Lágrimas de alegria

 

Não contive as lágrimas, esta manhã. Mas eram lágrimas de alegria. Após muita oração, recebi uma grande notícia: uma amiga está curada do cancro. A Deus tudo é possível!

Muitas vezes não percebemos a razão pela qual temos de passar por certas dificuldades, mas “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 28). Tudo tem uma razão, mesmo quando o final não é o mais feliz. Neste caso, foi um final feliz.

Nunca nos devemos esquecer que:

- A Deus tudo é possível (Mt 19, 26);

- Deus nunca nos abandona, mesmo que até  a nossa mãe (ou pai) nos abandone (Is 49, 15);

- E, com o que nos acontece, Jesus pede-nos para sermos exemplo para outros. Neste caso concreto, o exemplo resume-se a duas mensagens: orar sem cessar, mesmo quando tudo parece negro e quando tudo parece impossível; e aproveitar as oportunidades que nos dão de cuidar da nossa saúde.

Cuidar do nosso corpo não é uma coisa má. É preciso pensar na saúde, fazer rastreios. Há quem tenha medo de rastreios ou ache que isso é só andar à procura de doenças. Pois, mas neste caso da minha amiga, foi um rastreio gratuito numa farmácia que lhe salvou a vida. Nada fazia crer que fosse cancro… Deus também nos pede para pensarmos na nossa saúde! O mandamento “Não Matar” implica esse cuidado…

 

 

 

 

Paira o ódio no ar...

 

É triste, mas o ódio começa a alastrar-se cada vez mais, com a conivência da maioria de nós. Abrimos a boca para criticar muita coisa – algumas sem qualquer sentido -, mas quando se trata de defender a vida de seres humanos ainda ficamos demasiado calados.

Jesus não se calava perante o mal, mesmo que isso O tenha levado ao sofrimento e à cruz. Mesmo que isso O tenha levado a deixar de ser tão popular e tão amado, como nos primeiros tempos de missão. Também, nós, não nos podemos calar ao ver que se insulta um irmão apenas por ser muçulmano, ou por ser negro, etc. O ataque de extremistas a um ator, vindo do nada, mostra como o ódio está no ar. 

Como cristã, como cidadã, não me posso calar perante o extremismo! As mensagens com meias-verdades ou totalmente mentirosas, com imagens produzidas ou retiradas de contexto, estão a pôr pessoas contra pessoas. Há autênticas máquinas de marketing mentiroso, a levar ao ódio. Marketing de partidos políticos, mas também de grupos neonazis e de grupos satânicos, que estão a fazer autênticas lavagens cerebrais aos jovens. Existem provas já de tudo isto e as autoridades internacionais têm lançado alertas, porque se estão a recrutar jovens na Internet para cometerem crimes de ódio. 

O que deve, então, um cristão fazer? Oração é sempre importante, como é lógico. Assim como o jejum/abstinência, a adoração, o rosário, a lectio divina. Mas, também, é preciso sair da ‘capelinha’ e falar de Deus, com palavras e gestos concretos. Não se trata de proselitismo, mas de mostrar que, mesmo que não se venha a entrar na Igreja, se pode seguir o exemplo de Jesus, que assenta na paz, no amor, no perdão e na aceitação do outro como ser humano, mesmo que não nos identifiquemos com a sua cultura.

Jesus está de braços abertos na cruz, não nos pede para cruzarmos os braços e virar a cara. É urgente espalhar a paz, o amor, o perdão! E isto faz sentido nas periferias geográficas e existenciais, mas também dentro da Igreja, onde grassa o ódio – disfarçado de zelo – pelos irmãos ditos ‘diferentes’, como o muçulmano, o imigrante … Onde está o amor de que tanto falam esses cristãos, que estão a ser levados pelo ódio, disfarçado em zelo apostólico?

Ajudai-nos, Jesus, porque, quando pedes para nos amarmos uns aos outros, não nos dizes para escolhermos este ou aquele, consoante a cultura, religião ou cor de pele! Pedes, sim, para amarmos todas as pessoas. Ámen.

 

 Um abraço especial

 

Hoje de manhã, saí do Metro e vi uma criança que acenou e sorriu para mim. Qual o meu espanto, quando começou a correr e me veio pedir um abraço. O seu sorriso era lindo!

Este menino com síndrome de Down estava com a mãe e a irmã. A doçura, a pureza e o amor daquela criança deixaram-me com lágrimas nos olhos. Naquele gesto tão genuíno e bonito, este menino permitiu-me sentir, logo pela manhã, o abraço de Jesus. 

