar o seu melhor. Mas, de facto, desde que sou mãe que
me questiono muitas vezes se estou a fazer o melhor para mostrar ao meu filho
quem é realmente Jesus.
Tento não apenas levá-lo à Missa – e como é
difícil. Procuro que ele fale com Jesus, agradecendo e contando o que mais o
preocupa. Leio histórias da Bíblia para Crianças ao deitar, faço a oração com
ele, acordamos com o sinal da cruz… Se damos um saco no Banco Alimentar, digo
que, além disso, devemos pedir a Jesus para ajudar todas as pessoas…
Mas esta minha dúvida continua a assolar-me…
Que imagem transmito ao meu filho? Será que estou a facilitar ou a impedir que
Ele conheça o amor maravilhoso de Jesus?
Enquanto escrevo estas frases, sou obrigada a
parar… Jesus como que sussurra, dizendo: “Faz isso e mostra-Me nas tuas obras.
Sê cada vez mais santa e não te esqueças de pedir sempre o Espírito Santo.”
Pois
é, pai e mãe, o segredo está aí: Pedir o Espírito Santo, que nunca nos será
negado (Lc 11, 13). Admito que iniciei este texto com amargura. Mas termino-o
com a certeza absoluta de que, como Santa Mónica, as orações e as lágrimas de uma mãe
– e de um pai, também – não passam despercebidas a Deus. Ele está a
escutar-nos, mas claro que temos de fazer a nossa parte, dando o exemplo
através das palavras mas, sobretudo, das obras de cada dia. Que o Espírito
Santo nos purifique e nos ilumine neste caminho!
quinta-feira, agosto 30, 2018
A mudança começa dentro de nós
“Se mudares, tudo muda.” Estas palavras
estavam escritas nuns degraus de uma escada de uma rua bem movimentada. Apesar
de ir a passo rápido, aquelas palavras ficaram-me na memória. Quantas vezes
peço a Deus para que a minha vida mude para melhor? Muitas, para não dizer
todos os dias… Mas faço alguma coisa nesse sentido? Se calhar devia colaborar
mais com Deus…
Nos últimos tempos tenho sentido muito o peso
de ser mãe e pai. Não é nada fácil. E muitas vezes dou por mim a pedir a Deus
que esta cruz seja mais fácil de carregar. Mas, ao refletir, vejo que a mudança
tem de estar, antes de mais, em mim. Apesar da dura batalha, tenho de mudar e
aceitar melhor que a realidade é esta. Devo abraçar a cruz, como Jesus. Aceitar
a Sua Vontade e aprender a ter mais paz interior – aquela que só Jesus nos pode
dar (Jo 14, 27) –, para que o caminho seja mais fácil.
Costumo sorrir, mas por dentro nem sempre o
faço. E a mudança tem de estar aí. Sorrir também por dentro, relembrando que o
mais importante é ter o maior tesouro que Jesus me deu: o meu filho. E se ele
precisa do meu apoio…
Perante Jesus resta-me dizer: Renova em mim o
dom da Fortaleza, mas também o da Sabedoria, para que possa “saborear” esta
vida que me deste e que queres que seja em abundância (Jo 10, 10) para mim e
para o meu filho. E cura-me desta dor de não ter uma família como tanto
desejei. Ámen.
terça-feira, agosto 21, 2018
E o amor verdadeiro entre homem e mulher é isto…
No
outro dia fui fazer uma reportagem a doentes ostomizados (usam um saco para as
fezes, após uma cirurgia ao intestino). Falei com um casal na casa dos 70 anos.
Com poucos apoios, a mulher era quem tratava de tudo. Exausta, a recuperar de
um esgotamento, não deixava de cuidar do marido nem um único dia.
Eles diziam-me que a vida muda radicalmente
após a cirurgia. É a muda do saco, os pensos, as idas ao hospital, os sustos, a
intimidade, a vida social… Em suma, tiveram de reaprender a viver. Apesar disso
tudo, são um casal muito feliz e unido.
Este caso tocou-me. Naquele momento
lembrei-me: Até que ponto conseguimos doar-nos assim aos outros, principalmente
quando esse outro é aquela pessoa que vive connosco 24h, durante anos?
