sábado, janeiro 27, 2024

 

Yoga e reiki não são práticas cristãs

 


Estas palavras do título geram sempre grande confusão. Quer um como outro são bem aceites na sociedade – o reiki até é opção em hospitais – e quem experimenta diz que fazem maravilhas. Alivia o stress, minimiza a dor, etc., etc.

Uns padres/religiosos/leigos dizem que o cristão não deve enveredar por estas coisas, outros dizem que não há qualquer mal, outros ainda, são indiferentes. Em que ficamos?

O melhor é olhar para o que é o yoga e o reiki e comparar com o que nos diz a Palavra de Deus.

Yoga: De acordo com os textos hindus (uma religião de vários deuses) yoga, nas suas diferentes escolas, tem o objetivo de alcançar o Samádhi, a Iluminação da Consciência. Em suma, está ligado a uma filosofia de pensamento e de comportamento esotéricos. Os exercícios são uma parte de oito passos para se chegar a essa Iluminação. Daí um dos exercícios se chamar ‘saudação ao sol’…

Reiki: Os praticantes usam a imposição de mãos para transferir "energia vital universal" (qi) para o paciente com fins curativos. O mentor do reiki acreditava ter tido uma revelação mística e são usados símbolos …O mais poderoso é o Dai ko Myo e, segundo os mestres de Reiki, “eleva a frequência vibracional e facilita o acesso ao mundo espiritual”. Os padres exorcistas já tiveram de tratar casos graves vindos desta dita energia e mundo espiritual…

Isto é apenas um resumo minimalista, mas percebe-se que são campos ligados ao mundo esotérico e de mais do que um deus. O facto de saber bem, inicialmente, não significa que seja bom. Quantas coisas sabem bem e parecem boas e acabam por trazer coisas graves mais tarde?

Deus deu-nos outras coisas onde podemos ir buscar paz, tranquilidade e, por conseguinte, menos mal-estar físico e mental. Exemplo disso é a oração, inclusive em silêncio, a meditação da Palavra de Deus, a Adoração ao Santíssimo, todos os sacramentos, nomeadamente Unção dos Enfermos (não é apenas para quem está a morrer, mas para quem está doente).

"Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida?” Mt 16, 25-26


sexta-feira, janeiro 19, 2024

 

O Papa e a pornografia


“O prazer sexual, que é um presente de Deus, é prejudicado pela pornografia: uma satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de vício.” As palavras são do Papa Francisco e muitos acham que são retrógradas. Pois, mas na prática, este é um problema reconhecido por sexólogos.

Já fiz algumas reportagens e entrevistas sobre Saúde Sexual e mais que um médico me dizia que há quem tenha problemas na vida sexual por causa do vício da pornografia. Além da dependência psicológica com quadros graves de ansiedade, gera dificuldades na vida sexual do casal.

Cada vez que ouvia os médicos, pensava: Deus tem toda a razão. Dizem que os cristãos são uns pobres coitados por serem contra a pornografia, mas aqui estão os seus efeitos perversos.

Um prazer momentâneo acaba por se tornar um vício, uma dependência que causa angústia e tristeza. Hoje em dia, com o acesso tão fácil a este tipo de conteúdos – inclusive por parte de crianças e adolescentes – é preciso falar abertamente do tema, sem tabus, sem medo de dizer que  a pornografia não é o caminho mais correto.

Para quem me está a ler e tem este vício, incentivo a pedir ajuda a Jesus, por intercessão da Mãe. Sem medo, sem vergonha. Só reconhecendo aquilo que nos faz mal, podemos curar-nos. Peçam perdão no confessionário e, se for necessário, procurem ajuda médica. Somos templo do Espírito Santo (1 Co 6,19) não precisamos destes vícios e prazeres momentâneos e egoístas. Quer seja a pornografia, quer seja a masturbação. Aos pais, aconselho que falem com os filhos sobre estes assuntos.


domingo, janeiro 07, 2024

 

Será que aprisionas Deus dentro de ti?

 


Ao ler a Meditação do Padre Pedro Rodrigues sobre o Evangelho de hoje  (Mt 2, 1-12), algo me tocou profundamente. Os religiosos sabiam que o Messias viria de Belém, mas o anúncio dos magos não os desinstalou, não os levou a ir ter com Jesus. Será que nos acontece o mesmo?

O padre diz-nos: “Não nos podemos fechar nos nossos conhecimentos.” (in Liturgia Diária) Na sua meditação alerta para o facto de que, desde que Jesus nasceu, apenas os mais pobres e desprezados da sociedade é que O reconheceram. Os pastores, considerados impuros, os magos (astrónomos, diríamos hoje), que eram estrangeiros… Por outras palavras, aqueles que não se encaixavam nos cânones previstos na cabeça dos religiosos, que se consideravam donos da Lei  e da Palavra de Deus.

E nós, que nos dizemos cristãos? Será que fazemos o mesmo, ainda que inconscientemente? Será que achamos que a Palavra de Deus e o Seu Amor e Misericórdia são apenas para aqueles que “merecem” aos olhos humanos? E será que nos fechamos nos nossos conhecimentos, no nosso hábito de ir à Igreja e de rezar uma ou outra oração, sem nos importarmos com a sede de Amor e de Perdão dos nossos irmãos?

Jesus, peço-Te, pela intercessão da nossa Querida Mãe, que a Tua Palavra nos desinstale, nos leve a ir ter com os outros, escutando-os na sua dor, nas suas dúvidas, nas suas críticas. E a partir dessa ida às periferias – sobretudo, as existenciais – possamos mostrar o Teu Santo Rosto a todos, sem rótulos, sem exceções. Ámen.



quarta-feira, janeiro 03, 2024

 

O cristão imperfeito


Já pensaram como os discípulos eram imperfeitos? Mesmo após andarem com Jesus, abandonaram-no no momento de maior sofrimento. Pedro, que se considerava um destemido, negou-O. Quem lê a Bíblia percebe como eram tudo menos ‘a equipa maravilha’. Mesmo assim foi a eles que Jesus escolheu…

Pois bem, nós também nem sempre somos ‘a equipa maravilha’. E é isso que também temos que aceitar e admitir. Primeiramente, para podermos ver o que temos de melhorar com a ajuda de Deus; em segundo, para mostrar a quem não segue Jesus que existe um Deus maravilhoso que nos ama mesmo na imperfeição.

Durante anos temos afastado muitas pessoas da Igreja e de Deus por causa da mania de fingirmos que somos sempre muito bem comportados. A verdade é que somos seres humanos, com histórias de vida mais ou menos complicadas, mágoas bem ou mal geridas e que, tal como os discípulos, também fazemos figuras tristes.

É preciso admitir que erramos para nos corrigirmos e para pedirmos perdão. E desta forma mostrarmos como qualquer um pode seguir Jesus, sem medo, sem vergonha do seu passado. A casa de Deus é um lar de imperfeitos que procuram dar o seu melhor, mas que caem de vez em quando.

 A ideia de perfeição já afastou muitas pessoas, que acham que não vão conseguir ser aquilo que Deus espera de cada um. Deus sabe como nós somos. Sabe como, mesmo com grande esforço e grande conhecimento da Sua Palavra, vamos cair algumas vezes. Mesmo assim, ama-nos. Tal como amou os discípulos.