Quantas vezes, se ouve dizer que jamais se aceitaria um filho com deficiência… Pois bem, este menino mostra-nos que vale a pena viver. E, pelo sorriso da mãe, percebi que ela tem o maior orgulho no filho. Tem o maior orgulho por, um dia, ter aceitado a sua vinda ao mundo.

Oremos para que não se caia na tentação de abortar uma vida. Pode-se estar a passar por uma fase complicada, mas a bênção de um filho dentro de nós é a luz ao fundo do túnel. Deixemo-lo viver, sorrir e distribuir abraços, por maiores que sejam as tempestades da vida…

 

Parar a agitação mental

Muitas vezes somos autênticas ‘Martas’ mentais. Marta estava agitada a tentar servir Jesus, num enorme stress, sem escutar o Mestre. A sua irmã, Maria, optara antes pelo mais importante: servir Jesus, escutando-O, aprendendo com Ele. (Lc 10, 38-42)

Há uns tempos senti, de forma particular, essa agitação dentro da minha cabeça. E com isso acabava por orar agitadamente, num frenesim interior, que se agarrava a mim de forma cruel. O assunto era importante e exigia reflexão na oração. Procurava fazer silêncio interior, mas não conseguia.

Dirigi-me, então, a um Confessionário e, além de me ter confessado, abri o meu coração e contei ao padre o que se passava comigo. Ele ouviu-me atentamente e, no final, começou por me dizer: “Andas muito agitada, tal como Marta. Mas agitada mentalmente e isso afeta a tua oração, a tua vida espiritual. Assim não vais encontrar a resposta.”

Naquele momento percebi que temos de refletir, em oração, mas isso não significa ficar obcecado, quase sem saborear a vida. É preciso parar, para não nos enchermos de ruído. E é preciso, também, pedir o aconselhamento a alguém que nos possa ajudar no discernimento espiritual.

Essa pessoa não tem de nos dar a resposta. Mas as suas palavras de sabedoria vão acalmar-nos, orientar-nos. Quantas vezes, as respostas/soluções de que precisamos estão ao pé de nós… mas não as vemos, porque somos ‘Martas” stressadas.

Convido-vos a rezar para que haja mais orientadores espirituais. Pois, se todos tivéssemos um, mais facilmente serviríamos ao Senhor…

 

 

 Amar sem cobrar nada

 

A homilia de hoje do Canção Nova tocou-me imenso. O padre lembra-nos que Jesus considerava os discípulos como seus amigos. Todos eles, mesmo Judas, que o traiu. Com este gesto, Jesus dá-nos uma grande lição: temos de abandonar a mania de amar à medida, ou seja, consoante o que o outro me dá.

Já o vamos fazendo, sem dúvida, com os filhos. Mas é preciso fazê-lo com todos, mesmo com quem nos vai trair. Jesus aceitou a liberdade de Judas, a sua escolha, por pior que ela fosse. Mas não deixou de o amar, porque o amor é o caminho da salvação, enquanto o ressentimento endurece o nosso coração, podendo levar-nos à morte eterna.

Que lição tão bela! Mas, também, que lição tão difícil de pôr em prática, sobretudo em determinados tipos de amor. Apesar da dificuldade, admito que a vida seria muito melhor se a vivêssemos desta forma.

Sendo esta a Vontade do Pai, peço-te, Jesus, ajuda-nos a amar sem cobrar nada dos outros. Ajuda-nos a aceitar o outro como ele é. Desta forma, o meu amor pelo outro vai torná-lo melhor. E, eu, também me tornarei melhor pessoa. Que a Mãe nos conduza neste caminho árduo de aprender a amar, tal como Jesus nos ensina. Ámen.

 Homilia na íntegra AQUI.

 

Onde está Deus na vida a dois?

 

Penso que o principal problema de uma vocação é não colocar o Reino de Deus em primeiro lugar, como Jesus nos diz. “Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. (Mt 6, 33)

Este pedido é visto como óbvio quando se trata de sacerdotes, religiosos (as) e leigos consagrados (seculares). Mas no matrimónio não é tão habitual pensar-se neste pedido de Jesus. Muitos que viviam em Igreja, deixam de ir ou tornam-se tíbios, como se o matrimónio não fosse um sacramento.

Muitos matrimónios colapsam por causa disso: esquece-se que, antes de mais, devemos procurar o Reino de Deus e, então, tudo o resto virá. Se faltar a oração e a Palavra de Deus, não vai ser tão fácil aguentar as tempestades próprias de uma vida a dois.

