terça-feira, junho 27, 2023

 

“Escuta, mãe!”

 


Tínhamos acabado de chegar da praia. Estacionei e quando retiro a chave, oiço o meu filho: “Escuta, mãe!” Para meu espanto, o que o meu filho queria era escutar o silêncio. E, de facto, como foi bom. Como disse ao meu filho, é preciso parar e escutar o silêncio. A paz de Deus que se sente é maravilhosa!

Mas será que ainda sabemos escutar o silêncio? Vivemos numa sociedade demasiado ruidosa. Não falo só do barulho dos carros ou da azáfama própria das grandes cidades. Refiro-me, sobretudo, ao ruído que existe dentro de cada um de nós, quer vivamos na cidade ou na aldeia mais recôndita. As (de) informações fervilham dentro de nós. O mesmo se pode dizer das preocupações, dos desejos, da ansiedade de ver o que se passa nas redes sociais…

O medo do silêncio, de nos (re) encontrarmos com o nosso Eu verdadeiro, perante Deus, impede-nos de sentir paz. Não nos permite, sobretudo, progredir na nossa fé e no amor por Deus e pelo próximo. Apenas quando nos silenciamos, conseguimos olhar para nós, com tudo o que temos de bom e de mau. Somente quando silenciamos, podemos falar abertamente com Deus, sem rodeios, e escutá-Lo sem receio da Sua resposta.

Devíamos cultivar mais esta oração em silêncio. Não conseguimos estar 1 hora assim? Não faz mal. Comecemos por alguns minutos: quando paramos o carro, quando nos levantamos ou quando passamos por um caminho onde é possível ouvir menos ruído, escutemos. Chamemos Jesus e escutemos aquele silêncio que, aos poucos, nos vai falando cada vez mais…


 

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