Orar sem vontade
Pois é, todos passaremos pela longa noite escura. Jesus foi
tentado no deserto e nós também temos de passar por lá, mesmo que não seja
cheio de areia, mas recheado de barulho e de uma vida dita normal.
À medida que vamos conhecendo Jesus, vamos perceber que há
uma hora em que teremos de passar pela prova da aridez espiritual. Não se sente
vontade, não se sente qualquer emoção, na Missa, nas orações, no cumprimento da
Palavra de Deus.
O que fazer? Parar? Jamais! Mesmo sem sentir nada, mesmo sem
vontade, é preciso continuar a participar na Missa, a orar – mesmo que seja de
maneira diferente do habitual -, de pôr a Palavra de Deus em prática.
É apenas uma prova. Para quem? Para Deus? Ele precisa de saber se somos fiéis por amor ou apenas pelas sensações boas? Não, porque Ele sabe tudo. Mas, nós, não sabemos. Nesses momentos de aridez espiritual conseguimos provar a nós mesmos se, de facto, estamos com Jesus por amor ou por interesse.
Esse autoconhecimento vai levar-nos a ver, por vezes,
coisas feias no espelho, que precisam de ser retiradas de nós. Não é preciso
ter vergonha. É necessário, sim, pedir, com humildade, que Jesus nos molde, nos
envie o Espírito Santo para nos purificar.
Não desistamos! Deixemos que Jesus nos leve ao deserto,
onde nos vai falar ao coração e onde nos vai seduzir (Os 2, 16), para nos ajudar a
entrar, um dia, na Vida Eterna – a Grande Meta do cristão.
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