quarta-feira, junho 26, 2019



“Quando a tempestade não te estiver a fazer bem, Deus vai acalmá-la.” 




“Quando a tempestade não te estiver a fazer bem, Deus vai acalmá-la.” Ouvi estas palavras do Frei Gilson e percebi como fazem todo o sentido. Obviamente que no meio da tempestade dá vontade de perguntar: Mas a tempestade pode fazer-nos bem?

Sim, pode. Há uma tempestade na minha vida que já vai em 26 anos… Não sei quando é que Jesus vai dizer “Acalma-te”, apenas sei que o vai fazer. E, olhando para ela, com todas as dores e medos que sinto, vejo claramente como esta tempestade me trouxe o principal tesouro desta vida: Jesus. Não um Jesus como ideia, mas Jesus Deus, Amigo, Irmão, Aquele que está vivo e que é a Vida.

Esta tempestade trouxe coisas horrorosas, momentos de grande sofrimento, mas também foi com ela que Jesus me mostrou como Ele nos pode dar a graça do perdão de coisas horríveis. Aliás, devia ser obrigatório pedir a graça do perdão nas nossas orações, porque só Jesus a pode dar e só Jesus nos ajuda a perdoar, de coração sincero, situações demasiado cruéis… Passaram alguns anos até conseguir perdoar, mas foi muito libertador quando o consegui…

Essa tempestade já me fez chorar muitas vezes, viver muitas inseguranças e medos, trouxe a doença, mas, mais que isso, permitiu-me VER Jesus! Sim, é verdade! Foi no meio do sofrimento que fiz as orações mais sinceras e simples, que me mostraram um Jesus muito próximo, com quem podemos e devemos falar a qualquer hora do dia.

Não sei quanto tempo mais tenho de levar com esta tempestade, só sei que quando não me trouxer nada de bom, Jesus vai dizer “Acalma-te!” e o mar vai amainar. E, desde já agradeço a Jesus por essa libertação que há de acontecer no tempo e na hora certa, isto é, no tempo e na hora de Jesus!

Irmão e irmã, não é fácil, nada fácil… Há atrocidades muito grandes nesta vida e provas muito duras, mas lembremos a Palavra de Deus: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.” 2 Cor 12, 9



segunda-feira, junho 24, 2019


Ninguém é um fardo! Deus ama-nos desde o seio materno!




“Quem se interessa por mim? O que ando a fazer neste mundo? Só dou trabalho.” Já ouvi estas palavras mais que uma vez da boca de pessoas idosas e doentes. Estão cansadas do sofrimento e de não terem a ajuda de que mais precisam. Ou então até têm, mas quem trata delas deixa transparecer que elas são um fardo na sua vida…

Lembrei-me particularmente destas pessoas hoje, quando li na Liturgia Diária, esta passagem: “Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe” Jr 1, 5

É triste ver como esta sociedade, dizendo-se laica porque livre, afastou esta Verdade de Deus da vida de tantas pessoas. Quantas deixariam de desejar a morte - ou até de cometer suicídio – e de se acharem um fardo se soubessem que Deus as ama e as conhece profundamente, com qualidades e imperfeições, desde o seio materno…

É maravilhoso! Mesmo tão imperfeitos, Deus ama-nos! Ama-nos ao ponto de se fazer Homem, de sofrer horrores e de morrer na cruz… Deus não é masoquista, mas louco de amor por nós, daí que tenha aceitado o sofrimento para nos levar à Vida Eterna!

E será que mesmo nós que conhecemos esta passagem nos lembramos deste amor todos os dias? Falando por mim … nem sempre. Aliás, até me lembro, mas não deixo que esse amor me transforme. Não deixo que esse amor me toque todos os dias para, pelo menos à noite, dizer: “Isto não correu muito bem, mas Deus ama-me e isso é o que interessa. Vou dormir, deixando que a Sua paz e amor me reconforte.”

