sábado, abril 20, 2024

 

A melhor herança é Deus


Tantas brigas existem por causa de bens materiais. Mal a pessoa morre – ou se calhar ainda antes – e já a família anda às turras por causa de dinheiro, casas, carros, cargos em empresas… Para quê? A melhor herança que podemos deixar é a nossa fé e o amor por Deus.

É cada vez mais difícil deixar aos nossos filhos o belo tesouro que é Deus. Mesmo indo à catequese e à Missa, mesmo com orações em casa, muitos vão-se embora do colo de Deus. Mas isso não nos deve fazer desistir. Devemos sempre mostrar-lhes, por palavras e obras, que a vida sem Deus não tem sentido, não tem o mesmo sabor. 

Podem ter o seu momento de revolta e ir à procura de outro bem, mas, com as nossas orações, um dia vão voltar. E vão fazê-lo, porque quem bebe da água da fonte de Vida Eterna, vai sentir uma sede terrível quando estiver no deserto. Vão beber, provavelmente, de muitas outras águas, mas há de chegar o dia em que se lembram da água que só Jesus lhes pode dar.

Mas, para tal, é preciso que eles vejam que entre nós (pais) e Deus existe uma relação de amor. Mesmo imperfeitos, os pais continuam a pedir perdão, a ir à Igreja, a ler a Palavra de Deus, a ter sempre tempo para Deus, mesmo nos dias mais agitados. 

As crianças guardam no coração este tipo de coisas. Um dia vão questionar-se: Apesar de todo o sofrimento e dificuldade, por que razão a minha mãe/meu pai continuavam a amar Deus? Mesmo com o tempo bem contado para trabalhar, fazer atividades domésticas, tomar conta de mim, iam à Missa e rezavam. Por que faziam isto? Que segredo existe para que no meio de tanta coisa difícil, os seus olhos brilhem quando olham para Jesus?



sábado, abril 13, 2024

 

Novamente a disciplina de Cidadania…

 


A famosa disciplina de Cidadania e Desenvolvimento tem gerado muita controvérsia e está de novo na ribalta por causa do livro “Identidade e Família”. Não vou tecer considerações sobre a obra, porque ainda não a li, mas, como mãe, gostaria de partilhar o que ‘faço’ com essa disciplina.

Quer se queira, quer não, a disciplina é obrigatória e aborda questões que provocam algum mal-estar junto dos cristãos. Pessoalmente, acho que se deveria conhecer melhor os conteúdos. Nem sequer existe um livro, apenas temáticas... 

Da experiência que tenho com o meu filho, ainda não tive qualquer problema. As temáticas têm girado em torno da saúde ambiental, saúde mental, saúde e bem-estar, respeito pelos imigrantes e pela multiculturalidade, prevenção do bullying, violência doméstica/namoro… Os temas mais polémicos, como sexualidade/educação sexual e ideologia de género, apenas serão falados mais tarde – o meu filho tem 11 anos.

Como cristã católica, o que posso fazer? Pois bem, pessoalmente, acho que o ideal é … falar com os filhos abertamente e dizer aquilo em que acreditam. No caso específico da ideologia de género, que é o tema mais controverso, desde sempre lhe disse que nascemos homens e mulheres e que isso é ciência. E homem e mulher são seres humanos complementares. Um não é melhor que outro. Precisamos de ambos, nomeadamente para nascerem mais pessoas… 

Quanto a quem se vê ou se sente não-binário (não acredita na divisão homem-mulher), o que procuro transmitir ao meu filho é o respeito pelo próximo. Mesmo considerando que não faz sentido acabar com a visão homem-mulher, temos de olhar para o outro que se sente não-binário como sendo um ser humano como eu. E alguns sofrem muito com a discriminação…

Mas também lhe digo que não se pode deixar intimidar pelos grupos que maltratam e desrespeitam aqueles que não aceitam a ideologia de género. Se eles são livres de ser não-binários, ele é livre de ser binário.

Com diálogo, com escuta e com respeito é possível convivermos todos uns com os outros. Nós, mais velhos – e sobretudo se somos cristãos – temos de educar no amor e no respeito pela diferença, mesmo que essa diferença não nos agrade. Não é com condenações e com proibições. Dizer a verdade de Deus, mas nunca apontando o dedo.

