quarta-feira, julho 24, 2024

 

Ver o outro como ser humano

 


No Metro costumo ver, às vezes, rapazes vestidos de mulher. São os não-binários, ou seja, não se consideram estritamente masculinos ou femininos. Apesar de não notar olhares de gozo – pelo menos, de forma explícita -, apercebo-me da angústia e da insegurança de algumas destas pessoas não-binárias.

Houve uma que me marcou de forma particular, porque era bem visível que estava com medo das reações das pessoas. Fez-me confusão todo aquele sofrimento. Não vou esconder que, para mim, ou há homem ou há mulher. É uma questão científica e, mesmo em termos de saúde, o não-binário tem de ser tratado consoante o sexo com que nasceu. Logo, o sexo (biológico) conta, não é uma imposição cultural.

Mas também não gosto de olhar para os não-binários como “seres estranhos e alucinados”. No caso concreto deste rapaz, o sofrimento era bem visível e, de certeza, que Jesus não lhe ia virar as costas… Não concordar com a ideologia de género, não nos dá direito em maltratar o outro, que continua a ser nosso irmão ou irmã em Cristo.

Sei que tudo isto é polémico. Mas, na minha opinião, o problema está no extremismo com que se veem as coisas hoje em dia. Se sou contra, tenho de pôr a pessoa de parte. Se sou a favor, não a coloco de parte. Isto faz sentido aos olhos de Deus? Não. Ele próprio deixou o exemplo. Ia ter com as pessoas e mostrava-lhes que as amava, apesar de ser contra o que faziam.  E com este amor, mudou muitas vidas… Amemos e oremos mais, em vez de apontar o dedo...

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