terça-feira, julho 30, 2024

 

Jogos Olímpicos e a defesa de Jesus

 


Sim, vou falar sobre a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos e da polémica em torno da suposta Última Ceia, que, afinal, é a Festa dos Deuses. Há quem diga que os católicos exageraram. Mas, convenhamos, quando se olha para a mesa, a imagem que se destaca é idêntica à da Última Ceia.

Numa sociedade democrática, pode-se fazer este tipo de rábulas? Sim, obviamente. E quem se sente ofendido, pode protestar? Sim, obviamente. Não podemos esquecer que estamos a falar de França, o país onde é cada vez mais difícil professar a fé, seja esta cristã católica, cristã evangélica, muçulmana, etc.

Poder-se-á perguntar: mas Jesus vira as costas a drag queens? Não, obviamente. Mas, tal como aconteceu com a mulher adúltera, não é por tratar uma pessoa como ser humano, que vai passar a ser a favor do que ela faz. Deu a mão à mulher adúltera, mas não se tornou apoiante do adultério. Não confundamos as coisas.

É preciso entender que, para o cristão, o corpo é templo do Espírito Santo, logo não é para ser usado de qualquer maneira. Não se trata de se ser anti-sexo, como nos dizem, mas de respeito pelo próprio corpo. O cerne da questão não está na pessoa que é drag queen, e da qual até posso ser amiga e familiar, mas no uso do corpo daquela forma. Não concordam? Têm direito, mas convém perceberem que a nossa visão é outra.

Além disso, há algo que nem sempre se entende e que deve ficar claro: para o cristão, Jesus é Deus, é Amor, é Tudo. Assim como defendemos a imagem dos filhos e dos pais, também o fazemos com Jesus. Ele não é uma ideia, é Deus vivo, o melhor Amigo.

Terminando, permitam-me também uma crítica (construtiva): este episódio deveria servir de reflexão para os católicos (e não só) que são influenciados por teorias da conspiração e que demonizam os muçulmanos e as suas vestes. Assim como não gostamos que ofendam a nossa fé, também não podemos ofender a dos outros.


 

quarta-feira, julho 24, 2024

 

Ver o outro como ser humano

 


No Metro costumo ver, às vezes, rapazes vestidos de mulher. São os não-binários, ou seja, não se consideram estritamente masculinos ou femininos. Apesar de não notar olhares de gozo – pelo menos, de forma explícita -, apercebo-me da angústia e da insegurança de algumas destas pessoas não-binárias.

Houve uma que me marcou de forma particular, porque era bem visível que estava com medo das reações das pessoas. Fez-me confusão todo aquele sofrimento. Não vou esconder que, para mim, ou há homem ou há mulher. É uma questão científica e, mesmo em termos de saúde, o não-binário tem de ser tratado consoante o sexo com que nasceu. Logo, o sexo (biológico) conta, não é uma imposição cultural.

Mas também não gosto de olhar para os não-binários como “seres estranhos e alucinados”. No caso concreto deste rapaz, o sofrimento era bem visível e, de certeza, que Jesus não lhe ia virar as costas… Não concordar com a ideologia de género, não nos dá direito em maltratar o outro, que continua a ser nosso irmão ou irmã em Cristo.

Sei que tudo isto é polémico. Mas, na minha opinião, o problema está no extremismo com que se veem as coisas hoje em dia. Se sou contra, tenho de pôr a pessoa de parte. Se sou a favor, não a coloco de parte. Isto faz sentido aos olhos de Deus? Não. Ele próprio deixou o exemplo. Ia ter com as pessoas e mostrava-lhes que as amava, apesar de ser contra o que faziam.  E com este amor, mudou muitas vidas… Amemos e oremos mais, em vez de apontar o dedo...

quinta-feira, julho 18, 2024

 

Olhar para o abuso sexual sem rodeios

 


Nas últimas horas foi dado a conhecer que o padre Abbé Pierre, fundador da Comunidade Emaüs, e um defensor dos marginalizados, foi acusado de abusos sexuais. A denúncia é da própria comunidade e remete, de alguma forma, para a confissão do próprio padre antes de morrer: “cometi o pecado da carne”.