Acredito, sinceramente, que se devia aceitar as coisas boas desta disciplina – a violência no namoro é muito elevada, assim como o bullying – e, em relação ao resto, sejamos pais e mães. Falemos, escutemos os filhos e promovamos o amor ao próximo, mesmo quando o outro tem uma posição muito contrária. Com brigas não vamos com certeza levar as novas gerações a verem como a dicotomia homem-mulher não é algo negativo…



domingo, abril 07, 2024

 

Calem-se vozes de condenação!



Paremos com  a condenação! Dos outros e de nós próprios. Reconheçamos os nossos erros, peçamos perdão e confiemos na Misericórdia de Jesus! As palavras que seguem são de Jesus. Foram ditas a Santa Faustina. Respondamos ao pedido de Jesus, sem desesperar:

 

“Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe.

Essas almas têm prioridade no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia. Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se dececionou ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha bondade.”

 

Saiba mais sobre a Divina Misericórdia, inclusive para quem está à beira da morte: https://misericordia.org.br/


domingo, março 31, 2024

 

Porque Deus te ama…

 

Jesus, ressuscitou! Aleluia! Aleluia! Hoje, Jesus quer que eu e tu enchamos os nossos vazios, provocados por erros e dores, com este Amor tão grande que Ele nos tem e que o levou a uma morte demasiado cruel. Deixemo-nos inundar por este Amor e por esta Misericórdia sem fim!


sexta-feira, março 29, 2024

 

Hoje começa a Novena da Divina Misericórdia!

Jesus veio para nos salvar e faz tudo por tudo para o conseguir. Mesmo que tenhamos cometido erros horríveis, com Jesus é possível ter uma vida nova.

Nesta novena, cujo foco não somos nós em particular mas todos os irmãos, inclusive quem já partiu, descobrimos esse Amor e Misericórdia infinita de quem morreu por nós na cruz. 

Novena: Microsoft Word - novena_divina_misericordia_pm.docx (paroquiadosmartires.pt)

Saiba mais da Festa da Divina Misericórdia, pedida por Jesus: O sentido da Festa da Divina Misericórdia (cancaonova.com)


Santa Páscoa!

PS: Não deixem de ir à Adoração! :) 

domingo, março 24, 2024

 

Seremos como os fariseus?


“Porque é que hoje estais triste, Jesus? Dizei-me qual a causa do Vosso pesar.” Respondeu-me Jesus: “As almas eleitas que não possuem o Meu espírito, que antes vivem a letra e a sobrepuseram ao Meu espírito, ao espírito do Amor. Fundei toda a Minha lei no Amor e, no entanto, não vejo esse amor sequer na vida religiosa; por isso, o Meu Coração está cheio de tristeza.” In Diário de Santa Faustina, 1478


Nesta Semana Santa, Jesus mostra-nos as vezes que nós, religiosos e leigos, optamos por afastar o Amor da Tua lei. Num mundo onde existe cada vez mais extremismo, será que também nós somos fariseus que não entramos no Céu nem deixamos entrar outros? (Mt 23, 13)

 

sexta-feira, março 22, 2024

 

O outro é um ser humano como eu

 


“Foi um preto, certo?”. “Foi um cigano, só pode.” O primeiro comentário foi dito a uma amiga que teve problemas de segurança e o segundo foi dito a mim por causa de um caso de comportamento violento. Pois bem: erraram. Nas duas situações, os agressores são não ciganos, brancos e portugueses – não se vá achar que são imigrantes…

É preciso ter cuidado com generalizações e ideias falsas que são divulgadas em redes sociais e que se tornam virais, sem haver qualquer espírito crítico ou humanismo. Vivemos tempos muito difíceis em que se teima em ver a divisão nós, os bons, os outros, os maus. Vive-se cada vez mais numa bolha, onde só entra quem pensa como eu. Não há lugar ao contraditório, ao perceber o que é a realidade nua e crua.

