quarta-feira, julho 24, 2024

 

Ver o outro como ser humano

 


No Metro costumo ver, às vezes, rapazes vestidos de mulher. São os não-binários, ou seja, não se consideram estritamente masculinos ou femininos. Apesar de não notar olhares de gozo – pelo menos, de forma explícita -, apercebo-me da angústia e da insegurança de algumas destas pessoas não-binárias.

Houve uma que me marcou de forma particular, porque era bem visível que estava com medo das reações das pessoas. Fez-me confusão todo aquele sofrimento. Não vou esconder que, para mim, ou há homem ou há mulher. É uma questão científica e, mesmo em termos de saúde, o não-binário tem de ser tratado consoante o sexo com que nasceu. Logo, o sexo (biológico) conta, não é uma imposição cultural.

Mas também não gosto de olhar para os não-binários como “seres estranhos e alucinados”. No caso concreto deste rapaz, o sofrimento era bem visível e, de certeza, que Jesus não lhe ia virar as costas… Não concordar com a ideologia de género, não nos dá direito em maltratar o outro, que continua a ser nosso irmão ou irmã em Cristo.

Sei que tudo isto é polémico. Mas, na minha opinião, o problema está no extremismo com que se veem as coisas hoje em dia. Se sou contra, tenho de pôr a pessoa de parte. Se sou a favor, não a coloco de parte. Isto faz sentido aos olhos de Deus? Não. Ele próprio deixou o exemplo. Ia ter com as pessoas e mostrava-lhes que as amava, apesar de ser contra o que faziam.  E com este amor, mudou muitas vidas… Amemos e oremos mais, em vez de apontar o dedo...

quinta-feira, julho 18, 2024

 

Olhar para o abuso sexual sem rodeios

 


Nas últimas horas foi dado a conhecer que o padre Abbé Pierre, fundador da Comunidade Emaüs, e um defensor dos marginalizados, foi acusado de abusos sexuais. A denúncia é da própria comunidade e remete, de alguma forma, para a confissão do próprio padre antes de morrer: “cometi o pecado da carne”.

Mais informações deverão, entretanto, ser reveladas… De qualquer forma, este caso também me chamou a atenção para a forma como a Comunidade Emaüs lidou com tudo isto. Após a confissão de uma mulher, procuraram saber a verdade. Puseram de lado a admiração enorme que tinham pelo fundador e escutaram as vítimas.

Por outras palavras, a dor e a admiração pelo padre não os impediram de pensar nas pessoas que escondiam, há anos, um dos piores traumas que se pode viver nesta vida. Defender a Igreja também é isto. É preciso ir à procura da verdade, por mais dolorosa que seja, porque a cruz do abuso sexual é maior do que a cruz de se ver os ‘podres’ de alguns membros da Igreja.

A dor de Jesus e da Mãe são, sem dúvida, muito maiores, se se optar por esconder crimes, no intuito de se manter uma imagem.

A partir de agora, seja qual for o desfecho deste caso, a forma de atuação deve servir de exemplo. Não se pode virar a cara a quem denuncia abusos sexuais. Há casos que são mentira? Sim, já aconteceu. Como acontece fora da Igreja. Mas, a grande maioria, é verdade. Por que razão só agora falam? A Psicologia explica-o muito bem. O abuso sexual paralisa qualquer um, sobretudo quando perpetrado por alguém que é poderoso e idolatrado.

A Igreja só vai conseguir purificar-se destes crimes horrorosos, enfrentando-os. E, claro, com muita oração e com muita reparação…

Deixo contactos para quem possa precisar de pedir ajuda (sejam casos da Igreja ou não):

https://grupovita.pt/contactos/

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/

terça-feira, julho 09, 2024

 

O ativismo na Igreja mata o amor



Será possível trabalhar para Deus, sendo constante e empenhado, e perder o amor por Ele? Sim, é um risco a que todos estamos sujeitos. Não sou eu que o digo, é a Palavra de Deus. Em Ap 2, 2-4, Deus fala assim à Igreja de Éfeso:

“Conheço as tuas obras, as tuas fadigas e a tua constância. (…) sofreste por causa de mim e não perdeste a coragem. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primitivo amor.”

Perder o primitivo amor é deixar de fazer as coisas por amor a Deus, perder o ânimo inicial. Com a falta de trabalhadores para a messe, é fácil cair, inconscientemente, no ativismo, acabando a fazer-se muita coisa, sem sequer se pensar se Deus o quer.

Tenho meditado nesta passagem da Bíblia, nos últimos dias, por causa de um livro que estou a ler e que fala desta questão. Por vezes (ou muitas vezes), quando nos deixamos levar pelo ativismo na Igreja, descuramos a oração e nem sequer procuramos quem nos oriente espiritualmente.