E sabem o que é pior? Quem mais sofre são os filhos. Muitos deixam, desde cedo, de acreditar no sacramento do matrimónio. Alguns até chegam ao ponto de ver a maternidade/paternidade como um fardo…Vivem apenas com base no prazer momentâneo, para preencherem o vazio da ferida da separação dos pais. 

O que estamos a fazer ao sacramento do matrimónio? Que imagem estamos a deixar deste sacramento tão sagrado às futuras gerações?

Sagrada Família de Nazaré, ajudai os casais a porem o Reino de Deus em primeiro lugar. Cura os corações feridos de pais e filhos, que veem num compromisso para a vida um fardo e não uma escolha pelo amor. Ámen.

 

 

 

Benção e indulgência plenária!

Recebamos a benção do Papa Leão XIV. Temos ainda 7 dias para ir a Confissão e comungar, rezando pelo Papa na Comunhão. É-nos concedida indulgência plenária, um ato de misericórdia de Deus, para reparação dos nossos pecados! E, claro, aproveitemos esta benção para nascer de novo, nascer do Espírito Santo! (Jo 3, 5) Não a usemos como superstição...

Benção AQUI.

 

Novo Papa. Criticar ou orar?

 

O conclave para a escolha do próximo Papa é já dia 7 de maio e há profecias para tudo e mais alguma coisa…No meio disto tudo, resta-nos orar, fazer jejum/abstinência, pedir o Espírito Santo. Não naveguemos nas ondas das redes sociais e das profecias X ou Y.

Na Bíblia, Jesus é muito claro: “Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo [do Inferno, nalgumas traduções] nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.” (Mt 16, 18-29)

Todos os Papas são homens com pecados. Como diz a Bíblia: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.” (1 Jo 8) Não podemos achar que vamos ter alguém perfeito…

É histórico como tivemos Papas com graves pecados… Mas, atenção, à Palavra: “Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo [do Inferno, nalgumas traduções] nada poderão contra ela.”

1 – A Igreja é de Jesus, foi fundada por Ele … “a minha Igreja”;

2 – “… as portas do Abismo [do Inferno, nalgumas traduções] nada poderão contra ela.” Quem somos nós para duvidar destas palavras, ditas por Jesus? Aliás, estudemos a história da Igreja. Acham que ainda estaria viva se não fosse Jesus?

Oremos mais e critiquemos menos! Oremos mais e demos menos tempo a tentar perceber se dada profecia é verdadeira ou não!

Deixo a sugestão de ‘adotarem’ espiritualmente um cardeal: https://praycardinal.com/

PS: Escrevo este post com base nas explicações do Frei Gilson 

 

Na angústia, olha para Jesus

 

No caminho de Emaús, com os dois discípulos, Jesus dá-nos duas mensagens-chave, sobretudo quando estamos perdidos e angustiados: conhecer e meditar a Palavra, com ajuda de outros; e re (conhecer) Jesus na Eucaristia (a partilha do Pão). Lc 24,13-35

Os discípulos não sabiam o que fazer. Caminhavam sem alento, confusos, sem esperança. Ainda não tinham percebido que Jesus não viera para libertar Israel dos romanos, mas sim, para salvar o mundo inteiro, através do Seu exemplo de Amor e Perdão.

Pior: não tinham esperança perante a morte, porque não entendiam (e não acreditavam?) na ressurreição, na vida eterna.

Também, nós, nos sentimos perdidos e angustiados nalguns momentos da vida. Há vidas tão duras, que até se pode dizer que estes sentimentos são os que mais perduram ao longo dos anos…

Mas, como demonstram os santos e muitas pessoas ainda nesta Terra, quando conhecemos e meditamos a Palavra e quando re (conhecemos ) Jesus na Eucaristia, a caminhada é muito mais fácil.

É urgente empenhar-nos em aprender a Palavra de Deus – com a ajuda de quem sabe, não interpretando à nossa maneira – e receber Jesus na Eucaristia. Mesmo quem não pode receber Jesus por alguma razão, pode sempre olhar para o sacrário e para Jesus exposto, na Adoração.

Tal como os discípulos de Emaús, acabaríamos por sentir o coração a arder e teríamos força para caminhar, mesmo ainda estando muito confusos… Olhar para Jesus, beber a Palavra é alimento que nunca deve faltar na nossa vida. Além do bem que nos traz a nós mesmos, ajudamos outras pessoas e consolamos os Corações de Jesus e da Mãe.  

