sábado, maio 29, 2021

 

Revela-nos, Espírito Santo, onde dói! 


Falar em perdão é fácil, mas esquecemo-nos muitas vezes que é sempre uma graça de Deus, que depende da nossa vontade, sem dúvida, mas não das nossas forças. Isso vê-se principalmente em situações muito dolorosas e graves, que mexeram até com a nossa própria integridade física e psicológica. Ou de quem amamos...

Até ao domingo passado (Pentecostes) achei, sinceramente, que restava pouco de uma situação que vivi há uns anos e que me levou a conhecer na pele o chamado stresse pós-traumático. Mas, afinal, não era bem assim. O Espírito Santo permitiu-me VER o que ainda estava cá dentro por resolver e que me impede de caminhar mais em Cristo por ainda falhar no perdão.

Tem sido muito doloroso relembrar momentos de grande sofrimento. A dor da alma torna-se mais forte do que a dor física... Mas não deixo de louvar Deus pelas maravilhas que está a fazer em mim, porque sei que esta dor tem de ser encarada, sem se tapar o sol com a peneira, para me poder reerguer e ir em frente. Para poder perdoar totalmente.

Não tenham medo de pedir ao Espírito Santo para vos mostrar aquilo que vos impede de seguir Jesus. Pode até doer muito, mas vale a pena! Quando se tem uma doença, quanto mais tempo levamos a ir ao médico, pior acabamos por ficar. Na vida espiritual é o mesmo.

Que o Espírito Santo venha pela poderosa intercessão de Maria, Sua Amadíssima Esposa, mostrar-nos o que deve morrer em nós para conseguirmos ter vida e vida em abundância (Jo 10, 10). Que Jesus nos cure, para a maior glória do Pai, para sermos suas testemunhas no mundo inteiro. Ámen.

 

 

 

sábado, maio 15, 2021

 

Conversar, chorar... também é oração!

 


Há lágrimas que sabem bem, que acalmam a alma, que libertam... Foi assim que me senti há pouco na Eucaristia da Ascensão do Senhor, quando no cântico final entoaram o Avé Maria. Todo o peso, cansaço, mágoa, confusão caíram por terra ao escutar aquele cântico que me acompanhou tantas vezes em criança.

Enquanto procurava escondê-las das outras pessoas, senti uma enorme paz e revigorei as minhas forças. Saí diferente, com mais força, com mais coragem para enfrentar aquilo que me magoa neste momento.

Tudo isto me fez lembrar o que digo muitas vezes aos meus meninos da catequese: rezar o Pai Nosso e a Avé Maria é muito importante, mas essas orações não nos devem impedir de conversar com Deus e com a Mãe. De Lhes contar o que sentimos de bom ou de mau e até de rir ou chorar com Eles. Nunca nos esqueçamos do que Jesus prometeu no dia da Sua Ascensão: “Eis que estou convoscoaté ao fim dos tempos.” Mt 28,20