Ainda a propósito da eutanásia ... e da perda de consciência do valor da vida
Há
uns tempos entrevistei uma ginecologista, que é responsável por uma consulta de
adolescentes num hospital público e o que me disse deixou-me em choque e muito
preocupada. Esta médica contou-me que há menos casos de gravidez na adolescência
nas estatísticas por causa da despenalização do aborto. Pior: o stress pós-traumático
pós-aborto não era habitual nestas jovens, porque, quer elas como as mães, viam
no aborto a solução do problema...
Chegou-se
a este ponto. Já não se tem noção do erro. Antes da despenalização já havia
quem abortasse sem sentir culpa, vendo no aborto a solução do problema. Conheci
e ouvi situações dessas... Mas a maioria das mulheres sentia culpa e muitas, com
ajuda psicológica e espiritual, acabavam por pedir perdão a Deus e tornar-se
exemplo do que não deve acontecer. Mas, atualmente, estamos a viver uma era em
que a vida perdeu total valor...
Estamos
a poucos dias de a eutanásia ser discutida e até aprovada no Parlamento. Os que
estão a favor continuam a dizer que os pró-vida são uns exagerados ao achar que
vamos começar a descartar a vida dos mais frágeis. Mas não diziam o mesmo os
movimentos pró-aborto? Veja-se o exemplo de outros países, onde a legalização da
eutanásia já tem alguns anos: até crianças são elegíveis... Anorexia e depressão
major – doenças muito graves – são elegíveis, apesar de haver solução, mesmo
nos casos mais complexos... Quando se discutia a eutanásia, os que eram a favor
garantiam que isto jamais iria acontecer e que era tudo um exagero dos movimentos
pró-vida... Pelo vistos, quem estava a favor da vida não era exagerado...
Tudo
isto é assustador! Erros graves podem ser cometidos por qualquer um de nós... “Quem
de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra.” (Jo 8, 7) Mas quando
não temos noção do erro e da sua gravidade dificilmente vamos conseguir pedir
perdão...
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