sexta-feira, janeiro 21, 2011

O teu jejum é assim?


«O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injus­tamente, livrá-los do jugo que levam às cos­tas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opres­são, repartir o teu pão com os esfo­meados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não des­prezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se.

A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!» Se retirares da tua vida toda a opressão, o gesto ameaçador e o falar ofen­sivo, se repartires o teu pão com o fa­minto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na tua escu­ri­dão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia.

O Senhor te guiará constante­mente, saciará a tua alma no árido de­serto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem re­gado, como uma fonte de águas ines­go­táveis. Reconstruirás ruínas antigas, levantarás sobre antigas funda­ções. Serás chamado: «Reparador de bre­­chas, restaurador de casas em ruínas.» Is 58, 6-12

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Entrego-te, Jesus, este irmão!


No último dia do ano fui até à Igreja. Era o final da tarde e, quando entrei, recebi uma prenda inesperada: estava exposto o Santíssimo. Como sabe bem estar com “Jesus escondido”, como diz o Beato Francisco Marto …

Estava de joelhos e senti que alguém se ajoelhou ao meu lado. Continuei a minha oração de silêncio e contemplação, mas aquela pessoa ao meu lado fez-me desconcentrar. Suspirava, mas de uma forma muito angustiante. Olhei para o meu lado e vejo um senhor muito pobre, com um ar terrível de sofrimento. Um olhar que, ao mesmo tempo, transparecia uma grande fé e amor. Não sei explicar bem por palavras, mas ele olhava com uma ternura tão grande para Jesus …

Começou a ficar agitado e parecia que estava a sentir-se mal. Perguntei-lhe se precisava de ajuda. Disse-me que era habitual o que estava a sentir e que só precisava de apanhar ar. Agradeceu-me a atenção e saiu.

Cá fora estava muito frio, mas ele continuou ali à entrada da Igreja. Aquela situação fez-me muita confusão e acabei por sair, para ver como o senhor estava. Disse-me que a falta de ar se devia a sequelas de uma Hepatite C que tinha contraído há uns anos. Perguntei-lhe se estava a ser acompanhado e disse-me que sim. Nem todas as noites tinha onde dormir, mas já estava na lista de espera de um abrigo e havia pessoas que o ajudavam.

Não lhe quis fazer mais perguntas, por uma questão de privacidade, mas o senhor começou a contar-me que estava naquela situação por ter feito escolhas erradas. Falei-lhe da Misericórdia e do Amor de Cristo e dos Seus braços abertos para nos receber a qualquer momento. Ele disse-me que acreditava muito em Cristo e sabia que, se estava a recuperar, era graças a Jesus, que lhe dava forças para se levantar.

Já vi muitas pessoas a prometerem que se vão levantar. Umas acabam por fazê-lo, outras não, outras ainda não o fizeram. Neste caso, senti que este senhor está de facto a levantar-se e acredito que vai consegui-lo.

Mas, para isso, ele precisa de muita oração. Peço-vos para rezarem por ele. Entreguemo-lo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria. Basta uma súplica, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria … Seja qual for a oração, lembremos estas palavras de Jesus:

“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”
Mt 18,30