Enfim… Jesus, ajuda-nos a reconhecer, a sentir, a saborear este Teu amor maravilhoso que nos queres dar desde o seio materno! E que O demos a conhecer a todos aqueles que passam pela nossa vida, porque esse Teu amor é, muitas vezes, a única tábua de salvação de quem se sente amargurado e cansado desta vida. Ámen.  



quarta-feira, junho 19, 2019


Devoções que nos abrem a porta ao Amor, à Misericórdia e à Vida!



Há imagens que nos ficam para sempre na memória. No quarto da minha mãe – e no meu, porque a casa era pequena – esteve pendurado durante mais de 20 anos um quadro do Sagrado Coração de Jesus. Desde muito pequena, olhava para Jesus e ficava admirada com a Sua beleza. Havia alguma coisa naquele quadro que me deixava parada, em contemplação…  

Os anos foram passando e mesmo quando estive afastada da Igreja continuava a olhar para o quadro. Até que um dia descobri a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria. Mal podia imaginar como a minha vida iria mudar…

A participação na Eucaristia nas primeiras sextas do mês - para o Sagrado Coração de Jesus - e nos primeiros sábados do mês – para o Imaculado Coração de Maria – fizeram-me descobrir como é tão bom ir ter com Jesus na Eucaristia. Deixei de dar importância ao padre que celebra, ao coro, ao horário…

Estar com Jesus na Missa e no Santíssimo Sacramento passaram a ser um verdadeiro momento de adoração e não tanto um dever de católica. A oração tornou-se cada vez mais íntima, sem grandes floreados… E, o mais importante, comecei a ver os meus erros e a perceber como ofendia – e ainda ofendo – estes Corações e como preciso repará-los.

Acima de tudo, tenho sentido o Amor e a Misericórdia de Jesus e como Maria, nossa Mãe, está sempre junto do Seu Filho para nos levar ao colo nos momentos mais duros da vida e para sorrir connosco quando as coisas correm bem.

Aqui ficam os links onde se pode conhecer estas devoções que são uma porta para o Amor, para a Misericórdia, para a Vida… E que não fazem apenas bem a cada um de nós, mas também – e sobretudo – a Jesus e a Maria, que tanto sofrem por causa dos nossos pecados…









sexta-feira, junho 14, 2019


Saí a correr da Missa e deixei Jesus sozinho…




A Eucaristia terminou e saí apressadamente, pensando nas tarefas que tinha pela frente. A caminho, percebi o que tinha acabado de fazer e senti-me muito triste. Apesar de ter tempo, não fiquei mais um tempo para adorar Jesus, para Lhe fazer companhia.

Senti uma tristeza enorme e não me saía da cabeça como Jesus está tão sozinho … Ama-nos tanto, sofreu (e sofre) tanto por nós, tendo morrido na cruz completamente flagelado… E o agradecimento que recebe é este: vamos à Missa, oramos, mas, de preferência, de forma rápida, para depois irmos à nossa vida.

No caminho fui pensando como estava a ser ingrata. Jesus nunca me abandona, está sempre comigo e eu não fiquei mais um pouco… Apesar da minha ingratidão, Jesus perdoa-me e, no mesmo caminho, Jesus envia-me uns pardais lindos, a cantarolar… Ele sabe como gosto muito de contemplar os pássaros e como esses momentos para mim são um “Eu amo-Te muito” de Jesus... Naquele momento apaziguei a tristeza, agradeci a Jesus por me ter mostrado quão ingrata tinha sido e pedi-Lhe para me iluminar com o Espírito Santo para que veja – com olhos de ver – quando O estou a magoar.

Partilho este momento também para refletirmos sobre o modo como tratamos Jesus. Será que as nossas orações são de intimidade e de verdadeiro amor ou são mais meras palavras que vamos dizendo da boca para fora, para cumprir um preceito? Será que vamos à Missa para estar com Jesus ou limitamo-nos a cumprir um preceito e, de preferência, em pouco tempo? Cumprimos tudo isto e depois não nos lembramos mais de Jesus ao longo do dia?

Não tenhamos vergonha ou medo da resposta. Se não for a melhor, lembremo-nos que Jesus nos ama e nos perdoa e peçamos-Lhe a graça da proximidade com Ele nas 24h da nossa vida.


sábado, junho 08, 2019

Vem, Espírito Santo! Renova-nos, faz-nos viver em abundância!