Mais informações deverão, entretanto, ser reveladas… De qualquer forma, este caso também me chamou a atenção para a forma como a Comunidade Emaüs lidou com tudo isto. Após a confissão de uma mulher, procuraram saber a verdade. Puseram de lado a admiração enorme que tinham pelo fundador e escutaram as vítimas.

Por outras palavras, a dor e a admiração pelo padre não os impediram de pensar nas pessoas que escondiam, há anos, um dos piores traumas que se pode viver nesta vida. Defender a Igreja também é isto. É preciso ir à procura da verdade, por mais dolorosa que seja, porque a cruz do abuso sexual é maior do que a cruz de se ver os ‘podres’ de alguns membros da Igreja.

A dor de Jesus e da Mãe são, sem dúvida, muito maiores, se se optar por esconder crimes, no intuito de se manter uma imagem.

A partir de agora, seja qual for o desfecho deste caso, a forma de atuação deve servir de exemplo. Não se pode virar a cara a quem denuncia abusos sexuais. Há casos que são mentira? Sim, já aconteceu. Como acontece fora da Igreja. Mas, a grande maioria, é verdade. Por que razão só agora falam? A Psicologia explica-o muito bem. O abuso sexual paralisa qualquer um, sobretudo quando perpetrado por alguém que é poderoso e idolatrado.

A Igreja só vai conseguir purificar-se destes crimes horrorosos, enfrentando-os. E, claro, com muita oração e com muita reparação…

Deixo contactos para quem possa precisar de pedir ajuda (sejam casos da Igreja ou não):

https://grupovita.pt/contactos/

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/

terça-feira, julho 09, 2024

 

O ativismo na Igreja mata o amor



Será possível trabalhar para Deus, sendo constante e empenhado, e perder o amor por Ele? Sim, é um risco a que todos estamos sujeitos. Não sou eu que o digo, é a Palavra de Deus. Em Ap 2, 2-4, Deus fala assim à Igreja de Éfeso:

“Conheço as tuas obras, as tuas fadigas e a tua constância. (…) sofreste por causa de mim e não perdeste a coragem. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primitivo amor.”

Perder o primitivo amor é deixar de fazer as coisas por amor a Deus, perder o ânimo inicial. Com a falta de trabalhadores para a messe, é fácil cair, inconscientemente, no ativismo, acabando a fazer-se muita coisa, sem sequer se pensar se Deus o quer.

Tenho meditado nesta passagem da Bíblia, nos últimos dias, por causa de um livro que estou a ler e que fala desta questão. Por vezes (ou muitas vezes), quando nos deixamos levar pelo ativismo na Igreja, descuramos a oração e nem sequer procuramos quem nos oriente espiritualmente.

Associado a tudo isto, estão as feridas mal saradas que carregamos dentro de nós e que nos podem levar a fazer muita coisa, apenas para sermos vistos. Muitas vezes, nem sequer temos noção disto. E não temos, porque não paramos, não fazemos silêncio, não pedimos orientação espiritual, não conhecemos (ou não aceitamos) essas feridas...

Assim, se perde o “primeiro amor”, a vontade de fazer obras somente por amor a Deus, o empenho inicial. Tornamo-nos ‘Martas inquietas’, que não procuram o mais importante, que nunca lhes será tirado (Lc 10, 38-42)… E adoecemos, acabando por pôr em causa o mandamento “Não matarás”, que também se aplica a cuidar da saúde (a nossa e a dos outros). E, desta forma, os frutos não serão os mesmos…

Ajudai-nos, Jesus, por intercessão da Mãe, a parar, a fazer silêncio, para saber qual a Tua Vontade. Envia-nos, também, mais trabalhadores para a messe. Ámen.



terça-feira, julho 02, 2024

 

O que oferecer a Jesus e à Mãe?

 


Pedimos tantas coisas a Jesus e à Mãe. Não tem mal, claro. Mas, desta vez, poderíamos fazer algo diferente: dar-Lhes uma prenda, apenas porque Os amamos – mesmo que de forma muito imperfeita. A melhor prenda é, obviamente, fazer a Vontade do Pai. Mas, neste caso, refiro-me também a algo simbólico: uma flor, uma oração, um desenho, uma canção, o sorriso de uma criança…