E quando a ira destrói tudo …
“Felizes os pacíficos, porque serão chamados
filhos de Deus!” (Mt 5, 9) Estas palavras de Jesus levam-me a pensar naqueles
momentos em que só nos apetece gritar e mandar tudo “à fava”, como se costuma
dizer.
De facto, como cristãos devemos ser
pacíficos, porque assim é o coração de Jesus: manso e humilde. E Jesus bem nos
mostra como a mansidão e a humildade são a melhor resposta a todas as situações
da vida, principalmente nas mais tempestivas.
Mas bem sabemos que nem sempre é fácil e como
é difícil manter esta mansidão quando em casa não há paz, quando o desemprego
dificulta o pagamento da renda da casa ou a compra de comida… Quando são
injustos com os nossos filhos – mãe e pai têm o coração na boca, quando após
muito empenho o patrão berra connosco sem nos dar qualquer valor…
O gatilho para a ira pode estar nas coisas
mais comuns da vida: cansaço, doença, alterações hormonais no caso da mulher,
problemas antigos mal resolvidos, no perdão que ainda não concedemos a nós
próprios e aos outros…
E, em segundos, explodimos e acabamos por nos
deixar levar por sentimentos que são tudo menos cristãos. Além de mancharmos o
nome de Jesus, apenas ficamos com mais problemas.
A solução? Oração, oração, oração. Pedir
muito o Espírito Santo ao longo do dia e, sobretudo, quando percebemos que o
gatilho da ira se aproxima. Pedir muito a Jesus que nos ajude a ter
autodomínio, um dos frutos do Espírito Santo (Gl 5, 22-23).
E se cairmos e não conseguirmos controlar a
ira? Reconheçamos que fizemos asneira, peçamos perdão a quem magoámos e também
a Deus, recorrendo ao sacramento maravilhoso da Reconciliação, onde Jesus nos
espera de braços abertos.
Não é fácil – falo por experiência própria -
mas se não desistimos de nos aperfeiçoarmos em coisas triviais e efémeras,
porque não podemos colocar o mesmo empenho na luta pela felicidade já aqui
neste mundo e na vida eterna que nos aguarda?
Sem comentários:
Enviar um comentário