Ver o outro como ser humano
No Metro costumo ver, às vezes, rapazes vestidos de mulher.
São os não-binários, ou seja, não se consideram estritamente masculinos ou
femininos. Apesar de não notar olhares de gozo – pelo menos, de forma explícita
-, apercebo-me da angústia e da insegurança de algumas destas pessoas não-binárias.
Houve uma que me marcou de forma particular, porque era bem
visível que estava com medo das reações das pessoas. Fez-me confusão todo
aquele sofrimento. Não vou esconder que, para mim, ou há homem ou há mulher. É
uma questão científica e, mesmo em termos de saúde, o não-binário tem de ser
tratado consoante o sexo com que nasceu. Logo, o sexo (biológico) conta, não é
uma imposição cultural.
Mas também não gosto de olhar para os não-binários como “seres
estranhos e alucinados”. No caso concreto deste rapaz, o sofrimento era bem
visível e, de certeza, que Jesus não lhe ia virar as costas… Não concordar com
a ideologia de género, não nos dá direito em maltratar o outro, que continua a
ser nosso irmão ou irmã em Cristo.
Sei que tudo isto é polémico. Mas, na minha opinião, o problema está no extremismo com que se veem as coisas hoje em dia. Se sou contra, tenho de pôr a pessoa de parte. Se sou a favor, não a coloco de parte. Isto faz sentido aos olhos de Deus? Não. Ele próprio deixou o exemplo. Ia ter com as pessoas e mostrava-lhes que as amava, apesar de ser contra o que faziam. E com este amor, mudou muitas vidas… Amemos e oremos mais, em vez de apontar o dedo...
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