O ativismo na Igreja mata o amor
Será possível trabalhar para Deus, sendo constante e empenhado,
e perder o amor por Ele? Sim, é um risco a que todos estamos sujeitos. Não sou
eu que o digo, é a Palavra de Deus. Em Ap
2, 2-4, Deus fala assim à Igreja de Éfeso:
“Conheço as tuas obras, as tuas fadigas e a tua constância.
(…) sofreste por causa de mim e não perdeste a coragem. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primitivo
amor.”
Perder o primitivo amor é deixar de fazer as coisas por amor
a Deus, perder o ânimo inicial. Com a falta de trabalhadores para a messe, é
fácil cair, inconscientemente, no ativismo, acabando a fazer-se muita coisa,
sem sequer se pensar se Deus o quer.
Tenho meditado nesta passagem da Bíblia, nos últimos dias, por
causa de um livro que estou a ler e que fala desta questão. Por vezes (ou
muitas vezes), quando nos deixamos levar pelo ativismo na Igreja, descuramos a
oração e nem sequer procuramos quem nos oriente espiritualmente.
Associado a tudo isto, estão as feridas mal saradas que
carregamos dentro de nós e que nos podem levar a fazer muita coisa, apenas para
sermos vistos. Muitas vezes, nem sequer temos noção disto. E não temos, porque
não paramos, não fazemos silêncio, não pedimos orientação espiritual, não conhecemos
(ou não aceitamos) essas feridas...
Assim, se perde o “primeiro amor”, a vontade de fazer obras
somente por amor a Deus, o empenho inicial. Tornamo-nos ‘Martas inquietas’, que
não procuram o mais importante, que nunca lhes será tirado (Lc
10, 38-42)… E adoecemos, acabando por pôr em causa o mandamento “Não
matarás”, que também se aplica a cuidar da saúde (a nossa e a dos outros). E,
desta forma, os frutos não serão os mesmos…
Ajudai-nos, Jesus, por intercessão da Mãe, a parar, a fazer
silêncio, para saber qual a Tua Vontade. Envia-nos, também, mais trabalhadores
para a messe. Ámen.
Sem comentários:
Enviar um comentário