 

 

 

Foi Papa, porque Deus quis!

 

São muitas as reações à morte do Papa Francisco. Crentes e não crentes já sentem a sua falta. Admito que sempre me senti triste ao ver a forma como se falou mal do Papa, dentro de alguns grupos da Igreja. Não era perfeito? Claro que não. Nesta terra há alguém que o seja? Chegou-se ao ponto de haver padres e bispos que, em encontros virtuais, rejubilavam com a sua morte… Foram muitas as notícias falsas, as palavras retiradas do contexto…

Deus lá sabe por que tivemos este Papa e não outro. E, verdade seja dita, o Papa Francisco agiu, muitas vezes, como Jesus nos ensina na Bíblia. Não quis grandes luxos, ia às periferias, falava a todos…

Há imagens que valem por mil palavras. A simplicidade das vestes e dos locais, os gestos de amor – como construir duches para os sem-abrigo -, ir ter com os marginalizados, com aqueles que a sociedade acha que estão “perdidos”… Estas atitudes são as únicas que muitas pessoas veem… São estas atitudes que podem levar à procura de Jesus, tal como o homem que, num avião, ao ler uma notícia sobre o Papa Francisco, lhe chamou a atenção para o apelo que ele fazia ao Amor… e que voltou a pegar na Bíblia.

Num mundo secularizado, onde se procura ser deus, é preciso que a Igreja tenha a coragem de gestos muito concretos. Paremos de olhar demasiado para as vestes, para os luxos, para os preceitos que nem sequer se baseiam no exemplo de Jesus!

Não se trata de ser uma Igreja à vontadinha, em que tudo vale. Não! Trata-se de ser uma Igreja tal qual Jesus nos pediu: "Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros." Jo 13, 34-35 

Oremos pelo Papa Francisco e pelo próximo!

 Amanhã começa a Novena da Divina Misericórdia!

Jesus veio para nos salvar e faz tudo por tudo para o conseguir. Mesmo que tenhamos cometido erros horríveis, com Jesus é possível ter uma vida nova. 

Nesta novena, cujo foco não somos nós em particular mas todos os irmãos, inclusive quem já partiu, descobrimos esse Amor e Misericórdia infinita de quem morreu por nós na cruz. 

Novena: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/novena/reze-com-confianca-a-novena-a-divina-misericordia/

Santa Páscoa!

PS: Não deixem de ir à Adoração! :) 

 

Jesus, intimamente perturbado

 

Jesus estava “intimamente perturbado” na Última Ceia (Jo 13, 21), antes de Judas sair para O entregar. Imaginemos esta situação: estamos perante a pessoa que nos vai trair e que nos vai levar a um sofrimento atroz e à morte. Essa pessoa conviveu connosco durante 3 anos, todos os dias, por isso a dor ainda é maior. Para piorar a situação: não podemos fugir, vai tudo acontecer. O que faríamos?

Eu penso que não reagiria muito bem. Entraria em pânico, iria refilar, berrar com Judas, contar a todos os outros discípulos que ele é um traidor e que me estava a levar à morte. E vocês?

Jesus não fez nada disto, apesar da sua condição divina e de estar “intimamente perturbado”. Lavou os pés aos discípulos, amou-os, instituiu a Eucaristia, não falou mal de Judas – impediu, assim, que os outros se enchessem de ódio e o matassem – e … abraçou a cruz.

Tinha chegado a sua hora e não havia mais nada a fazer… Na nossa vida também há de chegar a nossa hora. Pode ser a hora da morte, mas também pode ser a hora de aceitar determinada cruz, que não dá para evitar. Se reagíssemos como Jesus, iríamos sentir dor, mas com muito mais paz interior. E iríamos conseguir transmitir aos outros que, mesmo no meio da agonia, se deve amar e perdoar. E com esse exemplo, sabe-se lá quantas almas se poderiam salvar …

Perante a minha fraqueza, resta-me pedir a Jesus: Ajuda-me a aceitar a cruz com mais serenidade, apesar da angústia e da dor! Ensina-me a ser o Teu rosto, quando a dor aperta e quando não posso fugir da cruz… Ámen.

Deus e o PC Gamer

“Mãe, nem todos amam Jesus, mas pelo menos ainda há muitos que o fazem. Não basta isso? Deus não fica feliz?” As perguntas/reflexões são do meu filho que tem 12 anos.

