sexta-feira, junho 29, 2018




Testemunho na prisão: “Jesus é fantástico!”




“Jesus é fantástico!” A frase foi dita vezes sem conta pelo Padre Dâmaso, conhecido como o “padre das prisões”. Faleceu recentemente aos 87 anos, mas a sua marca vai ficar por muito mais tempo nos corações de muitos reclusos e ex-reclusos.

Este homem de Deus nunca parou de mostrar a verdadeira imagem de Jesus: um Deus misericordioso que ama e que luta pela salvação – física, psicológica e espiritual – de todos nós, mesmo se cometemos um ou vários crimes.

No outro dia tive acesso a um testemunho de um recluso que conviveu com o padre e que agradecia por ele o ter ajudado e a outros “a chorar os nossos erros mas sem deixar de viver na esperança”. Continuando, relembra que o Padre Dâmaso lhe relembrava que “só há um Deus, o Deus do amor, do perdão e que nunca nos abandona, procurando-nos sempre”.

Este é um testemunho de alguém que cometeu um crime e que ainda está atrás das grades e que, na minha singela opinião, deve fazer-nos refletir. Até que ponto conseguimos transmitir esta imagem – a que é realmente verdadeira – de Deus? Se calhar até o fazemos com quem achamos que “se porta bem”. Mas será que o fazemos com quem já cometeu graves erros na vida?

Quando falo em erros graves não tem de ser obrigatoriamente daqueles que nos levam a tribunal e a uma prisão. Um erro grave pode ser simplesmente fechar os olhos perante uma mulher, nossa vizinha, que é maltratada pelo marido e a quem nunca damos a mão … Se for preciso até a condenamos, dizendo que “se calhar gosta de levar porrada” …

Que o exemplo deste padre nos leve a refletir e a meditar nas nossas próprias ações e na maneira como mostramos Jesus aos outros, independentemente dos erros cometidos ao longo da vida para que o nosso testemunho seja o de que Jesus é fantástico…

Como Ele próprio nos diz: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.” Mc 2, 17


sexta-feira, junho 08, 2018



Que imagem de Jesus deixo refletir na minha vida?





Uma amiga contou-me uma história que me deixou triste, como cristã católica. E que nos deve levar a pensar na imagem que passamos de Jesus. Não falo dos erros que todos cometemos, mas daquelas falhas de amor que não devem ter justificação, se é que me entendem…

Esta amiga esteve recentemente em países onde há muitos budistas. Conviveu com uma cultura muito diferente da nossa, mas uma imagem ficou bem marcada no seu coração: A forma como as pessoas se ajudavam umas às outras. Por exemplo, às 5h30 da manhã vão para a rua distribuir comida aos monges que, por sua vez, a dividem com as crianças e famílias mais pobres.

Quando me falou disto, lembrou-se do que se tinha passado numa peregrinação que fez a pé a Fátima. Dessa vez, apesar de se ir em oração, houve quem tivesse reservas em deixar um outro peregrino, que caminhava sozinho, comer no mesmo local. A razão prendia-se com a logística, porque não se contava com o prato dele… Graças a Deus, tudo se resolveu e obviamente que aquele peregrino comeu com o grupo e a maioria do grupo não levantou problemas.

Com estes exemplos, questiono-me: Até que ponto, cada um de nós que nos dizemos cristãos, somo-lo de facto? Até que ponto deixamos a Palavra de Deus ser Vida em nós?

Jesus diz em Mt 25 que seremos julgados pelo amor ao próximo, como dar de comer e de beber a quem tem fome e sede… Mas depois acabamos por viver, muitas vezes, como não cristãos, não humanos, escondemo-nos nos nossos próprios interesses, fechamo-nos em regras que são tudo menos humanas e cristãs.

Não entendam este post como um julgamento, mas como uma reflexão para todos – inclusive para mim própria – sobre a imagem que passamos de Jesus e façamos como aquela mulher muito pobre que, após receber uma tigela de arroz da Madre Teresa de Calcutá, foi dividi-la com a vizinha, porque valia mais cada uma ter pouco do que só uma ter tudo e a outra não ter nada.

segunda-feira, junho 04, 2018


Satanismo? Até aí Jesus te vai buscar para te amar!




Testemunho de Isabel Margarita Rojas Leiva, do Chile, dos Missionários Leigos Consagrados no Espírito Santo, no decurso de uma das suas missões em Espanha.

“Um certo dia, o meu bispo enviou-me pela primeira vez a uma prisão de jovens. Quando estava com eles, comecei a tocar guitarra. Aproximaram-se todos e formaram um círculo à minha volta, juntando as suas vozes à minha, excepto um jovem que ficou sempre no seu canto.

Quando os cantos terminaram, dirigi-me a ele, mas apenas me tinha aproximado, ele disse:
-Não se aproxime de mim! - vendo a minha surpresa disse de novo:
-Não se aproxime, eu sou mau. E mostrou-me uma tatuagem de Satanás nas costas.
Nesse momento, sem saber porquê tive a ideia de lhe perguntar:
-Diz-me, quando foi que a tua mãe te beijou pela última vez?
-Não o fez nunca - respondeu, e rompeu em soluços.
-Posso beijar-te?
Não sei porque lhe disse isso, pois eu tinha uma certa repugnância. Mas, apesar disso beijei-o. Depois falámos durante muito tempo sobre o amor de Deus. Quando chegou o momento da despedida, ele disse-me:
- Se me ama verdadeiramente, dê-me a cruz que traz ao peito!

Devo confessar que este pedido me causou um aperto no coração. Esse crucifixo tinha, para mim, um grande valor sentimental porque era a ultima recordação que conservava da minha falecida mãe. Mas senti que Deus me pedia esse sacrifício e, inspirando profundamente, respondi:
-Eu amo-te; toma-o fica com ele!

Despedimo-nos e depois perdemo-nos de vista. Sete anos mais tarde, encontrei-o no decurso de uma outra missão. Ele já tinha saído da prisão. Com a cara transfigurada e radiante de alegria, aproximou-se de mim e disse-me:
-Lembra-se de mim, Isabel? Conhecemo-nos na prisão. Ofereceu-me este crucifixo. Depois baptizei-me! Agora pertenço à Igreja e recebo regularmente os sacramentos.

Não consigo descrever a alegria que senti nesse momento. Compreendi então que a Misericórdia Divina é infinita. Os milagres acontecem quando nos abrimos à Misericórdia Divina. Quando nos damos sem esperar nada.”

Fonte: Notícias de Medjugorge. Foi publicado na revista Mensageiro da Divina Misericórdia, distribuída pela Paróquia de Odivelas.