domingo, outubro 01, 2023

 

 

Seguir Jesus numa alegre liberdade



Hoje, de manhã, a Joana fez os seus votos perpétuos como missionária comboniana. A sua missão é no Sudão do Sul, a terra de S. Daniel Comboni. Conheci esta grande amiga no Fé e Missão, o grupo de jovens dos Missionários Combonianos. Foram tempos maravilhosos de missão, com muita dedicação, em especial, ao nosso querido Bairro do Barruncho. Um bairro de barracas, onde fiz vários amigos e onde vivi e li a Bíblia…

O sorriso deslumbrante da Joana, em toda a Eucaristia, arrepiou-me e, confesso, jorraram lágrimas de alegria. Olhando para ela, via uma mulher livre e alegre, apesar das missões em terras de guerra e de fome. A sociedade olha para os consagrados como uns “coitadinhos”, “totós”, que vão para “esta vida” porque tiveram um grande desgosto de amor. Como estão errados!

Hoje, olhando para a minha amiga, percebi algo essencial para um cristão: a liberdade (alegre) em seguir Jesus. Uma liberdade que liberta, que nos leva, mesmo no meio de muitos espinhos, a não parar de levar a Boa Nova. Como seria bom que houvesse maior aposta no discernimento de vocações para todos sentirmos esta liberdade e esta alegria que, mesmo na cruz mais pesada, nos leva a caminhar para e com Jesus.

Isto vale para os consagrados, mas também para outras vocações: seculares, matrimónio, solteiros celibatários… Peçamos ao Senhor mais trabalhadores para a messe (Mt 9, 37-38), mas, antes disso, peçamos luz para saber como podemos melhorar nesta questão do discernimento da vocação…

Oremos pelas missões, oremos pela Joana! Que Jesus a encha de bênçãos e que a Mãe a proteja sob o seu Santo Manto. Ámen.  


sábado, setembro 23, 2023

 

É urgente visitar Jesus!

 


“Todos, todos, todos.” Permitam-me voltar a esta frase do Papa Francisco. Num momento em que se fala muito de quem pode ou não comungar, penso que é importante lembrar que na Adoração Eucarística, Deus está lá à espera de “todos, todos, todos”.

Infelizmente, Jesus continua muito sozinho em todos os sacrários, mesmo não impondo quaisquer condições para O visitarmos. Quantos problemas se resolveriam, quantas cruzes se carregariam com maior facilidade se estivéssemos mais tempo com Ele… Nem todos conseguimos estar uma hora ou mais, é verdade. Não podemos esquecer, por exemplo, quem vive numa localidade longe de uma igreja. Ou quem tem filhos pequenos e uma família não crente, onde ir à missa já é uma ‘ginástica’ de todo o tamanho.

Mas, nesses casos, pode-se ficar perante uma capela online ou num local em silêncio. Podem ser apenas 5 ou 10 minutos por dia, mas é melhor do que não dar qualquer atenção a Jesus. Neste apelo do “todos, todos, todos” é preciso incluir, com urgência, a Adoração ao Santíssimo. E por que é urgente? Porque Jesus sofre por não irmos ter com Ele. Sofre por ver que tem tantas graças para nos dar e que não as vamos buscar. Graças que são para nós, para os nossos e para quem não conhecemos.

Vamos todos ter com Jesus na Eucaristia e criemos uma relação de amor e proximidade com Ele. Levemos também Jesus ao encontro das pessoas, convidando-as a estar, em silêncio, com Jesus, para sentirem o Seu Amor e Misericórdia. Podem estar afastadas da Igreja, podem ser divorciadas, casadas, solteiras, recasadas…Podem até estar no meio da miséria e dos vícios… Na Baixa de Lisboa veem-se, por vezes, mendigos e toxicodependentes a entrar na Igreja para orar. Jesus fica, com certeza, bastante feliz por ver que todos podem ir ter com Ele…

Nestes encontros vamos com certeza crescer na nossa fé e amor por Deus – independentemente dos altos e baixos – e, em vez de irmos buscar apenas graças, vamos querer também fazer-Lhe companhia e fazer reparação. Porque, no amor, é assim: queremos o bem de cada um. Deus quer o nosso bem e nós queremos o Seu bem.


 

domingo, setembro 17, 2023

 Se queremos a cura, perdoemos…


Não vou fazer comentários. Apenas vos convido a meditar a Palavra de Deus sobre o perdão, que é bem simples e direta. Quem quiser, pode partilhar o que mais o tocou.

 Livro do Eclesiástico (Ben Sira) 27,30.28,1-7

“A ira e o furor são duas coisas execráveis; só o homem pecador os nutre no coração.
Quem se vinga sofrerá a vingança do Senhor, que pedirá minuciosa conta de seus pecados.
Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas.
Um homem guarda rancor contra outro e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?
Se ele, que é um ser de carne, guarda rancor, quem lhe alcançará o perdão das suas faltas?
Lembra-te do teu fim e deixa de ter ódio; pensa na corrupção e na morte, e guarda os mandamentos.”


 

 

sábado, setembro 09, 2023


 

Quando a desgraça é a salvação


O sismo em Marrocos fez-me voltar uns anos atrás, quando houve uma catástrofe idêntica. Não me recordo do país, mas lembro-me como se fosse hoje a foto de uns escombros onde se via a mão de uma mulher a segurar o terço.