Este tipo de comportamentos torna-se, na minha opinião, ainda mais horrível quando é posto em prática por cristãos, muitos deles de ida à Missa todos os domingos. Atualmente, existem diferentes grupos ideológicos a influenciar cristãos a discriminarem os seus irmãos de outras nacionalidades/etnias/cor de pele/religião.

Não podemos compactuar com isto, não podemos deixar que a nossa mente fique contaminada com ideias deste tipo. Lembram-se da atitude dos judeus, sobretudo dos fariseus e doutores da Lei, em relação aos samaritanos (estrangeiros)? De que forma Jesus lidou com isso? Basta recordar a mulher samaritana que vai buscar água e que tinha muitos maridos (Jo 4, 1-42)… Jesus acolheu-a, falou com ela…

Olhemos uns para os outros com os olhos de Jesus e não nos iludamos com teorias da conspiração e com estereótipos. O outro é como eu: imperfeito, mas amado por Deus. Em Mt 25, 31-46, Jesus é muito claro quando nos alerta para se dar atenção também ao estrangeiro e ao que foi preso. Seremos julgados pelo amor que tivemos (ou não) também para com quem tem origens diferentes das nossas e para com quem se perdeu e tem de pagar uma pena na prisão…



domingo, março 17, 2024


Obediência no sofrimento

 


Nesta Quaresma há uma palavra que me tem tocado de forma mais especial: obediência. Primeiramente, nas minhas orações, pensava: Meu Deus, onde estou a falhar? A que regras/indicações não estou a obedecer?

Ontem, na Adoração ao Santíssimo, antes da Missa, a palavra voltou: obediência. Voltei a questionar Deus: onde estou a falhar? Eis que na Missa, na II Leitura, veio a resposta: “Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.” (Hb 5, 8)

De facto, ando muito exausta nos últimos tempos e um passado recente ainda está a ser digerido… Ainda estou em processo de cura. Isso leva-me a refilar mais durante o dia. A obediência que Deus me pede, e que pede a todos nós, não se cinge a regras/preceitos. A mais importante – e a mais difícil – é a obediência no sofrimento.

É muito duro aceitar certas cruzes. A cabeça parece explodir perante certos desafios/barreiras… Até podemos entregar essas dores pela salvação das almas, em ato de reparação, mas, bem no fundo, continuamos a não aceitar essa cruz. E com isso sofremos mais, fazemos sofrer quem está à nossa volta e o nosso testemunho como cristão vai por água abaixo, porque nos tornamos ‘azedos’.

Ninguém está livre do sofrimento. Nem Jesus se livrou… “Agora a minha alma está perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.” (Jo 12, 27)

Ajudai-nos, Jesus, a obedecer no sofrimento. Ajuda-nos a lutar para sair desse momento difícil, mas enquanto não saímos, dai-nos força para não alimentarmos aquele ‘azedume’ que afasta tantos irmãos de Ti… Ámen.


sábado, março 09, 2024

 

Escutemos a Mãe!



Não deixemos o nosso coração se tornar estéril. Caso já esteja, tenhamos a humildade de o reconhecer, peçamos perdão e avancemos com Jesus, sabendo que Ele tudo pode. Ele perdoa-nos e mostra-nos o caminho para darmos bons frutos.

"Queridos filhos! Rezem e renovem seus corações para que o bem que vocês semearam dê frutos de alegria e de comunhão com Deus. O joio tomou muitos corações e eles se tornaram estéreis. Portanto vocês, filhinhos, sejam luz, amor e minhas mãos estendidas neste mundo que anseia por Deus que é Amor. Obrigada por terem respondido ao meu chamado”.

Mensagem de 25 de fevereiro de 2024, Rainha da Paz,Medjugorje



 

sábado, março 02, 2024

 

“Como se pode trair um amigo?”



Dou catequese a crianças de 9-10 anos, que se estão a preparar para a 1.ª Comunhão. No encontro da semana passada apresentei-lhes as estações da Via Sacra e alguns pormenores da Paixão de Jesus, pedindo que, no final, após um momento de silêncio, me dissessem o que mais os tinha tocado.