Enfim, Jesus, ajuda-nos a amar e a glorificar
o sacramento do matrimónio! Que não haja rugas, doenças ou tentações que nos
levem a terminar com este belo amor. Afinal, “o que Deus uniu não o separe o
homem” (Mt 19, 6).
quinta-feira, julho 19, 2018
Quando o insulto e a má-língua matam ...
Bastaram umas palavras mais azedas por telefone
para que a Maria (nome fictício) tentasse o suicídio. A depressão já há muito
que convivia com ela. A vida há muito que tinha deixado de fazer sentido.
Naquele dia, bastou umas palavras mais azedas
ao telefone, para que a Maria sentisse o mundo a desmoronar-se. Dessas palavras
que supostamente não passavam de um pequeno atrito entre duas pessoas conhecidas
passou-se à tentativa de suicídio. Graças a Deus, a Maria está recuperada e
medicada e já não pensa em morrer. Bem pelo contrário, agarrou-se como nunca à
vida depois daquele dia.
Esta história bem real levou-me a pensar nas
vezes que eu já “matei”, através de palavras. Um dos mandamentos de Deus é “Não
matarás” (Ex 20, 23). Geralmente associa-se este mandamento aos homicídios e
até ao suicídio. Mas, na verdade, o matar pode ser simplesmente o insulto e a
má-língua.
Nunca sabemos como está a pessoa que estamos
a insultar. Nunca sabemos se os nossos gritos e as nossas palavras mais feias
não irão provocar um tsunami na outra
pessoa que já está demasiado fragilizada por causa das agruras da vida.
Graças a Deus, nem todas as pessoas que são
insultadas tentam o suicídio. Mas essas palavras podem provocar muitas feridas,
contribuindo para a baixa-autoestima e para a pessoa se sentir menos amada.
Eu sei, não é fácil deixar de cair neste erro.
Facilmente abrimos a boca para insultar, quer seja no trânsito caótico, nos
transportes onde não cabe mais ninguém, na fila do supermercado quando nos
passam à frente, quando nos insultam … Dar a outra face sempre foi muito
difícil …
Como se pode mudar isto? Com muita oração,
pedindo a Jesus a graça de nos contermos nas palavras. Por isso, peço:
Jesus, cura-nos deste nosso jeito de insultar
e de não amar os nossos irmãos. Ajuda-nos a ter vontade para iniciar esta
mudança na nossa vida. Quando cairmos – sabes que vai acontecer -, agarra-nos,
levanta-nos e ajuda-nos a recomeçar e a pedir perdão a quem magoámos e a Ti,
através do sacramento da Reconciliação. Ámen.
segunda-feira, julho 16, 2018
Santos à porta de casa e ... sem copy/paste!
É ou não verdade que nos
sentimos bem quando olhamos para os pais que dão o seu amor pelos filhos,
deixando tantas vezes o descanso para segundo plano para poderem conjugar o
trabalho – que dá o pão-nosso de cada dia – com momentos de brincadeira e de
carinho ? Ou quando olhamos para a senhora de 90 anos que, apesar
de as pernas estarem fracas, continua a caminhar e a sorrir para os vizinhos?
Estes são alguns exemplos que mostram que
todos nós, SEM EXCEÇÃO, somos chamados por Deus à santidade. “Sede santos, como
Eu sou santo.” (1 Ped 1, 16). Já muitas vezes havia escutado esta passagem, mas
este sábado ganhou outro significado, num encontro da Canção Nova, na Igreja da
Divina Misericórdia, em Odivelas.
O Padre Toninho lembrava-nos a última exortação
apostólica do Papa, “Alegrai-vos e exultai!”, recordando o principal chamamento
de Jesus, antes de sermos consagrados ou leigos: ser santos. Como ele nos dizia,
ser santo não significa ser perfeito, mas tentar todos os dias seguir Jesus,
refletindo nos nossos erros, lutando para sermos mais cristãos, quer seja nos
bons ou nos maus momentos.