Quantos terão olhado para aquela imagem e terão questionado? “Onde está o teu Deus?” ou “Onde estás, meu Deus?” Aquela mulher era crente, ainda conseguiu agarrar o terço - ou estava a rezá-lo no momento do abalo -, mas não sobreviveu.

São histórias como esta que levam a uma crise de fé ou até ao abandono de Deus. E porquê? Porque nos habituámos, desde pequenos, a ver a fé como um escape ou como uma superstição. Não fomos habituados a viver a fé como uma relação de amor entre nós e Deus, que nos leva a amar o próximo. Devíamos aprender desde pequenos que Jesus não prometeu o fim do sofrimento nesta vida. Ele disse: “No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!” (Jo 16, 33)

Na cruz, Jesus foi visto como um desgraçado, um fracassado. Mas aquele momento de dor atroz era afinal a chave para a salvação de cada um de nós. Não foi uma derrota, mas a maior vitória.

O terço na mão daquela senhora pode mesmo ter sido a grande chave para ela e outros entrarem diretamente no Céu ou para diminuírem as suas penas no Purgatório. Pode ter sido a forma de evitar que ela sofresse ainda mais, porque, após um sismo, vêm outros problemas maiores como fome ou doenças infeciosas graves e letais.

Que Jesus nos ajude a olhar para as cruzes deste mundo com os Seus olhos, porque somos demasiado fracos - sobretudo nas grandes desgraças. E que console a dor destes nossos irmãos que perderam entes queridos e, nalguns casos, tudo o que tinham. Que dê força a quem possa estar soterrado e a todos aqueles que estão a ajudar, como bombeiros, médicos, enfermeiros, entre outros.


 

 

sábado, setembro 02, 2023

 

Recasados, divorciados e muita desinformação



Às vezes recebo mensagens no WhatsApp a criticarem o Papa Francisco por aceitar que os divorciados e os recasados podem receber a comunhão. São mensagens que dão a entender que ele faz tábua rasa das palavras de Jesus, de que quem deixa a sua mulher e casa com outra comete adultério (
Mt 19, 1-9).

Fico sempre consternada com isto, porque o Papa jamais disse isto. Uma coisa é o título sensacionalista de um jornal e a mensagem de grupos cheios de raiva, “apontadores de dedo”. Outra coisa, é o que o Papa diz e escreve.

Na encíclica Amoris Laetitia fica claro que a comunhão a divorciados e recasados é para casos muito concretos e que têm de ser discernidos entre o pároco e o casal/pessoa, ou seja, exige caminhada na Igreja. Note-se que, quando Jesus fala do adultério, também se refere, à união ilegítima (Mt 19, 1-9).

Existem situações muito graves, como casamentos forçados, alguns após violação. Não podemos cingir-nos ao nosso mundo europeu. A Igreja está viva em todos os continentes e culturas e existem situações dramáticas que são, inclusive, aceites legalmente em determinados países. Jesus é Amor e Misericórdia, não vai fechar as Suas portas as estas pessoas.

Jamais em lado algum, o Papa veio dizer que TODOS os recasados e divorciados deviam comungar. Ele não pode negar o que Cristo disse sobre adultério. Mas também neste caso, é preciso agir com Amor e Misericórdia. A pessoa, mesmo não podendo comungar, pode ajudar muito na Igreja. Estas pessoas não têm de ser excluídas, julgadas, tratadas como casos perdidos. Eles também são muito amados por Deus.

É importante ler e estudar os documentos da Igreja, indo às fontes fidedignas, como o site do Vaticano. E é preciso ter algum discernimento antes de reenviarmos alguma mensagem, porque podemos estar a partilhar mentiras. Mesmo dentro da Igreja há muitos Judas…


sexta-feira, agosto 25, 2023

 Oração de coração, sem fingimento



A Mãe alerta-nos muito para a importância da oração vinda do coração. Basta de oração vá, sem sentido, dita apenas por tradição ou medo! Que Jesus, por intercessão da Mãe, nos ajude a ter a graça da oração de coração. Ámen.

''Queridos filhos! Neste tempo de graça convido-os a rezar com o coração. Que seus corações, filhinhos, estejam voltados para o Céu em oração, para que seu coração sinta o Deus do Amor que os cura e os ama com imenso Amor. Estou com vocês para guiá-los no caminho da conversão do coração. Obrigada por terem atendido ao meu chamado." Mensagem Rainha da Paz, 25 agosto 2023

segunda-feira, agosto 21, 2023

O que me falta dar a Jesus?

 


O jovem rico do Evangelho de hoje (Mt 19, 16-22) cumpria todos os mandamentos. Mas, segundo Jesus, faltava-lhe desapegar-se da sua riqueza, distribuí-la pelos mais pobres e seguir Jesus.

E a mim? E a ti? O que falta para termos a vida eterna? Esta questão é central para todos nós. Devíamos passar mais tempo em oração e adoração, com momentos de silêncio, para percebermos o que não estamos a dar a Deus. Muitos de nós somos chamados a algo mais. A deixar a nossa vida rotineira e a seguir Jesus. Como? Só escutando Jesus iremos perceber…

 

Ajuda-nos, Jesus, a saber onde erramos, o que temos de aperfeiçoar, o que temos de manter e o que temos de aceitar para Te seguir. Não permitas que as nossas ideias e sonhos – mesmo que bonitos e bons – nos impeçam de ver aquilo que nos pedes. Ajuda-nos a aceitar as mudanças, por mais duras e radicais que sejam. Ámen.