terça-feira, julho 10, 2018


A verdadeira fé não nos afasta do mundo real. Jamais!




Estive a ler umas palavras de um psicólogo que comentava a importância da fé e da religião por causa das crianças e do treinador que ficaram presos na gruta. Ele dizia que até pode ajudar mas tem um senão, que é o facto de afastar as pessoas da realidade concreta. Este comentário surgiu por causa de o treinador ter recorrido à ajuda da meditação para que o grupo ultrapassasse aqueles momentos indescritíveis de sofrimento.

Mas este psicólogo errou e só demonstrou um mito/estereótipo que ainda perdura na nossa sociedade e que deve ser esclarecido: A verdadeira fé não nos afasta do mundo real. Jamais!

Não me focando no Budismo – que é mais visto como filosofia de vida e não como religião por muitas pessoas -, como cristã católica vou falar do exemplo de Jesus e de como Ele jamais nos pediu para nos alienarmos da realidade em que vivemos.

Jesus diz-nos, antes de mais, que veio para que “tenhamos vida e vida em abundância” (Cf. Jo 10,10). Quer que vivamos alegres em todo o momento, dando graças a Deus por tudo! (Cf. 1 Ts 5, 16-17) Mas também nos diz: “No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!” (Jo, 16, 33)

Jesus mostra-nos, por palavras e com o seu exemplo de sofrimento na vida e na cruz, que ter fé e acreditar em Deus não é viver alienado e negar o que se passa. Pelo contrário, é ter uma noção exata das coisas más, para das mesmas retirarmos coisas boas.

Mesmo quando a realidade nua e crua nos parece esmagar, Ele lembra-nos: “E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20). Tal como dizia o apóstolo S. Paulo: “Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados.” (2 Co 4, 8-9

Muito poderia escrever sobre exemplos concretos de como a fé não nos afasta da realidade concreta deste mundo. Mas basta recordar que Jesus nos pediu para nos amarmos uns aos outros como a nós mesmos, o que implica estar atento ao nosso próximo, que é quem tem fome, quem tem sede, quem está nu, doente, na prisão … (Cf. Mt25, 31-46)



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