“Se eu não for para o céu, mais ninguém vai.”
Será mesmo assim?
Quando Jesus cura o leproso não lhe restitui
apenas a cura física, mas também a sua dignidade. Naquela época, os leprosos
ficavam às portas da cidade e ninguém os ajudava. As pessoas não o faziam apenas por terem
medo de ficar doentes, mas porque achavam que a sua condição de saúde se devia
aos seus pecados.
Quando Jesus ouve aquele homem dizer: “Senhor,
se quiseres, podes purificar-me (Mt 8, 2)” não teve medo de lhe tocar. Sem
hesitar olhou-o nos olhos, tocou-o e restituiu-lhe a sua vida.
Tal como naquele tempo também há muitos que
ainda hoje ficam às portas das cidades, sendo considerados “indignos de Deus”,
“pecadores perdidos”. E quem lhes aponta o dedo somos muitas vezes, nós,
cristãos. Esquecemo-nos que também nós temos “lepra”, ou seja, estamos cheios
de vanglória e de soberba, a achar que já estamos salvos. Como ouvimos desde
pequenos: “Se eu não for para o céu, mais ninguém vai.”
Mas, como Jesus disse, “os últimos serão os primeiros e os primeiros serão
os últimos”. (Mt 20, 16) “Em
verdade vos digo, os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no
Reino de Deus” (Mt 21, 31)
Oração:
Peço-Te, Jesus, que tires as escamas dos
nossos olhos para olharmos para os nossos irmãos, principalmente os que mais
erram, com a Tua Misericórdia, nunca desistindo de orar por eles e de mostrar o
Teu exemplo com palavras e obras. Ajuda-nos a ser mais misericordiosos
principalmente quando esses erros nos afetam diretamente. Mesmo quando nos
temos de defender, relembra-nos: “Quem nunca pecou, que atire uma pedra.” (cfr. Jo 8, 1-7)
Sem comentários:
Enviar um comentário