O abraço da “senhora incómoda” que cura com amor
Deve ter perto de 70 anos, mas já há alguns
que não sabe quem é. É assim a doença… Quem olha para ela diz que é a “maluquinha”
e foge dela por ser “incómoda”. A doença mental continua a não ser aceite pela
sociedade…
Mas esta senhora não perdeu a noção de um
verdadeiro abraço. Chegando ao pé de mim, sorriu, olhou-me cheia de ternura e
abraçou-me! Meu Deus, que abraço tão bom, tão puro, tão verdadeiro!
Naquele momento lembrei-me do abraço de um
familiar bem próximo, que me devia ter protegido sempre… Tinha 7 anos. Como foi
diferente… Apesar da ligação de sangue e do dever de me proteger, abraçou-me de
forma fria, forjada. Senti logo que algo estava errado naquele abraço.
Rapidamente percebi porquê: estava uma vizinha à janela e convinha passar a
imagem de amor e de proximidade para ficar bem na fotografia…
Desde então que sinto dificuldade em abraçar
alguém, admito. O meu filho é o único abraço que recebo mesmo de braços
abertos. Sei que os outros não têm culpa do que me aconteceu aos 7 anos, mas
fiquei sempre com esta dificuldade.
Mas o abraço desta senhora foi o começo da
minha cura quanto a esse sentimento de desconfiança permanente de quem me
queira abraçar. Percebi que Jesus me abraçava naquele momento através daquela
senhora, daquela minha irmã em Cristo, e que me dizia: “Perdoa aquele abraço
mal dado, olha em frente e deixa que o amor renasça em Ti. Já te tinha enviado
o teu filho para te curar desse abraço, assim como as crianças das missões…
Agora enviei mais esta senhora, percebes?”
Jesus é maravilhoso! Resta-me agradecer e
pedir-Lhe que me ajude no que resta desta lembrança amarga, para realmente
perdoar de todo o coração, tal como gosto de ser perdoada.
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