Olhar para
o abuso sexual sem rodeios
Nas últimas
horas foi dado a conhecer que o padre Abbé Pierre, fundador da Comunidade
Emaüs, e um defensor dos marginalizados, foi acusado de abusos sexuais. A
denúncia é da própria comunidade e remete, de alguma forma, para a confissão do
próprio padre antes de morrer: “cometi o pecado da carne”.
Mais informações
deverão, entretanto, ser reveladas… De qualquer forma, este caso também me
chamou a atenção para a forma como a Comunidade Emaüs lidou com tudo isto. Após
a confissão de uma mulher, procuraram saber a verdade. Puseram de lado a
admiração enorme que tinham pelo fundador e escutaram as vítimas.
Por outras
palavras, a dor e a admiração pelo padre não os impediram de pensar nas pessoas
que escondiam, há anos, um dos piores traumas que se pode viver nesta vida.
Defender a Igreja também é isto. É preciso ir à procura da verdade, por mais dolorosa
que seja, porque a cruz do abuso sexual é maior do que a cruz de se ver os ‘podres’
de alguns membros da Igreja.
A dor de
Jesus e da Mãe são, sem dúvida, muito maiores, se se optar por esconder crimes,
no intuito de se manter uma imagem.
A partir
de agora, seja qual for o desfecho deste caso, a forma de atuação deve servir
de exemplo. Não se pode virar a cara a quem denuncia abusos sexuais. Há casos
que são mentira? Sim, já aconteceu. Como acontece fora da Igreja. Mas, a grande
maioria, é verdade. Por que razão só agora falam? A Psicologia explica-o muito
bem. O abuso sexual paralisa qualquer um, sobretudo quando perpetrado por
alguém que é poderoso e idolatrado.
A Igreja
só vai conseguir purificar-se destes crimes horrorosos, enfrentando-os. E, claro,
com muita oração e com muita reparação…
Deixo contactos
para quem possa precisar de pedir ajuda (sejam casos da Igreja ou não):
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