quinta-feira, outubro 07, 2010

Confissão: Fonte de Amor e Misericórdia



"Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21-23).



O sacramento da Confissão ou Reconciliação sempre gerou polémica, apesar de ter sido Cristo a dizer as palavras que cito no início deste texto. Mas, polémicas aparte, vou falar deste sacramento da forma como o sinto. E faço-o como alguém que já passou pela fase de não o aceitar.

Numa das últimas confissões senti, mais do que nunca, como este sacramento é uma fonte de graças e uma reconciliação com o Pai. Depois de sair do Confessionário senti uma paz maravilhosa. Como é bom reconciliar-nos com o Pai! E naquele momento dei por mim a meditar nisto:

- Como é bom viver o sacramento da Reconciliação por amor ao Pai e não por medo. Como é bom pedir perdão a quem mais nos ama e a quem não nos vai atirar à cara os erros passados. Pelo contrário, mesmo sabendo a nossa dificuldade em mudar e mesmo sabendo que nalgumas coisas vamos voltar a cair, Ele confia em nós e dá-nos força para caminharmos. Esta força e confiança ajuda-nos a sair do buraco e a deixar vícios terríveis que magoam o Pai, que nos fazem mal a nós e aos que estão à nossa volta ...

- Como é bom saber que o Pai está sempre de braços abertos e nos aceita. Perdoa, ama-nos vezes sem conta. Ama-nos tanto que nos deixou este sacramento.

- Por que é importante ter este sacramento? Porque ajuda-nos a ser mais humildes, a meditar mais na Palavra de Deus

- Por que razão vamos ter com um padre? As palavras com que inicio este texto são de Cristo. Ele sabe o que é melhor para nós. Além disso, a confissão com alguém que é humano como nós, ajuda-nos a sermos mais humildes e a vermos quanto magoamos Jesus quando nos afastamos Dele. O embaraço que sentimos, por vezes, mostra-nos isso e ajuda-nos a cumprir o compromisso de não voltarmos a cometer certas asneiras.

- Há uma lição que nunca mais me esqueço. Na fase em que não aceitava este sacramento, li uma frase num livro de Ignacio Larrañaga que nunca mais me esqueço. Não tenho o livro comigo, mas deixo a menagem: "A fé é mais saber que sentir." E, de facto, a partir de certa etapa da nossa fé é assim. Eu não sentia nada de especial na Confissão, mas sabia que era um sacramento pedido por Cristo. Então, se confio Nele, por que hei-de deixar de ir à Confissão?


As nossas mães também se esforçam, quando somos pequeninos (e se calhar até depois) para que consigamos comer a sopa ou o peixe. Na altura não gostamos e não entendemos o que a mãe nos pede. Mas, mais tarde, vamos perceber que ela tinha razão. Com Cristo é o mesmo.

A partir do momento em que aceitei ir à Confissão, mesmo sem sentir nada, foi quando descobri a graça maravilhosa do sacramento de Reconciliação. Confia em Cristo e bebe desta fonte de Amor e Misericórdia! :)