sábado, setembro 02, 2023

 

Recasados, divorciados e muita desinformação



Às vezes recebo mensagens no WhatsApp a criticarem o Papa Francisco por aceitar que os divorciados e os recasados podem receber a comunhão. São mensagens que dão a entender que ele faz tábua rasa das palavras de Jesus, de que quem deixa a sua mulher e casa com outra comete adultério (
Mt 19, 1-9).

Fico sempre consternada com isto, porque o Papa jamais disse isto. Uma coisa é o título sensacionalista de um jornal e a mensagem de grupos cheios de raiva, “apontadores de dedo”. Outra coisa, é o que o Papa diz e escreve.

Na encíclica Amoris Laetitia fica claro que a comunhão a divorciados e recasados é para casos muito concretos e que têm de ser discernidos entre o pároco e o casal/pessoa, ou seja, exige caminhada na Igreja. Note-se que, quando Jesus fala do adultério, também se refere, à união ilegítima (Mt 19, 1-9).

Existem situações muito graves, como casamentos forçados, alguns após violação. Não podemos cingir-nos ao nosso mundo europeu. A Igreja está viva em todos os continentes e culturas e existem situações dramáticas que são, inclusive, aceites legalmente em determinados países. Jesus é Amor e Misericórdia, não vai fechar as Suas portas as estas pessoas.

Jamais em lado algum, o Papa veio dizer que TODOS os recasados e divorciados deviam comungar. Ele não pode negar o que Cristo disse sobre adultério. Mas também neste caso, é preciso agir com Amor e Misericórdia. A pessoa, mesmo não podendo comungar, pode ajudar muito na Igreja. Estas pessoas não têm de ser excluídas, julgadas, tratadas como casos perdidos. Eles também são muito amados por Deus.

É importante ler e estudar os documentos da Igreja, indo às fontes fidedignas, como o site do Vaticano. E é preciso ter algum discernimento antes de reenviarmos alguma mensagem, porque podemos estar a partilhar mentiras. Mesmo dentro da Igreja há muitos Judas…


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