domingo, maio 31, 2020



“O Espírito Santo não se explica, vive-se…”




Lágrimas de alegria escorreram-me pela cara esta manhã quando recebi Jesus na Eucaristia! Que saudades! A comunhão espiritual foi e é muito importante, mas não há nada como receber Jesus presencialmente na Missa, em comunidade! Dentro de mim senti alegria, paz… Senti vida e vida em abundância (Jo 10, 10)!

E no dia de Pentecostes, lembrei-me destas palavras iluminadas: “O Espírito Santo não se explica, vive-se…”. Ouvi-as, ontem, no encontro do Seminário de Vida Nova no Espírito da Diocese de Setúbal, que reúne, no Zoom, pessoas de diferentes partes do país e mesmo do mundo. Ontem, dia de Vigília de Pentecostes, tivemos a graça de nos reunirmos com pessoas de diferentes línguas de 5 continentes. Foi arrepiante! Cada um no seu idioma cantámos, louvámos, orámos e pedimos o Espírito Santo!

No final, já era tarde, mas só me apetecia cantar, dançar, sorrir, ir dizer ao mundo inteiro como temos um Deus Maravilhoso, que nos abraça, que nos embala e que nos diz sempre: “Amo-te!” Mesmo imperfeitos, Ele diz: “Amo-te!”

Jesus bem disse que tinha de partir para o Pai para enviar o Paráclito, o Consolador! (Cfr. Jo 16, 5-11) E como precisamos do Espírito Santo para ser testemunhas de Cristo no mundo, sobretudo no meio do sofrimento e da incerteza… Mas, infelizmente não O vivemos e procuramos mais explicá-lo, como se fosse uma teoria. Mesmo com vida na Igreja tendemos a não O pedir todos os dias, apesar de Jesus ser muito claro: “Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!” Lc 11, 13

Vivamos então o Espírito Santo, deixemos que se efundem os dons que recebemos no Batismo, para que ponhamos em prática os carismas para o bem de todos e para que os frutos do Espírito Santo brotem na nossa vida! E quais são? “Por seu lado, é este o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.” Gl 5, 22-23

Vinde, Espírito Santo como em Pentecostes! Afasta todo o medo e insegurança que surgem nas dificuldades da vida e que nos levam a enterrar os talentos! Afasta todo o pânico, cura as nossas feridas do corpo e da alma para sermos testemunhas de Jesus! Ámen


quarta-feira, maio 27, 2020


Respeitar não significa ficar calado, vendo o sofrimento de quem apenas quer amar a Deus…





“Apóstata! Porque Abandonei as Testemunhas de Jeová” foi o último livro que li. É sobre a história bem real do António Madaleno que foi TJ durante quase 40 anos. É um livro que recomendo a qualquer um, sobretudo pela sua marca “não-vingativa”, mas apenas elucidativa, com base em documentação.  

Começo por dizer que tenho amigos TJ, por quem hei de sempre nutrir um enorme carinho. Uma dessas amigas nunca mais entrou na minha casa desde que disse “Não quero mesmo ser TJ”. Mas sei que o faz por achar que está no caminho certo e a louvar a Deus. Não lhe levo a mal! Já basta todo o sofrimento que tem tido na vida…

O que me atraiu às TJ foi também o que me permitiu afastar-me e evitar situações como a de uma pessoa que conheci e que, após 26 anos, num momento complicado da vida, se viu abandonada por todos por ter deixado as TJ. Nasci numa família católica, mas muito mais por tradição e rotina, e vi nas TJ o que achava essencial: conhecer a Palavra de Deus. Mas também foi a partir da Palavra – cheguei ao ponto de comparar traduções da Bíblia – que percebi que estava a ir no sentido errado.

Porquê? Primeiro: a questão do sangue. Quando se fala da proibição do sangue na Bíblia, se tivermos em conta o contexto, percebemos que é bem claro que esse sangue não é o nosso, que pode dar vida a outros irmãos. Já com o Jornalismo nas veias, procurei muita coisa. Descobri que afinal não aceitam transfusões de sangue, mas alguns componentes … Qual o sentido?

Por maior respeito que se possa ter para com a ideia de cada um, não posso ficar calada ao ver que há vidas perdidas por causa de uma má interpretação da Palavra de Deus. Como cristã, como ser humano, devo alertar para esta crença errada. Como esta há muitas outras, incomodando-me especialmente o desprezo e o abandono de quem sai das TJ. Quantas pessoas estão em depressão…

Outra questão que me marcou foi a pedofilia. Atiraram-me à cara vezes sem conta que a Igreja Católica tem casos de pedofilia e que as TJ não têm. Mentira! Infelizmente, este mal grassa em todo o lado… Esconder é demasiado grave, porque isso leva – nas TJ, na Igreja Católica, seja onde for – ao sofrimento indescritível das vítimas e a que haja ainda mais crimes…

Podemos ser TJ, católicos, evangélicos… mas isso não significa que devamos ignorar a verdade por mais nua e crua que esta possa ser. Devemos admitir os erros e, em caso de crime, denunciar à polícia. A fé também não nos deve levar ao erro que é comum nas TJ e em muitos outros credos: só nós é que nos salvamos (Mt 20, 16). Também não deve levar-nos a olhar de lado “os outros que fazem aquelas asneiras”. Jesus veio para quem está doente (Mt 9, 11-13) e lembra-nos que, no final, o julgamento vai ter por base se vestimos os nus, demos abrigo, visitámos presos, doentes… (Mt 25, 31-46)

Convido a visitar https://www.desperta.net/ .



segunda-feira, maio 25, 2020


Quando a Mãe nos fala através de uma rosa especial...





