segunda-feira, julho 30, 2007

Pelo e Com o Darfur!


Só estive em Fátima no dia 28, quando foi o encontro da Família Comboniana. Por motivos de trabalho, não consegui ir à caminhada. Foi um dia em cheio. Para além do encontro da família, tivémos o envio de vários missionários, leigos e consagrados, para outros países. Rezemos por eles!

Peço também que rezem pelo Padre Feliz da Costa que está no Darfur com os refugiados. No encontro, que decorreu no Paulo VI, tivémos uma exposição (que irá a outras localidades), onde falámos às pessoas sobre o drama do Darfur.

Para além de imagens da zona, tínhamos dois desenhos de crinças do Darfur. Como sabem, o desenho é utilizado na psicologia para ajudar a enfrentar os traumas. Ao mesmo tempo, testemunham as injustiças que são cometidas.

Um dos desenhos mostrava uma aldeia a ser incendiada. É o que mais acontece, infelizmente. Chega-se ao ponto de se pintar aviões com as cores da ONU para se bombardear aldeias. As pessoas pensam que vão receber comida e recebem a morte. Não é exagero. A própria ONU fez um comunicado a avisar para esta situação. O outro desenho impressionou-me particularmente. Via-se nitidamente que eram mulheres a serem violadas pelas guerrilhas. Em frente das crianças...


O Holocausto e tantas outras catástrofes humanas aconteceram porque o mundo se calou. Não nos calemos agora! A Plataforma África, que inclui várias instituições, como os missionários combonianos, tem uma petição a circular que será entregue às autoridades para fazerem pressão junto do Governo do Sudão. Ainda não está online, mas estará dentro em breve.


Até lá podem assinar a petição que será entregue ao embaixador da China e que está no site da Aministia Internacional, que também faz parte da Plataforma África. Em Timor e noutras ocasiões conseguimos fazer alguma coisa. Tentemos agora com o Darfur. A globalização não serve apenas para navegarmos na Internet e falar com pessoas de vários países. Também é uma forma de sabermos o que se passa e de ajudarmos quem mais precisa.


segunda-feira, julho 23, 2007

Caminhar até Fátima ... com e pelo Darfur

Zinat Abdu, 3 anos, diz que a casa onde vive agora é muito pobre comparada com aquela em que vivia em Bulbul e que no campo de refugiados de Kalma não tem ovelhas nem cabras para guardar e brincar… nem leite.

Ramadan estava prestes a casar com Leila quando vieram os janjaweed (milícia)… Destruíram, queimaram e levaram-lhe a querida noiva que nunca mais chegou a ver. Depois de dois anos Leila ainda estará viva? Talvez escrava?


Samia Ramadan, 5 anos. Chora e pergunta todos os dias pelos irmãos que foram mortos pelos janjaweed em Buram.


Estas são três histórias, reais, de irmãos nossos que estão no Darfur. São testemunhos enviados pelo Padre Feliz, missionário comboniano, que se encontra no terreno.


É por estas vozes e por muitas mais que o Centro Vocacional Juvenil (CVJ) dos Missionários Combonianos, organiza de 24 a 28 de Julho uma caminhada jovem a Fátima de oração com e pelo Darfur. Todas as orações, todos os pedidos, todas as partilhas têm como ponto central o sofrimento deste povo.


Rezemos com eles. Rezemos pelos que sofrem, pelos que tentam ajudar e pelos que fazem sofrer e estão cegos pela ganância e pela fome de poder e vingança.

sexta-feira, julho 20, 2007

Em oração... pelo Darfur!

Acabei de chegar da oração de TaiZé pelo Darfur. Agradeço, em nome da Plataforma África (http://plataformafrica.blogspot.com/), a todos os que estiveram presentes, pessoalmente ou em espírito. Graças a Deus foram várias as pessoas que se reuniram para pedir ao Pai que olhe por este povo que sofre tanto. Que olhe por quem sofre e por quem faz sofrer. Sim, os que fazem sofrer são os que estão mais doentes, mais cegos à Paz e ao Amor.


Há muito tempo que não ia a uma oração TaiZé. Senti-me... no lugar certo. Estava cansada, stressada, mas tudo isso ficou para segundo plano. O que mais me fascina nas orações TaiZé é a simplicidade de cada cântico, gesto, oração... e o silêncio. É no silêncio que sinto realmente Deus. Foi no silêncio que me entreguei a Deus Pai, sem véus, e senti que o Reino dos Céus está dentro de mim e não no exterior. Senti o Espírito de Deus dentro de mim e rezei com consciência do que estava a dizer, com amor, esperança e confiança.