Admito que esperava uma resposta mais ligada à crucificação em si, ao sofrimento físico. Mas não. A maioria respondeu: a traição de Judas. Fez-lhes muita confusão como se vende um amigo por dinheiro e ainda por cima um amigo como Jesus. “Como se pode trair um amigo?”, perguntaram.

É verdade. Não se pode trair um amigo, sobretudo quando esse amigo é Jesus. Mas a verdade é que o fazemos vezes sem conta…

Com esta dinâmica não quis apenas ensinar-lhes a  Via Sacra e tudo o que está subjacente à Paixão de Cristo. Quis também que meditassem no que estava a ser dito, porque num mundo onde até a oração é feita a correr, acabamos por não meditar, por não interiorizar o que Deus nos quer dizer em cada momento.

Rezar a Via Sacra, meditar na Sua Paixão, é prática habitual na Quaresma. Mas será que oramos, isto, é será que meditamos, de facto, no que aconteceu? O que Jesus nos quer dizer todos os anos? Há algum momento/pormenor que me esteja a falhar e que não se limite aos horrores da crucificação?

Para a maioria dos meus meninos foi a traição de Judas. Para mim, é quando Jesus encontra Sua Mãe. Aquele olhar entre Mãe e Filho… Céus! É uma mistura de uma dor indescritível misturada com um Amor impossível de explicar por palavras. Acredito que ambos tenham sentido uma dor imensa, mas ao mesmo tempo um consolo enorme por puderem olhar um para o outro, procurando dar consolo um ao outro…

E a vocês? O que mais vos toca na Paixão de Jesus?

                                                         Meditações - Via Sacra: 

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

 Misericórdia, pede-nos Jesus!


Estava a passar na rua e vi uma senhora a refilar com um senhor que estava a urinar num cantinho, a tentar não ser visto. É daquelas situações em que se a senhora não falasse alto, ninguém iria dar por aquele homem.

“Por que não vai à casa-de-banho de casa?”, perguntava. Quando olhei, percebi que o senhor, muito envergonhado, tinha ar de quem não devia ter um teto para dormir. Os olhos tristes, a roupa meio suja… E, infelizmente, tinha razão. É um sem-abrigo.

Esta cena fez-me lembrar a passagem de hoje do Evangelho: “Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu.” (Mt 5,20)

Porquê? Porque aquela senhora – que somos nós, muitas vezes - olhou para a regra sem misericórdia. Não pensou que aquela pessoa não ia à casa-de-banho de casa porque não tinha um teto ou porque, se calhar, tinha um problema de saúde que o impedia de aguentar até casa.  

Com esta mania que temos de olhar para a lei nua e crua, sem ter em conta o espírito da lei, cometemos imensas injustiças e humilhamos os nossos irmãos em Cristo. Lembremos o exemplo do sábado para os judeus. Levavam tão à letra a lei que até achavam que não se podia curar ao sábado ou que havia impuros e puros.

Jesus tinha sempre um olhar misericordioso. Aliás, se se reparar, reagia de forma mais rígida com os fariseus e doutores da Lei, que se achavam os puros, do que com os cobradores de impostos ou as mulheres adúlteras.

Como somos esta senhora muitas vezes, resta-me rezar: Jesus, enche-nos com a Tua Misericórdia para que, mesmo na correção fraterna, não esqueçamos que por detrás de um erro pode haver uma pessoa em sofrimento, que precisa de ajuda. Sabes como as palavras saem disparadas da nossa boca… Dá-nos autocontrolo e, sobretudo, olhos misericordiosos. Ámen.


 

domingo, fevereiro 18, 2024

 

Não tenho tempo…

 

Um amigo, evangélico, contou-me que precisou de oração num momento de profunda dor. Ligou ao pastor, mas não havia ninguém para orar com ele. Faltava tempo, havia mil e uma atividades. Este amigo, aflito, ligou a uma pastora no seu país natal e ela, apesar de estar num velório, conseguiu ter tempo para ele.

Isto passou-se com evangélicos, mas podia muito bem ter acontecido na Igreja Católica. Ou até com cada um de nós, na nossa vida familiar. Quantas vezes, dizemos que não temos tempo para o irmão que precisa de ajuda? Corremos, fazemos muito, mas será que o que fazemos é o mais importante?