No passado dia 13 de maio comprei uma rosa branca para oferecer à nossa Querida Mãe. Quando fui à florista já era a última! Trouxe-a e desde o início que sentia que era especial… Era um pouco estranho, mas sentia que Maria queria algo daquela rosa e cheguei mesmo a usar água benta, como oferta de amor a Maria. Não sei explicar, mas tinha de o fazer… Entenda-se que não estou a falar de feelings, mas de uma certeza muito grande no meu coração de que aquela rosa era de alguma forma especial para Maria e não apenas por ser uma prenda do dia 13 de maio.

Há dois dias percebi tudo. Esta rosa, na qual deitei água benta, para oferecer à Mãe como um gesto de amor, era também um gesto de reparação para com o Seu Imaculado Coração e pelo Sagrado Coração de Jesus. Há muitos anos, uma pessoa da família entregou-me uma rosa branca “benzida”, para que a minha vida corresse melhor. Essa pessoa frequentava um astrólogo e disse-me que era uma pessoa muito boa, que fazia as coisas por Deus. Na altura, ignorante quanto à Palavra de Deus (Dt 18, 9-22) e afastada da Igreja, achei que não havia mal nenhum em aceitar a rosa…

Mas, como nos diz a Palavra, estava a adorar o maligno, aquele que dá e tira, aquele que nos destrói, depois de nos tentar com coisas supostamente boas e banais. Quando percebi isto, pedi perdão e … sorri, porque Jesus, através da Sua e Nossa Mãe, relembrou-me de uma coisa que aconteceu há muitos anos e que ainda precisava de ser reparada.

Repare-se que senti vontade de usar a água benta… A tal rosa, branca, que me foi dada, tinha sido “benzida” pelo tal astrólogo… Através da Sua Mãe, Jesus foi ao pormenor…

Com o coração cheio de amor e de gratidão, resta-me pedir: Jesus, através da Tua e Nossa Querida Mãe, ajuda-nos a ver o que ainda temos para reparar e confessar. Não apenas para a nossa salvação, mas sobretudo para reparar os muitos sofrimentos dos Vossos Corações! Ámen.



segunda-feira, maio 18, 2020


O que Jesus nos diz neste tempo de pandemia…





Há cinco coisas que Deus nos tem ensinado nos últimos meses:

1 – Necessidade de silêncio: No meio de tantas solicitações, do muito ruído do teletrabalho ou da telescola, Jesus mostra-nos que devíamos, todos os dias, parar e fazer silêncio para acalmar o coração, tranquilizar o corpo e para O escutar. Este silêncio tem de ser interior, em intimidade com o Deus que nos ama incondicionalmente, sem vergonha das nossas misérias e limitações. Podemos ter que procurar ter este tempo de silêncio, mas mesmo quando não é possível de todo – pais e mães compreendem o que quero dizer – devemos praticar o silêncio interior nos transportes, no carro, à hora de almoço…

2 – A Comunhão Espiritual tem-nos mostrado algo muito importante: ter a plena noção de que Jesus está vivo, de que está sempre connosco e que a comunhão presencial não é um mero rito… Acredito que vamos comungar de maneira diferente, com maior noção desta proximidade de Jesus…

3 – Oração de coração: Orar não é apenas deitar cá para fora várias palavras. É perceber o seu sentido, é deixar que fluam com amor…

4 – A importância da Igreja (os fiéis): Jesus bem sabia que a fé deve ser vivida em comunidade! Quantas saudades de estarmos juntos… para partilhar alegrias e tristezas, para fortalecermos a nossa fé… As plataformas digitais ajudam, mas não são a mesma coisa…

5 – Por último, mas não menos importante: Conseguimos unir-nos uns aos outros – apesar das muitas falhas – para lutar contra este vírus. Então por que razão não fazemos o mesmo quando escutamos os gritos dos refugiados, das crianças a morrer de fome e de doença na Síria, ou de outras catástrofes?



terça-feira, maio 12, 2020


Nossa Senhora quer que os Pastorinhos sofram? Ou está apenas a avisá-los?



Na minha procura por conhecer a Mãe e, principalmente, a Sua mensagem de Fátima, havia algo que sempre me atormentava. Mas a Mãe e Jesus querem que as crianças sofram? Como é que isto pode fazer sentido?