Olhei para ele e respondi-lhe: “E se eu te desse um PC Gamer, que só te permitia jogar poucos jogos e que não tinha memória suficiente para o teu jogo preferido?” A resposta foi imediata: “Já percebi… Deus fica feliz, mas não totalmente. Faltam os outros, não está tudo completo.”

Esta conversa fez-me lembrar como tantas vezes, ao longo da vida, podemos estar a dar tão pouco a Deus... Eucaristia? 1 hora por semana. Nem todos conseguem ir todos os dias, mas há outros que bem poderiam ir… Adoração ao Santíssimo? Céus!! Há quem nunca vá, mesmo indo à Missa todos os domingos… Terço? De vez quando… Ler, meditar e aprender mais sobre a Palavra de Deus? Uiii… Quantos nem sequer prestam atenção às leituras na Missa…

Sejamos sinceros com Deus. Será que estamos a dar-Lhe restos, para ficarmos bem com a nossa consciência? Onde temos de melhorar? Com transparência e com espírito arrependido, peçamos perdão e supliquemos a graça de amarmos mais a Deus.

 

Católico não praticante, Jesus espera por ti!

 

A arrumar umas coisas, surgiu-me uma revista do Canção Nova, com o tema: “O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio”. Nas páginas centrais pode ler-se um artigo do Padre Borga, onde, além de escrever sobre a Mãe, fala sobre católicos não praticantes.

“… parece que o que se quer dizer [com ser católico não praticante] é, tão só, que se simpatiza. Sempre é melhor do que não simpatizar! Mas a verdade é que as simpatias não levam a lado nenhum. Trata-se de uma adesão superficial e demasiado frágil.” Padre Borga

Ora, como alguém que também já se definiu, outrora, como católica não praticante, concordo com o padre. O quanto perdemos por não aprofundarmos a nossa fé! O quanto perdemos por não procurar vivê-la em comunidade, numa união íntima com Jesus! O quão tristes ficam Jesus e a Mãe por nos ver sozinhos na caminhada espiritual…

Não estou a apontar o dedo a ninguém e, como referi, também já me considerei católica não praticante. Mas, de facto, ser católico é ser-se Igreja, recebendo e dando, disposto a seguir Jesus, em comunidade. E porquê? Porque foi esse o exemplo que Jesus nos deixou. Primeiramente, o amor não se vive sozinho, porque definha e pode até morrer.

Em segundo, e não menos importante, Jesus vivia com os seus, que não eram nada perfeitos. A imperfeição não pode ser argumento para não se viver a fé e o amor por Deus em comunidade. Jesus escolheu discípulos que eram muito imperfeitos e que, à medida que O conheciam melhor, em vida comunitária, se ajudavam uns aos outros a ser cada vez mais cristãos.

Não tenhamos medo ou vergonha de (re) iniciar a caminhada como Igreja. Vai haver altos e baixos, como é habitual num mundo imperfeito, mas o importante é que Jesus nos quer em comunidade. Ele lá sabe porquê…

 

 

 

Perdoa enquanto podes…

 

Estamos sempre a adiar o perdão ao outro. Ganhamos rancor, ódio e justificamo-nos com a desculpa de que o outro me fez isto ou aquilo. É verdade que há situações muito graves. Falo por experiência própria… É preciso ter a humildade de pedir a graça de perdoar, mesmo nos casos mais graves.

E porquê? Porque Jesus, na cruz, após ser torturado, nos deixou estas palavras: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23, 34) E na oração do Pai-Nosso dizemos: “perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 9-13)

E vai mais longe: “Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.”  (Mt 6, 15)

Sei que não é fácil, mas esta é a Palavra de Deus. Não se trata da opinião de fulano ou beltrano. É Jesus que fala. Ele só nos pede aquilo que sabe que conseguimos … com a Sua ajuda.

Não sabemos a nossa hora. Velhos ou novos podemos partir para o Pai a qualquer momento. Assusta? Sim. Mas é a vida. É preciso perdoar enquanto podemos, para não termos que sofrer tanto no Purgatório ou correr o risco de perder a Vida Eterna.

Nesta Quaresma, Jesus, peço-te, por intercessão da Mãe: ajuda-nos a perdoar do fundo do coração, mesmo nos casos mais graves. Dá-nos essa graça, para que também aqueles que nos magoam se possam questionar: “Que Deus é este?” E com essa pergunta, consigam eles sair da vida errada. Ajuda-nos a viver já neste mundo sem o fardo da falta de perdão.

