segunda-feira, março 30, 2009

A nossa vida vista no espelho de Jesus

Este fim-de-semana estive num retiro de silêncio. Foi ... realmente um encontro com Jesus. Havia muita coisa para dizer, mas muitas já tenho dito noutros posts. Deixo-vos apenas estas questões para meditarem. Invoquem o Espírito Santo, lembrem-se que Cristo é Amor e Misericórdia e que está de braços abertos à nossa espera. Ele não se escandaliza com os nossos erros. Ele só não quer o sofrimento que esses erros provocam em nós e nos outros.


Olhemos para as cruzes da nossa vida. Nelas, onde está Cristo? Não vale a pena fugir. Elas existem. Beijemo-las como Cristo e vejamos como Ele as carrega connosco. Quanto mais fugimos, maiores elas se tornam e mais difíceis de carregar.


Vejamos onde deixamos Cristo agir na nossa vida e onde não O deixamos agir. Onde apagamos o Espírito Santo? Na carreira, na família, nos estudos ... Amar Cristo, ser cristão é deixar-se transformar por uma pessoa: Jesus Cristo. Aquele que, mesmo quando não é amado, é admirado. Será que estamos dispostos a mudar a nossa vida, para sermos mesmo cristãos? Será que Ele é mesmo o Senhor da minha vida?


Claro, somos imperfeitos. Mas, isso não deve ser desculpa, para continuarmos a fazer certas coisas que não têm nada a ver com Cristo ...


E, cuidado com os falsos deuses/ídolos de hoje em dia que fazem apagar o Espírito na nossa vida. E deixo apenas um exemplo, muito actual: a falta de tempo... Há muitos que ficam abandonados por causa deste deus da falta de tempo ... Nem que seja uma hora ... Quantas coisas desnecessárias fazemos? O tempo é feito de prioridades ...


Que o Espírito Santo nos ilumine! E que não nos esqueçamos que Cristo está vivo. Que Ele nos ajude, porque, muitas vezes, vivemos como se Ele fosse apenas uma ideia ... Amén.













terça-feira, março 24, 2009

O que não se disse do Papa e do preservativo


Pediram-me um artigo de opinião sobre a temática. Partilho convosco. No blog posso dizer que escrevo como cristã, mas também como mestranda em Comunicação em Saúde. Estou a elaborar uma tese sobre a Prevenção das Infecções Sexualmente Transmitidas (IST) em bairros degradados na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

As declarações do Papa sobre o preservativo sem estarem contextualizadas criam muito mal estar. Sem dúvida. Mas, também acho que existe um grande desconhecimento do que a Igreja Católica faz no terreno. Quem conhecer as várias missões católicas pelo mundo sabe que a Igreja tem um papel importante a vários níveis e que … distribui preservativos em vários locais perante certas situações complexas. Aliás, a Igreja refere que há situações delicadas, como acontece em África ou entre casais com HIV/ Sida, em que se deve usar o preservativo.

Mas, não se fica por aí. A Igreja não acredita que basta o preservativo. Acredita que se devem transmitir também valores que levem à mudança de comportamentos e a uma maior noção da nossa vida e da vida dos outros. Refiro-me à responsabilização pelos nossos actos, do respeito pelos outros e pelo nosso próprio corpo, tendo noção que as doenças existem e se são evitáveis só temos de ter os comportamentos mais adequados.

E, de facto, o preservativo ajuda, mas não é tudo. É preciso haver responsabilização, conhecimento e noção de que a nossa liberdade termina onde começa a do próximo. Vejamos o caso do Uganda. O governo implementou um programa baseado na doutrina católica e no regresso aos valores tradicionais: promoveu sobretudo a abstinência e a monogamia. E só em último caso, aconselhava o uso de preservativo. As taxas de incidência de VIH baixaram de 15% (em 1991) para 5% (2001), de acordo com a OMS. Veja-se este caso em http://www.usaid.gov/our_work/global_health/aids/Countries/africa/uganda_report.pdf

Na Semana da Ciência do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (24 a 28 Novembro 2008), uma investigadora afirmou, perante uma plateia cheia de jovens, a necessidade da “monogamia” e da responsabilização pelos nossos actos. A questão extrava o mundo da religião.

Enfim, as palavras do Papa deveriam ter sido melhor contextualizadas, mas também acho que a Comunicação Social deveria falar das acções que há no terreno da parte da Igreja. Sou jornalista e nós temos algo que se chama “responsabilidade social”. Temos de ter noção das mensagens que transmitimos, isto é, devemos contextualizar as declarações dos nossos entrevistados e/ou dar o outro lado da questão. E isso não aconteceu. Lançaram-se as declarações e não se mostrou o que acontece no terreno. Com isto criou-se muito mal estar que não ajuda em nada a luta contra o VIH/Sida.

Além disso, sejamos sinceros: o Papa tem assim tanta influência? Tem junto de cristãos católicos bastante enraizados na Igreja (não falo de quem vai à Igreja de vez em quando) e que acreditam na monogamia e a praticam. De resto, não tem influência. É caso para dizer que este argumento não tem sentido.

sábado, março 14, 2009

O Perdão a Nós Próprios


Obrigado a todos pelas palavras amigas. No post anterior falei do perdão aos outros, mesmo quando estamos perante situações graves e ligações de sangue. Mas, com este lado mais difícil da minha vida também me tem ensinado uma coisa muito importante: o perdão a nós mesmos.
Já aqui falei da necessidade de nos perdoarmos pelas asneiras que fazemos. Quantas vezes vamos à confissão, mas continuamos a sentirmo-nos culpados. Jesus já perdoou. É a nossa vez de nos perdoarmos, com a Sua ajuda.