Em causa estava esta pergunta de Nossa Senhora aos Pastorinhos: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”

Ao fim de uns anos, então percebi. Maria e Jesus não gostam obviamente de ver o nosso sofrimento, sobretudo quando somos crianças. Nesta pergunta, a Mãe não diz que Jesus vai enviar sofrimento, mas avisa-os que, face à sua realidade, para seguirem Jesus teriam que passar por vários obstáculos.

A nossa Querida Mãe avisa os pastorinhos do que está para vir e tem a delicadeza de lhes perguntar: “Quereis...” Eles não são obrigados. Ninguém é obrigado a seguir Jesus! Jesus nunca impôs nada, apenas propôs… Ao contrário de muitos de nós – penso que todos já caímos neste erro, mesmo que tenha sido por amor – já tentámos impor Jesus aos outros … Mas Deus é Amor e o Amor é livre, não pode ser forçado. À força, deixa de ser … Amor.

Outro ponto muito importante: Maria ensinou-os o que fazer com esse sofrimento inevitável, pedindo que o entregassem para reparação dos pecados e para a conversão dos pecadores, ou seja cada um de nós. O sofrimento é inevitável, muitas vezes, mas pode ser usado para o bem de outros e, em última instância, para a nossa salvação eterna. E não se ficou por aí. Garantiu que “a graça de Deus será o vosso conforto”. Eles não estavam sozinhos.

Também, hoje, Nossa Senhora coloca esta questão a cada um de nós. “Quereis…” E como às crianças, garante que teremos na graça de Deus o nosso conforto.

PS: Para este texto muito contribuíram as meditações, em silêncio, de Peregrinos pelo Coração: https://www.fatima.pt/pt/pages/peregrino-pelo-coracao

sexta-feira, maio 08, 2020


Ser cristã … na violência doméstica!



Gritos, falta de paz, uma dor que esmaga o coração, alguma irracionalidade… Quem olha para a situação, estando de fora, acha que a pessoa é desumana e que vive do passado, marcado pela maldita violência doméstica. Mas não se trata disso. Esta mulher que está alterada só demonstra que está apavorada por ver que, perto da saída da prisão do seu agressor, ele mantém aquela chantagem psicológica, aquele dedo acusador mas tão angélico para os outros… E, claro, usando para isso os próprios filhos… Afinal, há maneira melhor do que esta para violentar uma mulher?

Olhando para esta situação concreta ou até para outras mais graves, como é que a vítima, sendo cristã, pode reagir? Jesus pede-nos para amar e perdoar. E assim deve ser, embora não esqueçamos que tanto o amor como o perdão não dependem da nossa força, mas da graça de Deus. Devemos pedir essa graça e pedir que as chagas de Jesus curem as muitas feridas do coração, da mente e até do corpo. Mais: humildemente deve-se aceitar que a cura pode levar muitos anos…

Mas, perante um caso de violência doméstica, em que a própria vida pode estar em perigo, como se pode fazer isto? A resposta está na prudência, como Jesus nos ensina (Mt 10, 16). Deve-se orar pelo agressor, procurar a graça do perdão, mas sabendo que a aproximação não é possível. Infelizmente, está provado que quase 100% dos agressores voltam a fazer o mesmo, nem que seja de forma subtil, sem deixar marcas físicas.

Jesus quer-nos dar, já aqui, vida e vida em abundância (Jo 10, 10). Perdoar ajuda-nos a ser mais felizes, a curar mais depressa as feridas, a viver em paz. Afastar-se o quanto possível do agressor é também viver em paz, sem ter medo de abrir a boca ou de ser agredida… É preciso conjugar amor, perdão, prudência.

PS: O exemplo é de uma mulher, mas podia ser de um homem. A violência doméstica afeta mais as mulheres, mas os homens também são vítimas. LINHA DE APOIO À VÍTIMA 116 006 | Chamada gratuita | Dias úteis 09h-21h


sábado, maio 02, 2020


Não desistas da vida, do amor! Jesus está a dar-te a mão! 

Dor, desespero, pânico… Há muitas pessoas a viver assim dia após dia, sobretudo por causa das consequências da pandemia. Quem se sentir assim, leia estas palavras de Jesus à apóstola Ana, no site do P.e Duarte Sousa Lara.

 “Os Meus filhos que estão no mundo podem sentir-se sem coragem e tristes. Meus queridos filhos, se vos sentis assim, tendes de vir até Mim e descansar as vossas preocupações no Meu coração. Não gosto de vos ver tristes, mesmo que a vida vos possa ser difícil.” 8 de agosto de 2005


“Não olhes para amanhã esperando que a dor de hoje se repita. Não tens a certeza que isso venha a acontecer. Não podes ter a certeza, porque Eu, Deus, posso mudar a tua vida durante este dia, durante o dia de hoje. Deves permanecer neste dia, no presente, porque Eu te dei graças suficientes para lidar com a tua cruz.” 29 de novembro de 2006