 

Na dor e na angústia, Jesus fala contigo!

 

Nesta Quaresma, mais que nunca, contemplemos Jesus na cruz. Como se fosse a primeira vez… E deixemo-nos interpelar pela sua Paixão, consolando-O. A melhor maneira de o fazer é aprender com Jesus como devemos levar a vida, sobretudo no sofrimento.

Sentados, em silêncio, recordemos algumas dicas fundamentais para o nosso dia a dia:

1 – Jesus sentiu vontade de afastar aquele cálice amargo da Dolorosa Paixão e pediu-o ao Pai. Mas, na mesma oração, disse: “… mas seja feita a Tua Vontade” (Mt 26, 42). E, quando Pedro corta a orelha de Malco, acrescentou: “Não beberei o cálice que meu Pai Me deu?” (Jo 18, 11) Com isto, o Pai deu-Lhe toda a força necessária para enfrentar a dor, a agonia, a repulsa pelo sofrimento e pela morte iminente. Connosco é igual. É preciso orar. De forma simples e sincera.

2 – Percebendo que chegara a hora, não se rebelou contra a Vontade do Pai e aceitou a missão por puro amor e misericórdia. O que não podemos mudar, é melhor enfrentar, em oração. O truque: o amor e o desejo ardente da Vida Eterna.

3 - Orou por todos, até pelos seus algozes e assassinos… (Lc 23, 34) E, nós, quantas vezes temos dificuldade em perdoar palavras mais azedas…

4 – Pensou na Sua Mãe e no discípulo amado, João, apesar das dores indescritíveis… (Jo 19, 25-34) Será que pensamos no sofrimento que provocamos aos nossos? Quantas brigas por heranças, às vezes até bem pequenas… Quantas palavras amargas contra quem nos ajuda, só porque estamos a sofrer…

5 – Ainda perdoou e deu esperança a Dimas, que, na cruz, se arrependeu dos seus pecados (Lc 23, 42-43). Aquele homem, com os seus crimes, magoou imenso Jesus, mas Jesus deu-Lhe a salvação. Será que oramos, sem cessar, por quem nos magoa, pedindo a sua conversão?

O sofrimento pode ser esmagador, do ponto de vista humano, mas não pode ter a última palavra. Como Jesus, entreguemos as dores para a salvação de todos, principalmente dos piores pecadores. Porque esses grandes pecadores até poderemos ser nós mesmos…

Seremos hipócritas?

O Evangelho deste domingo (Lc 6,39-45) devia ficar sempre gravado na nossa mente e no nosso coração. Jesus ensina-nos que devemos ter cuidado com a mania de querermos apontar os erros dos outros, sem olharmos para o que nós próprios fazemos.

Mas a verdade é que, muitas vezes, somos autênticos hipócritas, a viver de forma contrária aquilo que pregamos e exigimos aos outros. Dizemos que Jesus veio para todos, mas olhamos para um imigrante, com outros costumes e religião, como se ele fosse um ‘lixo’. Dizemos que Jesus veio para os pecadores, mas não aceitamos, nem oramos, para que um criminoso se possa arrepender e mudar de vida. Exigimos respeito pela nossa religião, mas não respeitamos a dos outros, apesar de Jesus dizer que muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros… (Mt 20, 16)

Olhemos – todos nós, eu incluída – para a nossa vida, com a graça de Deus. E deixemos que Jesus nos mostre os nossos ‘podres’, a nossa incoerência. E tenhamos a coragem de Lhe pedir que nos cure e purifique e nos ajude a pedir perdão e a mudar de vida, para não sermos hipócritas.

Sem esta atitude de humildade, podemos acabar por não entrar no Reino de Deus, nem deixar os outros entrar (Mt 23, 13). Quantos irmãos e irmãs, com pouco ou nenhum conhecimento da Palavra de Deus, abandonaram Deus e a Igreja por causa da nossa hipocrisia? É preciso pensar nisto…

 

 

 

 

Foca-te em Jesus e afasta o vazio da alma

 

Às vezes (ou muitas vezes) achamos que temos de mudar muita coisa na nossa vida. A inquietação, a angústia e o vazio tomam conta de nós e achamos que o problema está no nosso emprego ou na família. Será?

É preciso refletir, parar e perguntar a Deus: o que queres de mim? Porque, muitas vezes, abandonam-se empregos bons – mesmo que não o seja, naquele momento é o que nos permite comer – e destrói-se uma família por não escutarmos Deus.

