sábado, outubro 07, 2023

 

Na Igreja és tradicionalista ou progressista?



Eis a questão dos últimos tempos. Pois bem, a minha resposta é esta: sou cristã católica e acredito numa Igreja una, santa e católica (universal). Obviamente, não vou tapar o sol com a peneira: existem ideologias na Igreja desde sempre. Esta dicotomia entre tradicionalista e progressista já vem desde os tempos da Igreja primitiva (com outras designações, claro).

O problema é quando se instala a desunião, os ataques verbais a uns e outros, como se a Igreja fosse exclusivamente dos tradicionalistas ou dos progressistas.  É preciso escutar-nos uns aos outros e tentar perceber, sob ação do Espírito Santo, o que deve mudar ou manter-se na Igreja. Neste caso, não me refiro à Sua Palavra que é, obviamente, imutável. Falo antes de maneiras de expressar a fé. Uns levantam os braços, outros usam véu, uns falam em latim, outros na língua materna…  Por exemplo: para uns, a Missa tridentina é a “correta”, para outros a “incorreta”. Mas por que temos de pensar assim? Desde que haja respeito...

Vejam isto: Deus tem-me encaminhado muito para aqueles que ninguém quer e que estão afastados da Igreja. E, como qualquer pessoa, têm vidas cheias de matizes, não se ficam pelo preto ou branco. A Missa tridentina, por causa da sua formalidade (não digo isto num sentido pejorativo, note-se), não atrai quem está afastado. Não é uma questão de estar certo ou errado, apenas não se sentem acolhidos, porque desconhecem ainda muito a Palavra de Deus. Andam às apalpadelas…

Mas, para outras pessoas, esta Missa é onde se sentem realmente bem. E então? Qual é o problema? Por que não podemos todos conviver na mesma Igreja, unidos em nome de Deus? O próprio Jesus adaptava o seu discurso consoante quem O ouvia. Note-se: não mudava o que o Pai ensinava, apenas falava e agia consoante os conhecimentos e a vida de cada um.

Vem esta reflexão a propósito do sínodo que estamos a viver. Há muitos medos e expectativas sobre as principais questões que estão em cima da mesa. Medo que a Igreja deixe de seguir a Palavra de Deus, medo que nada mude, esperança em se conseguir X ou Y. Falar, expor o que nos vai na alma não é um problema e basta ler na Bíblia Atos dos Apóstolos para vermos como a Igreja já se reunia para debater certas questões (At, 15, 1-6). Exemplo disso foi a questão da circuncisão. 

Como nesse tempo, não deixemos a ideologia falar mais alto, porque somos Igreja de Deus, não somos membros de um partido político. Todos juntos unamo-nos em oração e jejum/abstinência para pedir que o Espírito Santo traga o que é melhor para a Igreja dos nossos tempos.


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