Associado a tudo isto, estão as feridas mal saradas que carregamos dentro de nós e que nos podem levar a fazer muita coisa, apenas para sermos vistos. Muitas vezes, nem sequer temos noção disto. E não temos, porque não paramos, não fazemos silêncio, não pedimos orientação espiritual, não conhecemos (ou não aceitamos) essas feridas...

Assim, se perde o “primeiro amor”, a vontade de fazer obras somente por amor a Deus, o empenho inicial. Tornamo-nos ‘Martas inquietas’, que não procuram o mais importante, que nunca lhes será tirado (Lc 10, 38-42)… E adoecemos, acabando por pôr em causa o mandamento “Não matarás”, que também se aplica a cuidar da saúde (a nossa e a dos outros). E, desta forma, os frutos não serão os mesmos…

Ajudai-nos, Jesus, por intercessão da Mãe, a parar, a fazer silêncio, para saber qual a Tua Vontade. Envia-nos, também, mais trabalhadores para a messe. Ámen.



terça-feira, julho 02, 2024

 

O que oferecer a Jesus e à Mãe?

 


Pedimos tantas coisas a Jesus e à Mãe. Não tem mal, claro. Mas, desta vez, poderíamos fazer algo diferente: dar-Lhes uma prenda, apenas porque Os amamos – mesmo que de forma muito imperfeita. A melhor prenda é, obviamente, fazer a Vontade do Pai. Mas, neste caso, refiro-me também a algo simbólico: uma flor, uma oração, um desenho, uma canção, o sorriso de uma criança…



sexta-feira, junho 28, 2024

 Oração, "a família está sob ataque"


A Mãe bem nos alerta para a importância da oração, nomeadamente em família. Estamos à espera do quê para pedir a Jesus a graça de se conseguir orar e meditar a Palavra de Deus em família? Orar, meditar e, claro, pôr em prática...

"Queridos filhos! Alegro-me convosco e agradeço a Deus por me permitir estar com vocês para conduzi-los e amá-los. Filhinhos a paz encontra-se em perigo e a família está sob ataque. Convido todos, filhinhos, a retornarem à oração em família. Coloquem a Sagrada Escritura num local visível e leiam-na todos os dias. Amem a Deus sobre todas as coisas, para que vivam bem na terra. Obrigada por terem atendido ao meu chamado.”
Mensagem da Mãe, em Medjugorje, 25 de junho 2024

quinta-feira, junho 20, 2024

 

Não és perdoado

 


Há passagens da Bíblia que não podem ser ignoradas. Esta é uma delas:

“Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas faltas.” Mt 6, 14-15

É Jesus que o diz… Será que já perdoámos, de coração, a quem nos magoou ou nos maltratou?

Ajuda-nos, Espírito Santo, a ver se realmente perdoámos ou se ainda resta alguma mágoa. Cura-nos deste tipo de sentimento e ajuda-nos a perdoar de todo o coração, para sermos perdoados e para ajudar quem nos fez mal a ver que o amor e o perdão fazem mais sentido do que o ódio e a vingança. Ámen.


sexta-feira, junho 14, 2024

Um encontro de Amor


Já repararam que, hoje em dia, é comum venderem-se encontros e retiros de silêncio? Mil e um movimentos/grupos oferecem momentos de tranquilidade e de silêncio. Infelizmente, muitos, levam-nos a adorar falsos deuses... Quantos católicos vão atrás disto... O ser humano tem fome e sede da oração em silêncio, contemplativa. Daquela oração que acalma o coração, que conforta a alma, que nos faz sentir amados. Sente falta da oração que é dita de coração, sem ser necessário muitas palavras.

Mas, sabem, na Igreja Católica já existe essa oração há  2 mil anos. E não é preciso ir a um retiro - embora, a Igreja também os tenha. Basta entrar numa Igreja, principalmente quando está Exposto Jesus, e ficar ali, em silêncio, a olhar para Ele. Olhamos para Ele e Ele olha para nós. Não são necessárias muitas palavras. Basta ficar, sabendo que temos um Deus maravilhoso, que nos ama, mesmo cheios de pecados. 

Aproveitemos este silêncio, este momento de contemplação, para amar e para nos sentirmos amados. O nosso mal, muitas vezes, é não conhecermos o Amor que Deus tem por cada um de nós...

Para terminar, aconselho-vos a ler o livro "Testemunhos Eucarísticos", da querida amiga Marisa Ferreira Neto. Contém testemunhos maravilhosos da diferença que faz deste encontro de amor entre Deus e cada um de nós...

PS: Na imagem deste post, está o contacto para quem quiser pedir o livro. Quem não pode deslocar-se a uma Igreja, por motivos de força maior, como doença incapacitante, pode fazer Adoração em casa, através da TV Canção Nova ou da Internet (canais de Adoração Perpétua).