Se calhar, Deus não quer mudar nada na nossa vida diária, em termos mais materiais. O que Ele quer é que mudemos o foco, ou seja, que olhemos para Ele, que aprendamos com Ele a dar valor ao que temos. Que passemos, com a Sua graça e por Sua Vontade, a ser missionários na nossa vida atual, com as dificuldades e as coisas boas que temos todos os dias.

Ao mudarmos o foco para Deus, ao aceitarmos a cruz, como Jesus nos pede (Mt 16, 24-28) passamos a dar valor a pequenos (grandes) momentos. Quais? Por exemplo, temos um emprego que, mesmo que não nos agrade muito, nos permite dar de comer aos filhos e pagar a renda. Mesmo que sobre pouco ou nada, conseguimos ter as coisas básicas para viver com alguma dignidade. Temos uma família. Não é perfeita – quem o é? -, mas temos uma família.

Passando a ter o foco em Jesus, percebemos que, afinal, não estamos assim tão mal. Mesmo numa vida demasiado normal, é possível receber e levar o amor e a misericórdia de Jesus aos outros, através de orações, palavras ou ações.

Com estas palavras não estou a dizer que não temos de lutar por melhores condições. Apenas digo que é preciso ser-se agradecido. E, para isso, só há uma maneira segura e duradoura: ter o foco em Jesus.

 

 

Deixa Deus consolar-te! 

Quando estiveres num hospital, procura Jesus numa capela. Em silêncio, fica ali na capela, com Jesus...

As dores (físicas, psicológicas e espirituais) poderão não passar totalmente, mas vais conseguir, sem dúvida, olhar para elas de outra forma, com mais força e com outro sentido. Vais entregá-las para completar os sofrimentos de Cristo...  (Cl 1, 24)

Que maravilha!!! Que bênção!!! Como é maravilhoso este Deus Uno e Trino!

 

Jesus suspirou do fundo da alma!

 

Esta expressão está no Evangelho de hoje (Mc 8, 11-13). Após tantos sinais, tantas curas, alguns fariseus teimavam em não ver a Verdade, em não aceitar que Jesus era mesmo o Messias e que eles é que estavam errados.

Esta falta de humildade e a arrogância em se acharem sabedores de tudo levaram-nos a pedir mais sinais a Jesus. Imaginemo-nos nesta situação: fazemos tudo e mais alguma coisa e mesmo assim as pessoas continuam a não acreditar em nós. Como nos sentimos? Frustrados e… irados! Apetece-nos só gritar e dizer: “Como é possível não verem o que está à vista de todos? Estão a gozar?”

A atitude de Jesus, apesar da dor em ver o que faziam aqueles fariseus, foi diferente: suspirou do fundo da alma, disse-lhes que não haveria mais sinais e afastou-se. Com isto ensinou-nos a dizer a verdade de forma assertiva, a controlar a ira e a evitar o conflito.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a agir como Ele, porque, em situações como esta, facilmente caímos na tentação da ira.

 

 

Ligados à corrente, sem Jesus?

 

Muitas vezes, o trabalho preenche-nos a maior parte do tempo. Umas vezes, porque é a única forma de dar de comer aos filhos e pagar a renda de casa, outras, porque gostamos imenso do que fazemos.

Chegamos a um ponto em que estamos ligados à corrente e mal conseguimos desligar. O cansaço apodera-se de nós e a preguiça de ir ter com Jesus começa a ganhar raízes. Missa? Adoração ao Santíssimo? Ajudar nas missões? Estou demasiado cansada (a)…

Pois é, mas quem é que nos deu esse emprego para darmos de comer aos filhos e para pagar a renda? E quem nos deu a oportunidade de trabalhar naquilo que gostamos? É Ele: Jesus Cristo.

Ainda, hoje, Dia das Santas Chagas de Cristo, senti esse cansaço. A preguiça quis apoderar-se de mim. Mas, pedindo ajuda a Deus, fui até à Igreja. Estive em Adoração e na Missa. Acreditem: o cansaço deixou de me vencer e diminuiu quase a zero.

Não deixemos que o cansaço do trabalho nos impeça de ir ter com Jesus. Às vezes, temos que nos ‘violentar’. Quem quer emagrecer, também se ‘violenta’, não comendo tanto. Quem quer ter músculos, também se ‘violenta’ a ir todos os dias ao ginásio, nem que seja às 6h30 da manhã…

As Santas Chagas de Cristo são para nos salvar! Jesus não merece o nosso abandono.

 

Nunca se abandona um filho!