Por exemplo, na Igreja faltam muitos trabalhadores para a messe (Mt 9, 38). Muitas vezes corremos muito, somos multitarefa, mas não oramos o suficiente. A nossa intenção é boa: queremos ajudar, dar resposta à missão, ao chamamento de Deus. O problema é que não paramos como Jesus para escutar o Pai (Mt 14, 23), para perceber realmente o que Deus quer de nós.

Com isto vamos deixando para segundo (ou terceiro, ou quarto…) plano o irmão que está ferido, em desespero, e que se calhar só precisava de 5 minutos para dizer o que lhe vai na alma. Nem sequer o olhamos nos olhos para ver a sua dor...

Nesta Quaresma devemos parar. Parar como nunca o fizemos antes. Como se fosse a nossa última Quaresma, como dizia uma amiga há uns dias. E no silêncio e na quietude perceber onde Deus – e não eu – quer que utilizemos o tempo que Ele nos dá. Deixo-vos este desafio, que também é meu. Pois também eu preciso de parar e escutar. 



terça-feira, fevereiro 13, 2024

 

Silêncio e quietude para escutar Deus

 


Esta manhã, ao entrar na Igreja, fui inundada pelo silêncio e pela quietude. Mesmo não sendo a primeira vez que recebo esta prenda de Deus, é sempre um momento maravilhoso. Infelizmente, nas nossas igrejas ainda se ouve demasiado barulho e conversas afins…

Ainda ontem participei num momento de oração e, no ensinamento de S. João da Cruz, falava-se da importância de se escutar a voz de Deus. Pessoalmente, sou defensora que se deveria apostar mais nesta oração silenciosa que leva à contemplação. Estar com Jesus sem palavras. Como se dizia ontem no grupo: dedicar um tempo à oração vocal, mas também ter tempo para o silêncio e a quietude.

Num mundo cheio de ruído, muitos são atraídos para outras religiões/movimentos por causa do silêncio – sobretudo, jovens. Nós, cristão católicos, que temos o exemplo de Jesus, que ia sempre orar em silêncio, não costumamos pô-lo em prática. Pelo menos, com a frequência necessária – há vários retiros de silêncio e paróquias que fazem recoleções mensalmente, mas não é uma prática generalizada.

Jesus avisa-nos em Mt 6, 5-7 que não são necessárias muitas palavras na oração. Obviamente, não se deve deixar a oração vocal – como o Rosário, que deve ser rezado todos os dias, como pede a Mãe -, mas por que não dedicar algum tempo ao silêncio?

Nesta Quaresma peçamos a graça de conseguirmos ter tempo para o silêncio e para a quietude, para a oração contemplativa. Ao início pode ser muito difícil, mas não devemos desistir. Jesus quer-nos falar, mas para tal temos que nos calar…

Boa Quaresma!  


sábado, fevereiro 03, 2024

 

O cristão acredita nos signos?

 


Quem me conhece já sabe a minha resposta quando me perguntam qual o meu signo: Não acredito nisso! E não acredito, porque sou cristã católica. Infelizmente, ainda há muitos católicos a acreditarem nesta mentira…

Mas, dizem-me, há maneiras de ser que são idênticas nas pessoas de determinado signo. Pois bem, mas quando se conhece Jesus e se procura, de facto, mudar de vida segundo o que Ele nos ensina, isso mantém-se? Não. A proposta dele é para todos. Se somos ciumentos e possessivos aprendemos a lidar com isso e deixamos de o ser; se somos perfecionistas e exigentes, passamos a usar mais a misericórdia, etc., etc.

Além disso, ao acreditarmos no Zodíaco, vamos contra o primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas (Dt 5, 6). Os signos do Zodíaco vêm do tempo da Babilónia, que na Bíblia é conhecida como pagã, como a “grande prostituta” (Ap 17, 1). Por outras palavras, o Zodíaco surge da terra que adora vários deuses. Pode-se assim confiar?