Enfim, foi muito bom estar ali a rezar e a contemplar o Pai. Um dos momentos mais marcantes é quando ficamos à volta da cruz. Nunca o tinha feito. Senti que entregava o sofrimento do mundo, nomeadamente do Darfur, à cruz de Cristo. Senti mais profundamente a Dolorosa paixão de Cristo, que não é mais do que a Sua imensa e Divina Misericórdia e o Seu imenso Amor pela Sua Humanidade. Apesar desta Humanidade lhe virar tantas vezes as costas, preferindo acreditar em tudo, menos Nele... Ou quando passa ao lado e nem quer saber se há alguém a sofrer... Nem que seja um povo, nosso irmão, lá em África.


Não passemos ao lado do drama do Darfur e de tantos outros que andam por aí, longe e ao pé de nós.

quarta-feira, julho 18, 2007


Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.

Participa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.



domingo, julho 15, 2007

Ouçamos bem as palavras de Jesus...


Jesus fez um pedido a Santa Faustina, que também é dirigido a nós.


"O Meu Coração está repleto de grande misericórdia para com as almas, especialmente para com os pobres pecadores. Oxalá possam compreender que Eu sou para eles o melhor Pai, que por eles brotou do Meu Coração o Sangue e a Água, como de uma Fonte repleta de misericórdia; para eles resido no Sacrário como um Rei de misericórdia; desejo conceder graças às almas, mas estas não queirem aceitá-las. Ao menos tu vem visitar-Me com a maior frequência possível e recebe as graças que elas não querem aceitar, com isso consolarás o Meu Coração..." (Misericórdia: Minha Missão, Edições MIC, pag, 67)


Jesus está em todo o lado, é verdade. Mas, o Seu Corpo e Sangue está na Hóstia Consagrada em cada Sacrário. Quando foi a última vez que fomos visitar Jesus nessa Sua morada?

quarta-feira, julho 11, 2007

Uma das maravilhas és Tu, Jesus!

Mais um desafio. Desta vez da Sandra ( http://teologar.blogspot.com/) e do S. P. (http://sepadume.blogspot.com/) . Quais são as minhas 7 maravilhas... Aqui vai!


Deus
Era impensável não dizer que o Pai é a minha Grande Maravilha. Sim, Deus Pai, Amigo, Confessor... e não aquele deus que se tenta impôr como alguém castigador, intolerante e ditador. Esse não existe. Se Deus é Amor, porque se continua a insistir que Ele é mau e está sempre com um chicote na mão para nos castigar à mínima falha? A Sua Misericórdia é enorme! Está sempre de braços abertos, independentemente do nosso passado e presente! Se a Humanidade visse esta Misericórdia, de certeza que não haveria tantos fundamentalismos e tantas guerras...

Fé e Missão
Como gosto destas palavras! Não há nada como basear a nossa Fé na missão! A ida para os Missionários Combonianos foi uma prenda mesmo muito especial que o Pai me deu. É óptimo amar a Deus Pai, vendo Jesus Cristo no rosto do próximo. Há tantas pessoas a precisarem da nossa ajuda! Como seria bom que todos nós dessemos nem que fosse uma hora por semana a quem mais precisa...

Oração
Associado à fé e à missão tinha de estar a oração. É pena que nem sempre se saiba rezar. Devíamos pedir mais vezes a Jesus para nos ensinar a rezar, como fizeram os discípulos. Não vamos recitar apenas as orações que conhecemos. Vamos rezá-las, percebendo e pensando no que estamos a dizer e, claro, vamos tentar pôr em prática o que dizemos. Não esqueçamos que oração pode ser estar em silêncio, conversar com as palavras mais simples e banais... enfim há muitas formas de orar sem ofender a Deus Pai.

Família e Amigos
Associado a isto tudo estão a família e os amigos. Umas vezes a apoiarem-me mais na minha fé, outras vezes nem tanto... O que interessa é que os tenho junto a mim.

Os minhos bichinhos
Não me podia esquecer da minha cadela e da minha gata. São lindas e já estão comigo há 10 e 11 anos, respectivamente. Já são família.

Livros e Escrita
O meu grande vício. Ler, ler, ler.... Escrever, escrever, escrever... Há vícios piores! Eh!Eh!

Mar
Como é bom ver o mar! Ouvir o barulho das ondas, cheirar a maresia, escutar as gaivotas... E, claro, nadar. Sou um pouquinho patinha, admito! :)

domingo, julho 08, 2007

Olhar com outros olhos para os bairros sociais

Alguns missionários combonianos estiveram esta semana num bairro social. Brincaram com as crianças, mostraram-lhe o valor do Amor, deram mais força aquelas pessoas que lá vivem e que são alvo de discriminação. São-no por viverem num bairro onde há problemas graves, que trazem mau nome a todas as pessoas que lá vivem, mesmo que estejam inocentes.

