Pai, quero estar sempre Contigo!
Vivemos numa sociedade secularizada em que, consciente ou inconscientemente, há uma tendência crescente de Deus só estar presente na vida quando se reza no templo. No dia-a-dia só existe quando precisamos Dele.
O problema é que este relacionamento supérfluo afasta-nos de Deus. Estar com o Pai não é apenas quando se vai ao templo. É em cada momento da nossa vida: bom ou mau. Segundo a segundo. Só asim conseguimos estabelecer uma relação em que mostramos a Deus tudo o que sentimos e deixamos que Ele nos molde da melhor forma. Assim conseguiremos senti-Lo, mesmo quando parece ausente.
Mas esta relação forte com o Pai levanta outra questão não menos importante. Como chegar a este contacto tão próximo? Regra geral, quem já o consegue relata grandes experiências, mas não relata como chegou a esse degrau da Fé. Quem ainda não consegue esta relação próxima sente-se, regra geral, frustrado e acha que uma relação assim só é possível para os consagrados.
Mas, isso não é verdade. Cada vez mais sinto a Presença do Pai: nos bons e maus momentos e quando não O consigo escutar. Mas para chegar aqui não foi num estalar de dedos. Foi preciso estudar a Sua Palavra, tirar dúvidas, rezar muito (mesmo sem grande vontade e sem sentir a Sua Presença), fazer retiros, estar com os mais necessitados... Enfim, tudo requer um crescimento.
O importante é não desistirmos de procurar essa relação tão especial com o Pai. Não é fácil. Há momentos de desânimo, de euforia, de muita calma... Mas, com a ajuda Dele, com a ajuda de outras pessoas e com a nossa preserverança, vamos lá chegar.
E depois? Ficamos por aí? Nem pensar. Temos de continuar a crescer e a aprender a falar com o Pai. Devemos continuar a pedir-Lhe que nos oriente e que saibamos amá-Lo e amar o próximo. É preciso oração, palavra e acção constantemente, como dizia Stª Teresinha do Menino Jesus, para que a relação com o Pai não arrefeça. É tal e qual como manter uma relação com um amigo. Não se pense que vamos ficar fanáticos ou sentirmo-nos escravos de Deus. Pelo contrário, é quando descobrimos como Ele é de facto Amor e como o Seu jugo é tão suave.
Todos nós podemos conseguir isto. Não importa o passado, o presente, se somos consagrados ou leigos.