O Zodíaco tem inerente outra prática: a astrologia. Nem que seja ver o horóscopo – com coisas inventadas -, é uma prática de adivinhação e de falta de confiança na providência (Amor e Misericórdia) de Deus. Ele alerta-nos logo no Antigo Testamento:

“Ninguém no teu meio faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augúrios, à adivinhação, à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, porque o SENHOR abomina todos os que fazem tais coisas. Por causa dessas abominações” (Dt 18, 10-12)

Não precisamos de signos, de astrologia, de horóscopos. Temos um Bem maior: Deus. Ele ama-nos imensamente! Jesus morreu na cruz por cada um de nós… Não merece que O troquemos por este tipo de superstições e deuses falsos. Deixemos estas práticas, confessemo-las e peçamos a Deus que nos liberte deste mundo falso. Não se trata de proibir por proibir. Deus alerta-nos para estas falsidades, porque sabe que não nos fazem bem. Escutemo-Lo!



sábado, janeiro 27, 2024

 

Yoga e reiki não são práticas cristãs

 


Estas palavras do título geram sempre grande confusão. Quer um como outro são bem aceites na sociedade – o reiki até é opção em hospitais – e quem experimenta diz que fazem maravilhas. Alivia o stress, minimiza a dor, etc., etc.

Uns padres/religiosos/leigos dizem que o cristão não deve enveredar por estas coisas, outros dizem que não há qualquer mal, outros ainda, são indiferentes. Em que ficamos?

O melhor é olhar para o que é o yoga e o reiki e comparar com o que nos diz a Palavra de Deus.

Yoga: De acordo com os textos hindus (uma religião de vários deuses) yoga, nas suas diferentes escolas, tem o objetivo de alcançar o Samádhi, a Iluminação da Consciência. Em suma, está ligado a uma filosofia de pensamento e de comportamento esotéricos. Os exercícios são uma parte de oito passos para se chegar a essa Iluminação. Daí um dos exercícios se chamar ‘saudação ao sol’…

Reiki: Os praticantes usam a imposição de mãos para transferir "energia vital universal" (qi) para o paciente com fins curativos. O mentor do reiki acreditava ter tido uma revelação mística e são usados símbolos …O mais poderoso é o Dai ko Myo e, segundo os mestres de Reiki, “eleva a frequência vibracional e facilita o acesso ao mundo espiritual”. Os padres exorcistas já tiveram de tratar casos graves vindos desta dita energia e mundo espiritual…

Isto é apenas um resumo minimalista, mas percebe-se que são campos ligados ao mundo esotérico e de mais do que um deus. O facto de saber bem, inicialmente, não significa que seja bom. Quantas coisas sabem bem e parecem boas e acabam por trazer coisas graves mais tarde?

Deus deu-nos outras coisas onde podemos ir buscar paz, tranquilidade e, por conseguinte, menos mal-estar físico e mental. Exemplo disso é a oração, inclusive em silêncio, a meditação da Palavra de Deus, a Adoração ao Santíssimo, todos os sacramentos, nomeadamente Unção dos Enfermos (não é apenas para quem está a morrer, mas para quem está doente).

"Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida?” Mt 16, 25-26


sexta-feira, janeiro 19, 2024

 

O Papa e a pornografia


“O prazer sexual, que é um presente de Deus, é prejudicado pela pornografia: uma satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de vício.” As palavras são do Papa Francisco e muitos acham que são retrógradas. Pois, mas na prática, este é um problema reconhecido por sexólogos.

Já fiz algumas reportagens e entrevistas sobre Saúde Sexual e mais que um médico me dizia que há quem tenha problemas na vida sexual por causa do vício da pornografia. Além da dependência psicológica com quadros graves de ansiedade, gera dificuldades na vida sexual do casal.

Cada vez que ouvia os médicos, pensava: Deus tem toda a razão. Dizem que os cristãos são uns pobres coitados por serem contra a pornografia, mas aqui estão os seus efeitos perversos.

Um prazer momentâneo acaba por se tornar um vício, uma dependência que causa angústia e tristeza. Hoje em dia, com o acesso tão fácil a este tipo de conteúdos – inclusive por parte de crianças e adolescentes – é preciso falar abertamente do tema, sem tabus, sem medo de dizer que  a pornografia não é o caminho mais correto.

