domingo, julho 30, 2023

 

A JMJ não é apenas uma guerra de milhões de euros…

 


Uma das coisas mais venenosas dos nossos tempos é olhar para a realidade apenas de um determinado ponto de vista. É como ter uma moeda e só ver uma das faces. Muitas têm sido as críticas aos gastos com a vinda do Papa. Pessoalmente, concordo que haja custos que não se justificam, numa altura em que tantas pessoas passam sérias dificuldades na vida. Mas o Papa é culpado disto? O Papa não manda nos governos dos países.

Além disso, parte dos custos são para recuperar a zona do Parque Tejo, um espaço que vai ficar para usufruto futuro da população. Entre outras obras que surgiram com a desculpa da vinda do Papa… Podem perguntar: mas tinham que o recuperar agora, quando há famílias que têm de optar entre ter um teto e comida? Concordo, deviam ter investido antes o dinheiro nessas famílias. Mas, mais uma vez, pergunto: que culpa tem o Papa?

Um dos momentos-chave deste evento é a visita do Papa ao Bairro da Serafina, numa zona onde ainda há pessoas sem saneamento básico. A Igreja escolheu este ponto da cidade para mostrar esta miséria. É um grito da Igreja para ver se, finalmente, alguém olha para estes nossos irmãos. A paróquia local criou alguns projetos de apoio, mas, obviamente, não tem poder para fazer muito mais, a não ser mais este grito de ajuda.  

Esta ida ao Serafina é a outra face da moeda. Acresce a alegria e a paz que estes jovens, do mundo inteiro, vêm trazer ao país. Vai haver apertos, sacrifícios, rotinas alteradas, mas vamos ver jovens empenhados num presente e num futuro melhor, a conviverem cara a cara, sem estarem apenas agarrados aos ecrãs, isolados no seu canto.

Sendo o dinheiro de todos os contribuintes, concordo que haja escrutínio. Mas resumir a Jornada às questões financeiras é muito redutor, até para o não crente. Além disso, temos que ter cuidado com a hipocrisia. Muitos dos que se mostram incomodados com os gastos deste evento, estiveram calados quando se investiu milhões em estádios de futebol para o Europeu…

 

quinta-feira, julho 27, 2023

 

Ama-nos e conduz-nos à conversão

 


Nesta Mensagem, de 25 de julho deste mês, a Mãe fala de algo que me toca particularmente. Primeiro, ama-nos e, por conseguinte, conduz-nos à conversão para também sermos testemunhas. Quantos de nós nos afastamos muitas vezes de Deus simplesmente porque não nos sentimos amados, mas condenados… Ajudai-nos, Mãe, a amar em vez de julgar, porque só assim o nosso próximo saberá que, apesar dos erros, Deus mantém-se à espera de braços abertos para o perdoar e para lhe mostrar o quanto é amado por Deus.  

 

Queridos filhos! Neste tempo de graça, no qual o Altíssimo me envia a vocês, para amá-los e conduzi-los no caminho da conversão, ofereçam suas orações e sacrifícios por todos aqueles que estão distantes e que não conheceram o amor de Deus. Vocês, filhinhos, sejam testemunhas de amor e de paz para todos os corações sem paz. Obrigada por terem atendido ao meu chamado. 

https://www.medjugorje.ws/pt/


sábado, julho 15, 2023

 

O muçulmano também é nosso irmão

 


Recebi um vídeo, via WhatsApp, em que se fala dos muçulmanos como se fossem o diabo. É muito triste, porque Jesus não faz aceção de pessoas (At 10, 34). Mesmo nos grandes erros, condena o erro e jamais hostiliza a pessoa, também filha de Deus.

Convivo há várias anos com muçulmanos, ou não vivesse numa localidade onde há uma mesquita. Sou amiga de alguns. Todos eles são contra o fundamentalismo que leva a matar em nome de Alá. São pessoas que ajudam muitas pessoas. Não merecem ser consideradas “terroristas” ou “ocupadores da nossa região para nos colonizarem”.

