quarta-feira, fevereiro 15, 2023


Abuso sexual na Igreja: o horror dos horrores

Nojento. Não consigo descrever de outra forma o que aconteceu a quem foi abusado sexualmente por pessoas da Igreja. Sempre achei este crime monstruoso, mas vindo de alguém que representa Jesus é ainda pior.

Foram muitos anos de silêncio, de sofrimento, de culpa, de injustiça... Houve quem só conseguisse ter uma relação aos 40 anos, há quem viva com ódio (e se ele destrói), quem nunca mais tenha conseguido confiar noutra pessoa.

 

Tanto sofrimento e ainda há uma minoria (graças a Deus, são poucos) que preferiam que se tivesse escondido tudo isto... Esconder estes horrores é compactuar com o Mal, é crucificar Jesus, tal como O crucificaram aqueles que cometeram estas barbaridades...

 

Essas pessoas têm que ser condenadas. Podem perguntar-me: e também não devem ser recuperadas? Sim, mas sem ilusões. A ciência é clara: o tratamento não é sinónimo de não se voltar a cometer os mesmos atos. Não se pode facilitar, porque a mínima recaída significa mais uma vida destruída...

 

A Igreja não se pode fechar em si. Vai ter de enfrentar a vergonha e a dor por estes crimes hediondos, dando todo o apoio necessário a quem foi/é vítima de abuso sexual, envolvendo profissionais com competência para tal. E vai ter de denunciar SEMPRE que haja alguma suspeita.

 

Vai ser duro? Sim. Mas para as vítimas é muito pior. Não só pelo sofrem, mas também pelo sentimento de injustiça, porque a maioria dos criminosos não vai ser condenada.

 

E com estas chagas bem abertas, vai ter de continuar em frente, dando a conhecer a Boa Nova de Jesus, que assenta no amor, no perdão e na paz. Mesmo ferida e manchada por estes atos cruéis, não pode parar. A mensagem de Jesus é cada vez mais importante para evitar - e também curar - tantas monstruosidades. 



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