 

O olhar de amor da mãe e a sua presença nos piores momentos levaram o padre Adriano Zandoná a abandonar o mundo das drogas e a tornar-se testemunha de Jesus. Num testemunho, que é público, ele dizia que, no meio da desgraça do vício, havia um olhar e uma presença que o ajudaram a sair daquela vida. Era o olhar e a presença da sua mãe. Apesar do seu sofrimento, não o abandonou, não desistiu, não parou de orar.

Ser pai e mãe é isto! Não se abandona! O filho ou a filha até podem fugir, não nos querer falar, mas não podemos desistir. Podemos estar há anos a lutar, a orar, sem ver avanços. Mas, mesmo assim, não podemos desistir.

A missão de pai e de mãe é das mais importantes nesta vida. Esta mãe que não desistiu do filho ganhou-o novamente para ela e permitiu que ele também pudesse descobrir Jesus e ajudar a salvar muitas almas.

Não paremos de orar pelos nossos filhos e pelos dos outros. A oração é poderosa. Mas, atenção: é poderosa e faz milagres, mas é preciso ter fé e amor. “… ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.” (1 Co 13, 2)

Por isso, peçamos a graça de ter fé, amor e paciência para continuarmos a orar. Mesmo que não venhamos a ver, nesta terra, os frutos dessa oração, no Céu vamos ver como ela mudou a vida dos nossos filhos e de tantos outros.

Não desistas, pai! Não desistas, mãe! Nunca abandones o teu filho ou filha!

 

 

Alegria, vergonha ou preguiça?

A Mãe, na última mensagem em Medjugorje, fala de algo muito importante: a alegria no testemunho da Palavra de Deus. Será que sentimos esta alegria? Ou será que temos vergonha de ser cristãos? Ou será que somos preguiçosos e preferimos não aprender nada sobre a Palavra de Deus, vivendo uma fé egoísta, a pensar apenas na nossa salvação e nos nossos pedidos pessoais?

“Queridos filhos, neste ano de graça, convido-os à conversão. Coloquem Deus, queridos filhos, no centro do seu viver e os frutos serão o amor ao próximo e a alegria de testemunhar; e a santidade da sua vida se tornará um verdadeiro testemunho de fé. Obrigado por ter respondido ao meu chamado.”

Mensagem da Mãe em Medjugorje, em 25 de janeiro de 2025 (Com aprovação Eclesiástica) https://www.medjugorje.ws/pt/

Ajuda-nos, Mãe, a ser alegres no testemunho da Palavra de Deus!

 

Aquele olhar de Jesus

 

“Mesmo Jesus tendo diversas atividades, ele nunca deixou de olhar de forma concreta e especial para cada pessoa. Mesmo quando Jesus estava cercado por uma grande multidão, Jesus olhava a cada um de forma individual.”

Estas palavras são do padre Ricardo Rodolfo, da Canção Nova. É maravilhoso ver como Jesus nos olha, como nos escuta, compreende, perdoa, ama… Podemos pensar: quem me dera ter vivido no tempo em que caminhou nesta terra, para poder sentir esse olhar tão personalizado…

Pois, bem: eis a boa notícia! Jesus está vivo em todos os sacrários deste mundo! É aí que nos espera da maneira com estamos – felizes, tristes, magoados, etc. Ele quer olhar-nos dessa forma como quando caminhava com pés humanos nesta terra. Mas quantas vezes vamos ter com Ele?

 

 

Culpa feliz

 

Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais vemos os nossos erros. Isto deve assustar-nos? Quer dizer que em vez de melhorarmos a nossa vida, estamos a piorar? Nada disso! Simplesmente, à luz de Deus, acabamos por ter noção até daqueles erros mais pequenos, que mesmo não sendo capitais (pecados mortais), magoam Jesus e a Mãe.

Não podemos desanimar, mas agradecer por Jesus nos mostrar o que devemos alterar na nossa vida! Ele está sempre de braços abertos na Confissão para nos perdoar e curar. Não tenhamos medo nem vergonha!

Ajudai-nos, Jesus, a ver onde estão esses erros! E ensina-nos a culpa feliz (felix culpa), aquela culpa que nos ajuda a ter noção do que está errado, mas sem nos esmagar, sem nos fazer desanimar!

Os santos bem nos ensinam como devemos sentir esta culpa feliz, porque a outra é apenas condenatória e pode levar-nos ao abandono de Deus, a uma visão distorcida do Amor de Deus ou até à depressão.