Para quem me está a ler e tem este vício, incentivo a pedir ajuda a Jesus, por intercessão da Mãe. Sem medo, sem vergonha. Só reconhecendo aquilo que nos faz mal, podemos curar-nos. Peçam perdão no confessionário e, se for necessário, procurem ajuda médica. Somos templo do Espírito Santo (1 Co 6,19) não precisamos destes vícios e prazeres momentâneos e egoístas. Quer seja a pornografia, quer seja a masturbação. Aos pais, aconselho que falem com os filhos sobre estes assuntos.


domingo, janeiro 07, 2024

 

Será que aprisionas Deus dentro de ti?

 


Ao ler a Meditação do Padre Pedro Rodrigues sobre o Evangelho de hoje  (Mt 2, 1-12), algo me tocou profundamente. Os religiosos sabiam que o Messias viria de Belém, mas o anúncio dos magos não os desinstalou, não os levou a ir ter com Jesus. Será que nos acontece o mesmo?

O padre diz-nos: “Não nos podemos fechar nos nossos conhecimentos.” (in Liturgia Diária) Na sua meditação alerta para o facto de que, desde que Jesus nasceu, apenas os mais pobres e desprezados da sociedade é que O reconheceram. Os pastores, considerados impuros, os magos (astrónomos, diríamos hoje), que eram estrangeiros… Por outras palavras, aqueles que não se encaixavam nos cânones previstos na cabeça dos religiosos, que se consideravam donos da Lei  e da Palavra de Deus.

E nós, que nos dizemos cristãos? Será que fazemos o mesmo, ainda que inconscientemente? Será que achamos que a Palavra de Deus e o Seu Amor e Misericórdia são apenas para aqueles que “merecem” aos olhos humanos? E será que nos fechamos nos nossos conhecimentos, no nosso hábito de ir à Igreja e de rezar uma ou outra oração, sem nos importarmos com a sede de Amor e de Perdão dos nossos irmãos?

Jesus, peço-Te, pela intercessão da nossa Querida Mãe, que a Tua Palavra nos desinstale, nos leve a ir ter com os outros, escutando-os na sua dor, nas suas dúvidas, nas suas críticas. E a partir dessa ida às periferias – sobretudo, as existenciais – possamos mostrar o Teu Santo Rosto a todos, sem rótulos, sem exceções. Ámen.



quarta-feira, janeiro 03, 2024

 

O cristão imperfeito


Já pensaram como os discípulos eram imperfeitos? Mesmo após andarem com Jesus, abandonaram-no no momento de maior sofrimento. Pedro, que se considerava um destemido, negou-O. Quem lê a Bíblia percebe como eram tudo menos ‘a equipa maravilha’. Mesmo assim foi a eles que Jesus escolheu…

Pois bem, nós também nem sempre somos ‘a equipa maravilha’. E é isso que também temos que aceitar e admitir. Primeiramente, para podermos ver o que temos de melhorar com a ajuda de Deus; em segundo, para mostrar a quem não segue Jesus que existe um Deus maravilhoso que nos ama mesmo na imperfeição.

Durante anos temos afastado muitas pessoas da Igreja e de Deus por causa da mania de fingirmos que somos sempre muito bem comportados. A verdade é que somos seres humanos, com histórias de vida mais ou menos complicadas, mágoas bem ou mal geridas e que, tal como os discípulos, também fazemos figuras tristes.

É preciso admitir que erramos para nos corrigirmos e para pedirmos perdão. E desta forma mostrarmos como qualquer um pode seguir Jesus, sem medo, sem vergonha do seu passado. A casa de Deus é um lar de imperfeitos que procuram dar o seu melhor, mas que caem de vez em quando.

 A ideia de perfeição já afastou muitas pessoas, que acham que não vão conseguir ser aquilo que Deus espera de cada um. Deus sabe como nós somos. Sabe como, mesmo com grande esforço e grande conhecimento da Sua Palavra, vamos cair algumas vezes. Mesmo assim, ama-nos. Tal como amou os discípulos.