quarta-feira, outubro 17, 2018


“Fazer mal entre o cálice e a hóstia”:

 Não acreditemos em tudo o que nos dizem!





O que nos ensinam em criança sobre Deus pode marcar-nos durante muito tempo ou até para sempre se não viermos a conhecer a Palavra de Deus. Lembro-me que desde muito pequena me ensinaram que “entre o cálice e a hóstia” – era esta a expressão que utilizavam – se podia pedir para fazer mal a alguém. E não havia grandes hipóteses de “levantar esse mal” – mais uma vez a expressão que utilizavam.

Durante anos vivi aterrorizada com esta ideia e, como estava afastada da Igreja, acabei por acreditar. Admito que havia algo que para mim não fazia sentido. Se é Jesus que está ali, como se podia fazer mal? – perguntei-me a mim própria várias vezes.

Obviamente que esta crença é falsa. Como Jesus disse: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele, todos. Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados.” Mt 26, 26-28


O mal nada pode contra Jesus! Pelo contrário, “fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo”. 1 Pd 1, 18-19 

Como esta há outras crenças sem nexo, como não se poder rezar em determinadas horas ou dias santos ou não se pode errar nem uma palavra no Credo… Quem me ensinou tudo isto não o fez por mal, mas, de facto, o melhor é olhar para tudo segundo a Palavra de Deus, porque “toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e esteja preparado para toda a obra boa”. 2Tm 3, 17

Peço-Te, Jesus, que ilumines cada um de nós para que nos livremos de crenças falsas que nos podem afastar do Teu Amor e Misericórdia! Inunda com o Teu Preciosíssimo Sangue todos nós que precisamos de nos libertar de ideias falsas para que possamos ser testemunhas fiéis do Teu grande amor neste mundo tão cheio de sofrimento… Ámen.  


terça-feira, outubro 02, 2018


Nunca sabemos se foi a última conversa…
 

Nunca sabemos quando é a última vez que voltamos a ver a pessoa neste mundo tão imperfeito e é bem verdade. Por isso todas as conversas deviam acabar bem, em paz, com um sorriso.

O Rui deixou-nos ontem. Conhecia-o apenas das festas de aniversário de dois amigos, mas era inevitável não perceber a bondade que existia no coração do Rui.

Em mais uma festa, há pouco mais de 1 mês, conversámos muito sobre a sua doença, sobre o cansaço psicológico que acarreta toda a doença crónica e debilitante. Falámos muito de resiliência e, entre piadas, dizíamos que quando caímos temos que obrigatoriamente que nos levantar de seguida, por mais difícil que seja.

Quando me despedi do Rui nessa festa lembro-me de lhe dizer “Força, lembra-te do cair e levantar”. E ele, sorrindo, meteu-se comigo por causa do medo que tenho de andar de avião. “Não custa nada!” Rimos…

Ainda bem que foi assim. Despedimo-nos deste mundo imperfeito – haveremos de nos encontra na Vida que Jesus nos prepara – com sorrisos e com palavras de apoio.

Afinal, como Jesus nos diz, Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.” Mt25, 13 Por isso deveríamos despedir-nos em paz, mesmo que pelo meio tenha havido desentendimentos… Por isso deveríamos aproveitar cada segundo para amar, para pedir perdão e para perdoar…

Jesus, dá o descanso eterno e merecido ao Rui e ajuda-nos, cada dia, a amar, a perdoar e a pedir perdão, porque não sabemos o dia e a hora da partida. E que nesse dia, quando chegarmos ao pé de Ti, sejamos aqueles que, apesar das fragilidades e erros, soubemos aproveitar esta vida para amar (cfr. Mt 25, 31-46). Amén.