Jesus sabe que somos imperfeitos, mas
pede-nos esta constância e esta luta diária para sermos reflexo de Cristo no
mundo, ou seja, “santos ao pé da porta”, apesar das imperfeições. Para isso
relembremos as palavras do Papa, para não entrarmos numa de “copy-paste”:
“«Cada um por seu caminho», diz o Concílio.
Por isso, uma pessoa não deve desanimar, quando contempla modelos de santidade
que lhe parecem inatingíveis. Há testemunhos que são úteis para nos estimular e
motivar, mas não para procurarmos copiá-los, porque isso poderia até
afastar-nos do caminho, único e específico, que o Senhor predispôs para nós.
Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à luz o
melhor de si mesmo, quanto Deus colocou nele de muito pessoal (cf. 1 Cor 12,7), e não se esgote procurando imitar algo que não foi pensado para ele.”
Esta santidade nos bons e maus momentos começa
por pequenos gestos, como nos diz o Papa. “Uma senhora vai ao mercado fazer as
compras, encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta
mulher diz para consigo: «Não! Não falarei mal de ninguém». Depois, em casa, o
seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora
cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho.”
Neste encontro, em frente ao Santíssimo, pedimos
esta graça: Jesus dá-nos paciência, oração e silêncio para discernirmos o que
devemos mudar e o que devemos reforçar para sermos santos e levar os irmãos a
conhecer este Deus maravilhoso!
Se lutamos por tanta coisa supérflua, porque
não o fazemos também para sermos já santos aqui neste mundo, a fim de termos a
Vida Eterna que Jesus nos tem para dar? Gostámos de conhecer Jesus, então
levemo-Lo aos nossos irmãos!
terça-feira, julho 10, 2018
A verdadeira fé não nos afasta do mundo real. Jamais!
Estive a ler umas palavras de um psicólogo
que comentava a importância da fé e da religião por causa das crianças e do
treinador que ficaram presos na gruta. Ele dizia que até pode ajudar mas tem um
senão, que é o facto de afastar as pessoas da realidade concreta. Este comentário surgiu por causa de o
treinador ter recorrido à ajuda da meditação para que o grupo ultrapassasse
aqueles momentos indescritíveis de sofrimento.
Mas este psicólogo errou e só demonstrou um
mito/estereótipo que ainda perdura na nossa sociedade e que deve ser
esclarecido: A verdadeira fé não nos afasta do mundo real. Jamais!
Não me focando no Budismo – que é mais visto
como filosofia de vida e não como religião por muitas pessoas -, como cristã católica vou falar do
exemplo de Jesus e de como Ele jamais nos pediu para nos alienarmos da
realidade em que vivemos.
Jesus diz-nos, antes de mais, que veio para
que “tenhamos vida e vida em abundância” (Cf. Jo 10,10). Quer que vivamos
alegres em todo o momento, dando graças a Deus por tudo! (Cf. 1 Ts 5, 16-17) Mas
também nos diz: “No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já
venci o mundo!” (Jo, 16, 33)
Jesus mostra-nos, por palavras e com o seu
exemplo de sofrimento na vida e na cruz, que ter fé e acreditar em Deus não é
viver alienado e negar o que se passa. Pelo contrário, é ter uma noção exata
das coisas más, para das mesmas retirarmos coisas boas.
Mesmo quando a realidade nua e crua nos
parece esmagar, Ele lembra-nos: “E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao
fim dos tempos” (Mt 28, 20). Tal como dizia o apóstolo S. Paulo: “Em tudo somos
atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos,
mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados.” (2 Co 4, 8-9)
Muito poderia escrever sobre exemplos
concretos de como a fé não nos afasta da realidade concreta deste mundo. Mas
basta recordar que Jesus nos pediu para nos amarmos uns aos outros como a nós mesmos, o que implica estar atento ao nosso próximo,
que é quem tem fome, quem tem sede, quem está nu, doente, na prisão … (Cf. Mt25, 31-46)
quarta-feira, julho 04, 2018
E quando a ira destrói tudo …
“Felizes os pacíficos, porque serão chamados
filhos de Deus!” (Mt 5, 9) Estas palavras de Jesus levam-me a pensar naqueles
momentos em que só nos apetece gritar e mandar tudo “à fava”, como se costuma
dizer.