Estive na missa de domingo. Gostava muito de ter estado a semana toda, mas o trabalho não deixou. Em conversa com os missionários não consegui deixar de me sensibilizar com os problemas destes bairros. É verdade que há problemas, por vezes graves, mas temos o direito de considerar que todos são iguais, que todos provocam conflitos? Já basta dizer que vivem num bairro social. A própia designação é discriminativa...

Regra geral, há instituições que se dedicam a tempo inteiro a estes bairros onde, muitas vezes, se cruzam culturas diferentes. Sejam instituições religiosas ou não, fazem tudo para que as pessoas sintam que devem lutar pela sua dignidade, que as crianças não têm de ter um futuro triste e de criminalidade...

Penso que devíamos olhar com outros olhos para os bairros sociais (maldito nome)... Já é altura de olhar para as pessoas que lá vivem como seres humanos de carne e osso, com sentimentos, tal como todos nós que vivemos em bairros "não sociais"... Muitas vezes, a chave está na aceitação de culturas diferentes... Como dizia o Padre João (comboniano), "há mais coisas que nos unem do que nos dividem". Temos de ter uma mente aberta para, como dizia uma irmã que está lá há alguns anos, saibamos ir ao encontro de ...

Nós, cristãos, queremos mostrar o rosto de Cristo. Aqui está uma oportunidade. Deixar que o Amor e a Misericórdia de Deus Pai se espalhe nos nossos corações para que chegue aos destes nossos irmãos que estão tão perto e ... tão longe.

O que fazer, então? Penso que, antes de mais, devemos mudar o nosso coração e a nossa mente, informando-nos sobre a realidade concreta destes bairros, tentando perceber o que está por detrás dos conflitos... Depois é ajudar. Há muitas instituições, religiosas e não religiosas, que precisam da nossa mão amiga que ajude pessoas que são seres humanos como eu e tu, que são filhos de Deus como eu e tu.

quinta-feira, julho 05, 2007


Amamos mesmo como Jesus nos pede?



Ao ler o post do meu amigo Nelson, no blog Jesus, meu Mestre (http://www.nelsonfnviana.blogspot.com/) lembrei-me de uma passagem que li num comentário do investigador José Dias da Silva que escreve para a revista Além-Mar dos missionários combonianos.

No final da sua crónica, ele deixa-nos uma pergunta bem pertinente:

"Por que será que, se acreditamos em Deus, damos tão pouca atenção aos pobres, já que o nosso Deus é primeiramente o Deus dos pobres e vai medir o nosso amor por Ele pelo amor que tivermos aos outros?"

Claro, que a pergunta tem mais em conta a atenção que se dá na prática, com gestos, palavras de conforto, companhia, resolução de problemas, enfim... agir como Jesus agia. Parece uma pergunta básica e já muito debatida, eu sei. Mas, aplicamo-la na nossa vida? Já nos questionamos bem sobre a nossa entrega aqueles que mais precisam?

segunda-feira, julho 02, 2007

Crianças que "brincam" ... com armas

"... fiz continência e corri para o fundo da fila, ainda a agarrar na arma mas com medo de olhar para ela. Nunca segurara uma arma durante tanto tempo e isso assustava-me. O mais parecido que tivera fora uma arma de brincar feita de bambu quando tinha sete anos." (página 140)


Esta é uma das passagens do livro "Uma Longa Caminhada", editado pela Casa das Letras. Relata a história real de um menino, Ishmael Beah, que brincava como qualquer outro e que, por causa da guerra, se tornou num menino soldado, que matava em nome de uma suposta justiça defendida pelo Governo do seu país, Serra Leoa.


Quantas crianças não vivem o terror que ele viveu? Infelizmente, é uma realidade bem comum em certos países. Mais do que nunca é necessário espalhar a Boa Nova de Jesus. E não me digam que isso é impôr uma fé. A Sua Boa Nova é o Amor, a Paz, a Tolerância... Dá para todos, independentemente da suas crenças. Mesmo quem não acredita em Jesus, mesmo quem diz matar em nome de um deus que não é o Pai - pois Ele só quer o nosso bem e que nos amemos uns aos outros - não pode deixar de admitir que se seguissemos os valores proclamados por Jesus, este mundo seria bastante melhor e não haveria crianças com armas na mão a matar.

O problema é que a ganância, o orgulho, a mania da vingança falam mais alto e já nem se poupa os inocentes de mancharem as mãos de sangue.