Entre os cristãos, católicos ou protestantes, também há pessoas fundamentalistas. Hoje não se fala em matar, como no tempo da Inquisição, mas mata-se no sentido de se condenar e de se discriminar os outros que são “os pecadores”. Sabem o que me lembra isto? Os fariseus, os que se achavam perfeitos e únicos detentores do direito à salvação. Jesus mostrou-se mais triste e chateado com eles do que com a mulher prostituta ou com o cobrador de impostos que roubava dinheiro. Porquê? Porque os primeiros tinham o dever de conhecer a Palavra de Amor e de Perdão. Os segundos não A conheciam.

Não nos deixemos contaminar por alas de extrema-direita – até podia ser extrema-esquerda, são extremismos e basta -  que querem insurgir-se dentro da Igreja, armados em donos da verdade como faziam os fariseus. A estes irmãos em Cristo temos o dever de lhes mostrar que Jesus não faz aceção de pessoas e que ama cada uma delas, mesmo aqueles que não O querem.

Em vez de vídeos cheios de ódio – logo um sinal de que não são de Deus -, devíamos divulgar que a comunidade ismaelita (muçulmana) está a ajudar nas Jornadas Mundiais da Juventude, indo inclusive disponibilizar espaço para os jovens. Mais um exemplo de como nem todos são “terroristas”…


sábado, julho 08, 2023

 

Quando se faz luz na outra Igreja…
 

“Há uma senhora na minha comunidade que era católica e ia regularmente à igreja, mas conta que ouvia as homilias e não percebia praticamente nada. Além disso, diz que agora se sente mais acolhida (…), faz verdadeiramente parte de uma família.” In Sete Margens

Estas palavras são de um pastor evangélico. Penso que a Igreja Católica devia refletir sobre isto. Esta senhora representa muitas outras que, durante anos foram à Missa, sem nunca conseguirem sentir-se Igreja. Um dia vão a uma Igreja Evangélica e faz-se luz… As razões poderão ser as mais variadas, obviamente.

Pessoalmente, penso que o que atrai mais as pessoas é isto: ambiente mais caloroso e acolhedor, por ser mais informal, partilha de emoções, oração espontânea, deixando o Espírito Santo soprar onde quer, cânticos mais alegres e formação mais simples sobre a Palavra de Deus.

Mas isto não existe na Igreja Católica? Sim, existe, mas nem todos o sabem. Há muitos grupos de oração que acolhem as pessoas, que as escutam, que são autênticas famílias e que dão formação sobre a Palavra de Deus.

São grupos cheios do Espírito Santo que tocam as pessoas e que as levam a ter uma vida de maior proximidade e intimidade, na oração, com Deus.

Então, por que os desconhecem? Na minha opinião, o problema tem raízes há demasiados anos. Muitos católicos – eu, incluída – fomos educados a ir à Missa ao domingo, a fazer promessas de vez em quando, a ir a Fátima uma vez por ano e a rezar uma ou outra oração nas aflições.

Atualmente, há muitos grupos de oração na Igreja Católica e esta realidade está a mudar, graças a Deus. Cada vez mais se vai, porque se quer e para se ter uma vida realmente comprometida com Deus. Mas, mesmo assim, ainda existem muitos resquícios desta maneira light de se viver a fé. É preciso evangelizar também dentro da própria casa…

Não digo isto para se ganhar fiéis e ficarmos com uma imagem bonitinha nas estatísticas. Não! Digo-o, porque, apesar de ter o máximo de respeito por outros credos, gostaria muito que estes irmãos pudessem beber da fonte maravilhosa que é o Corpo e Sangue de Cristo na Eucaristia. Também gostaria muito que se sentissem acolhidos no colo da Mãe, que não adoramos, mas veneramos e amamos.

Manda, Senhor, o Santo Espírito sobre todos nós! Ámen.