De facto, como cristãos devemos ser
pacíficos, porque assim é o coração de Jesus: manso e humilde. E Jesus bem nos
mostra como a mansidão e a humildade são a melhor resposta a todas as situações
da vida, principalmente nas mais tempestivas.
Mas bem sabemos que nem sempre é fácil e como
é difícil manter esta mansidão quando em casa não há paz, quando o desemprego
dificulta o pagamento da renda da casa ou a compra de comida… Quando são
injustos com os nossos filhos – mãe e pai têm o coração na boca, quando após
muito empenho o patrão berra connosco sem nos dar qualquer valor…
O gatilho para a ira pode estar nas coisas
mais comuns da vida: cansaço, doença, alterações hormonais no caso da mulher,
problemas antigos mal resolvidos, no perdão que ainda não concedemos a nós
próprios e aos outros…
E, em segundos, explodimos e acabamos por nos
deixar levar por sentimentos que são tudo menos cristãos. Além de mancharmos o
nome de Jesus, apenas ficamos com mais problemas.
A solução? Oração, oração, oração. Pedir
muito o Espírito Santo ao longo do dia e, sobretudo, quando percebemos que o
gatilho da ira se aproxima. Pedir muito a Jesus que nos ajude a ter
autodomínio, um dos frutos do Espírito Santo (Gl 5, 22-23).
E se cairmos e não conseguirmos controlar a
ira? Reconheçamos que fizemos asneira, peçamos perdão a quem magoámos e também
a Deus, recorrendo ao sacramento maravilhoso da Reconciliação, onde Jesus nos
espera de braços abertos.
Não é fácil – falo por experiência própria -
mas se não desistimos de nos aperfeiçoarmos em coisas triviais e efémeras,
porque não podemos colocar o mesmo empenho na luta pela felicidade já aqui
neste mundo e na vida eterna que nos aguarda?
sexta-feira, junho 29, 2018
Testemunho na prisão: “Jesus é fantástico!”
“Jesus é fantástico!” A frase foi dita vezes sem
conta pelo Padre Dâmaso, conhecido como o “padre das prisões”. Faleceu
recentemente aos 87 anos, mas a sua marca vai ficar por muito mais tempo nos
corações de muitos reclusos e ex-reclusos.
Este homem de Deus nunca parou de mostrar a
verdadeira imagem de Jesus: um Deus misericordioso que ama e que luta pela
salvação – física, psicológica e espiritual – de todos nós, mesmo se cometemos
um ou vários crimes.
No outro dia tive acesso a um testemunho de
um recluso que conviveu com o padre e que agradecia por ele o ter ajudado e a
outros “a chorar os nossos erros mas sem deixar de viver na esperança”. Continuando,
relembra que o Padre Dâmaso lhe relembrava que “só há um Deus, o Deus do amor,
do perdão e que nunca nos abandona, procurando-nos sempre”.
Este é um testemunho de alguém que cometeu um
crime e que ainda está atrás das grades e que, na minha singela opinião, deve
fazer-nos refletir. Até que ponto conseguimos transmitir esta imagem – a que é
realmente verdadeira – de Deus? Se calhar até o fazemos com quem achamos que “se
porta bem”. Mas será que o fazemos com quem já cometeu graves erros na vida?
Quando falo em erros graves não tem de ser
obrigatoriamente daqueles que nos levam a tribunal e a uma prisão. Um erro
grave pode ser simplesmente fechar os olhos perante uma mulher, nossa vizinha,
que é maltratada pelo marido e a quem nunca damos a mão … Se for preciso até a
condenamos, dizendo que “se calhar gosta de levar porrada” …
Que o exemplo deste padre nos leve a refletir
e a meditar nas nossas próprias ações e na maneira como mostramos Jesus aos
outros, independentemente dos erros cometidos ao longo da vida para que o nosso
testemunho seja o de que Jesus é fantástico…
Como Ele próprio nos diz: “Não são os que têm
saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos,
mas os pecadores.” Mc 2, 17
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