
"Estou cansada. Tudo o que se faz é por hábito. Vai-se à missa por que é habitual, vai-se a Fátima por que é habitual, faz-se parte do grupo de jovens por que é habitual..."
Este é o sentimento de uma grande amiga minha. É uma pessoa com um coração extraordinário, mas, neste momento, está a passar por uma fase em que as coisas da Igreja lhe parecem distantes e robotizadas. Não consegue encontrar um sentido vivo para o que faz e isso provoca-lhe alguma angústia, porque a sua fé em Deus continua viva.
Às vezes também sinto isso. Mas acho que há uma razão: a falta de tempo para falar com Deus e para pensarmos, sob o Seu Espírito, naquilo que fazemos. Por vezes, estamos tão absortos nas nossas actividades paroquiais ou noutras que deixamos de ter tempo para pensar no que fazemos. Tudo por que não temos tempo para parar, estar em silêncio, rezar, falar com Deus. Ao contrário de Jesus, não temos por hábito sair para o monte e estar a sós com o Pai. A oração colectiva é muito importante, assim como as obras, mas e o Pai? É Ele que nos dá inspiração, força para continuar e nos aconselha qual o melhor caminho a seguir. Mas, como é que vamos saber qual é esse caminho, se não paramos para o ouvir?