Mas, falo também da culpa que sentimos do que não somos culpados. A experiência de que falei ano anterior post começou quando tinha 6 anos. Agora tenho 28. Quando nos fazem mal, prinpalmente em pequenos, achamos que devemos ter alguma culpa. Com a idade vamos percebendo que afinal não é assim. Mas, à medida que perdoamos podemos sentir culpa.

À medida que perdoei sentia-me mal por não conseguir ter sentimentos de grande amor por quem me abandonou e me fez mal. Ainda hoje. Amo-os como filhos de Deus, perdoou-os, mas não consigo amar como se ama alguém tão próximo biologicamente ...

Sentia-me mal por isto. Pensava: “Meu Deus! Como posso sentir isto”. Em oração, com a ajuda de outras pessoas, com a Palavra de Deus percebi que não tenho de os amar como se costuma amar quem é do nosso sangue. Não por vingança ou raiva. Mas, simplesmente por que o Amor cultiva-se, mesmo entre familiares. O importante é perdoar, porque são filhos de Deus e é a Vontade do Pai. E, claro, devemos rezar muito pela sua conversão.

Pensemos nisto:

- O que eu faço está a afectar alguém? Está a afectar Deus Pai?
- Estou a cultivar o amor, mesmo em família ou estou a tornar-me um estranho para os meus familiares?
- Sinto alguma culpa que não devia sentir?
- Já me confessei e mesmo assim sinto-me culpado?

Oração:
Jesus cura os nossos sentimentos para que não deixemos de amar e perdoar e para que não deixemos que os que vivem à nossa volta (ou já fizeram parte da nossa vida) nos façam sentir culpados quando somos inocentes.
Maria, Mãezinha, reza por nós. Amén.

segunda-feira, março 09, 2009


Perdoar sempre! Não interessa as consequências …

Estou a passar por uma situação delicada. Algo que mexe muito comigo. Não vou expôr aqui o caso, porque teria de expôr a vida de outras pessoas. Mas, fica a meditação para este tempo de Quaresma.

Há pessoas que me marcaram muito nesta vida. Família, sangue que corre nas veias e bem de perto … Pessoas que me abandonaram, que não me deram carinho e amor quando precisava, pessoas que fizeram muito mal (violência física e psicológica)à minha mãe e ao meu irmão. Pessoas que sempre se acharam muito importantes, perfeitas. Pessoas que não admitem os seus erros, pondo a culpa para cima dos outros. Para cima de mim, que, quando tudo aconteceu, era uma criança.

Voltaram. Perdoei. Afinal, há muitos anos que rezava por eles. E continuo a fazê-lo. Não foi fácil voltar a falar com eles. Não por raiva. Como disse, Deus Pai deu-me a graça de perdoar. E como sabe bem perdoar, principalmente quando são coisas graves. Mas, para voltar a falar com elas, tive inevitavelmente que retirar do cofre muitas lembranças más, muitas coisas dolorosas ...
Fi-lo. Não me arrependo. Fi-lo, sobretudo, por amor a Deus Pai. Acredito que o perdão pode levar à renovação da vida de alguém que já nos fez muito mal. Mesmo que não leve, cumpri a Vontade do Pai. Isso é que interessa.

Mas, tirando excepções, as outras continuam a reagir como se não tivessem sido culpadas. Reagem, pensando que eu não me lembro de nada. Como se fosse possível esquecer cenas de violência … Como se fosse possível esquecer que uma parte da família me virou costas quando era pequena … E ainda têm o desplante de dizer que fui eu a minha mãe que virámos costas …
Dói! Não digo que não. Neste momento estou a aprender a lidar com a dor de se ter perdoado e de não se ver frutos (pelo menos para já). Dói ver a chantagem psicológica que fazem … Mas, não deixo de perdoar e de rezar por elas. E peço ao Pai que nunca o deixe de fazer. O perdão é demasiado bom e bonito, para ser estragado por quem não reconhece os erros. Além disso é a Palavra de Deus.

Peço-vos oração por estas pessoas. Muita oração. E, neste tempo de Quaresma, pensem a quem devem perdoar e os erros que devem admitir. Ao passar por esta fase da vida, não consigo deixar de pensar nisto:

Como Cristo se sente magoado todos os dias, ao perdoarmo-nos e ao ver que nós não queremos saber, não queremos admitir os erros …

PS: Hesitei em colocar este post. Mas senti que o Espírito Santo me impelia a fazê-lo. Acredito que poderá ajudar alguém …

segunda-feira, março 02, 2009

Para reflectir …

Estamos na Quaresma, o tempo que nos prepara para a Páscoa, a principal festa cristã. Deixo-vos, então, uma questão. Para todos. Para os que crêem e para quem não crê. Parem um pouco e pensem bem na resposta. Podem escrevê-la aqui ou não. O importante é pensarem. Eu vou fazer o mesmo.

O que é que te impede de te aproximares de Cristo, crendo Nele e amando-O?