Jesus disse que enviaria o Espírito Santo e assim foi no dia de Pentecostes. Os discípulos estavam reunidos no Cenáculo em oração. Estavam confusos. Já não sabiam o que pensar. Não conseguiam compreender bem o que Jesus lhes tinha dito. A sua vida estava como que parada. Não sabiam o que fazer, como sair daquela situação. Viviam fugidos, apavorados com o presente e o futuro.
Mas continuavam a orar, apesar de não verem nada, a não ser obstáculos, obstáculos ... E naquela oração aconteceu o que Jesus lhes havia prometido: enviou o Espírito Santo. Um Espírito de Amor, Paz, Fortaleza …

E o que aconteceu?


Deixaram de ter medo, passaram a compreender o que Jesus lhes havia dito e o que Jesus lhes pedia para a Sua vida, ou seja, qual era a sua vocação. Precisavam do Espírito Santo para realmente verem, escutarem, falarem, agirem conforme a Palavra . Enfrentaram perseguições, o gozo dos outros, doenças, a morte dos amigos por serem apenas cristãos … Mas o medo e o desânimo já não os oprimia. Entregavam tudo para a maior glória do Pai. Quando o medo queria voltar, oravam e pediam para que Jesus enviasse o Espírito Santo para a maior glória do Pai.

E o que temos a ver com isto?Tudo! Somos homens e mulheres como eles eram. Temos medo, receios, o desânimo ataca-nos muitas vezes. As perseguições, o sofrimento, a doença são muitas vezes uma tormenta. Então sigamos o seu exemplo e continuemos a orar – mesmo sem nada ver – e peçamos o Espírito Santo. Para que, tal como os discípulos, nos tornemos apóstolos e vivamos a vida em abundância que Cristo nos quer dar ( Cfr. Jo 10, 10). Para que, tal como a eles, o Espírito Santo nos ilumine e nos fortaleça quando o medo quer voltar e quando as preocupações querem ocupar o centro da nossa vida, que deve ser guardado apenas para Cristo.

terça-feira, junho 04, 2019


Cuidar dos nossos, uma missão tão dura… mas tão bela, Jesus!





A sensação de que algo na nossa vida não nos preenche totalmente e que o mar da vida está demasiado agitado não tem de ser algo muito negativo. Pelo contrário. Pode ser a resposta para aquela pergunta que fizemos um dia a Deus: “Mas qual é a minha vocação? O que queres de mim, meu Deus?”

É isso que tenho sentido nos últimos tempos. Deus tem-me mostrado como só consigo encontrar a felicidade verdadeira quando cuido dos outros. Não para ser “boazinha”, mas para ser realmente eu, filha de Deus, feliz, cheia de vida. E, neste momento concreto da minha vida, esse próximo é quem vive comigo, não tanto os outros.

Tenho passado por várias coisas que me obrigam, mesmo doente, a cuidar da minha mãe, além, claro, do meu filho. Não tem sido nada fácil… Conjugar o trabalho com esta necessidade de estar próximo da família não tem sido mesmo nada fácil… A exaustão, as noites mal dormidas, a falta de paciência por causa do sono, a sensação de viver na corda bamba pelos mil e um problemas que vão surgindo como cogumelos …

Mas, Deus é maravilhoso! No meio de tanta dificuldade, da falta de forças – admito que tenho dias que me apetece chorar de cansaço, Jesus mostra-me o caminho que me conduz realmente à felicidade. Tal como nos tempos da missão para com os outros que não partilham comigo o mesmo teto: nos Combonianos, na catequese, no grupo de jovens Palotinos...  

Sinto que Jesus me tem permitido todas estas provações para ver qual o caminho que me leva à felicidade e à Vida Eterna, recordando que a missão não tem de ser longe da nossa terra ou fora de portas. Resta-me pedir força e muita luz do Espírito Santo, para que consiga levar esta missão até ao fim e para me recordar sempre, principalmente nos momentos de maior angústia, que: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.” 2 Cor 12, 9