sexta-feira, janeiro 11, 2019

O abraço da “senhora incómoda” que cura com amor 

 





Deve ter perto de 70 anos, mas já há alguns que não sabe quem é. É assim a doença… Quem olha para ela diz que é a “maluquinha” e foge dela por ser “incómoda”. A doença mental continua a não ser aceite pela sociedade…

Mas esta senhora não perdeu a noção de um verdadeiro abraço. Chegando ao pé de mim, sorriu, olhou-me cheia de ternura e abraçou-me! Meu Deus, que abraço tão bom, tão puro, tão verdadeiro!

Naquele momento lembrei-me do abraço de um familiar bem próximo, que me devia ter protegido sempre… Tinha 7 anos. Como foi diferente… Apesar da ligação de sangue e do dever de me proteger, abraçou-me de forma fria, forjada. Senti logo que algo estava errado naquele abraço. Rapidamente percebi porquê: estava uma vizinha à janela e convinha passar a imagem de amor e de proximidade para ficar bem na fotografia…

Desde então que sinto dificuldade em abraçar alguém, admito. O meu filho é o único abraço que recebo mesmo de braços abertos. Sei que os outros não têm culpa do que me aconteceu aos 7 anos, mas fiquei sempre com esta dificuldade.

Mas o abraço desta senhora foi o começo da minha cura quanto a esse sentimento de desconfiança permanente de quem me queira abraçar. Percebi que Jesus me abraçava naquele momento através daquela senhora, daquela minha irmã em Cristo, e que me dizia: “Perdoa aquele abraço mal dado, olha em frente e deixa que o amor renasça em Ti. Já te tinha enviado o teu filho para te curar desse abraço, assim como as crianças das missões… Agora enviei mais esta senhora, percebes?”

Jesus é maravilhoso! Resta-me agradecer e pedir-Lhe que me ajude no que resta desta lembrança amarga, para realmente perdoar de todo o coração, tal como gosto de ser perdoada.


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