terça-feira, julho 09, 2024

 

O ativismo na Igreja mata o amor



Será possível trabalhar para Deus, sendo constante e empenhado, e perder o amor por Ele? Sim, é um risco a que todos estamos sujeitos. Não sou eu que o digo, é a Palavra de Deus. Em Ap 2, 2-4, Deus fala assim à Igreja de Éfeso:

“Conheço as tuas obras, as tuas fadigas e a tua constância. (…) sofreste por causa de mim e não perdeste a coragem. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primitivo amor.”

Perder o primitivo amor é deixar de fazer as coisas por amor a Deus, perder o ânimo inicial. Com a falta de trabalhadores para a messe, é fácil cair, inconscientemente, no ativismo, acabando a fazer-se muita coisa, sem sequer se pensar se Deus o quer.

Tenho meditado nesta passagem da Bíblia, nos últimos dias, por causa de um livro que estou a ler e que fala desta questão. Por vezes (ou muitas vezes), quando nos deixamos levar pelo ativismo na Igreja, descuramos a oração e nem sequer procuramos quem nos oriente espiritualmente.

Associado a tudo isto, estão as feridas mal saradas que carregamos dentro de nós e que nos podem levar a fazer muita coisa, apenas para sermos vistos. Muitas vezes, nem sequer temos noção disto. E não temos, porque não paramos, não fazemos silêncio, não pedimos orientação espiritual, não conhecemos (ou não aceitamos) essas feridas...

Assim, se perde o “primeiro amor”, a vontade de fazer obras somente por amor a Deus, o empenho inicial. Tornamo-nos ‘Martas inquietas’, que não procuram o mais importante, que nunca lhes será tirado (Lc 10, 38-42)… E adoecemos, acabando por pôr em causa o mandamento “Não matarás”, que também se aplica a cuidar da saúde (a nossa e a dos outros). E, desta forma, os frutos não serão os mesmos…

Ajudai-nos, Jesus, por intercessão da Mãe, a parar, a fazer silêncio, para saber qual a Tua Vontade. Envia-nos, também, mais trabalhadores para a messe. Ámen.



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