Que a busca da cura do corpo e da mente não nos feche às
graças de Deus!
Cura. Esta é a razão pela qual cada vez
mais se procura Deus. Eu própria me integro nesse grupo. Cheguei a ficar
obcecada, querendo forçar Deus a dar-me o que Ele sabia que não seria o melhor
para mim. E ao fim de uns anos, bastante melhor mas não totalmente bem, dou
graças a Deus por não me ter curado logo. Porquê? Acima de tudo, pelo que
aprendi (ainda aprendo): a buscar Deus por amor e não por mera necessidade, a
unir-me às Suas 5 Chagas (celebradas hoje), a compreender melhor os que sofrem,
a louvar e a amar a Deus apesar dos momentos de agonia e das lágrimas, a ajudar
outros que também sofrem…
Louvado sejas meu Deus por não me teres
dado logo a cura! Acreditem que jamais imaginei escrever isto, porque os
momentos de agonia são muito duros… Tenho percebido (e o que ainda não percebo,
meu Deus?!) que a principal cura é daquilo que nos afasta de Deus, porque o
nosso fim não é a morte mas a Vida Eterna.
A busca da cura é legítima e vê-se isso
nos Evangelhos, quando Jesus cura tantas pessoas. Enviou inclusive os Seus
discípulos para curar, mas também, para anunciar a Boa Nova. Além disso, há
problemas de saúde que se devem pura e simplesmente à falta de perdão ou a
caminhos que tomámos um dia e que não queremos deixar. Ora sem mudança, nada
pode ser feito…
Também pode acontecer como a S. Paulo,
que pediu 3 vezes para que Deus lhe tirasse o espinho da carne e a resposta que
recebeu foi: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.”
2 Co 12, 9 Deus
pode querer manter-nos o espinho da doença, porque sabe que é a melhor forma de
nos salvarmos e de ajudarmos os outros. Lembro-me de Nino Baglieri, que se espera
poder ser beatificado, que ficou paralisado do pescoço para baixo e que, após
alguns anos, foi curado … não da paralisia mas da falta de aceitação das suas
limitações. Desde esse momento agarrou-se à vida e falou de Deus como jamais o
imaginara.
Com a minha experiência queria apenas
deixar algumas ideias. Quando estamos doentes procuramos, de forma obcecada, os
mais variados padres, encontros, orações, novenas… Não tem mal, obviamente,
desde que não se caia na tentação – como aconteceu comigo – de achar que apenas
aquele padre ou aquela oração me pode dar a cura … Quem cura – e apenas se for
para a nossa salvação – é Jesus! Mais ninguém! O padre é um “instrumento” de
Deus, a quem devemos procurar, mas lembrando sempre que é Jesus que nos salva e
que a salvação também depende da nossa fé e da nossa conversão (que é diária,
até ao dia da nossa morte neste mundo).
Se calhar estão a questionar-se: Mas
assim devo deixar de lutar pela cura? Não! No meu caso pedi – e anda peço todos
os dias – a graça para aceitar o que não posso mudar, a graça para me converter
e me santificar e a graça para que os meus sofrimentos completem os de Cristo e
ajudem a salvar os meus irmãos e irmãs em Cristo. Não é fácil, mas é
maravilhoso ver que, como Santa Maria Madalena, posso dizer, mesmo no
sofrimento: “Eu vi o Senhor!”.
Sem comentários:
Enviar um comentário