domingo, março 17, 2024


Obediência no sofrimento

 


Nesta Quaresma há uma palavra que me tem tocado de forma mais especial: obediência. Primeiramente, nas minhas orações, pensava: Meu Deus, onde estou a falhar? A que regras/indicações não estou a obedecer?

Ontem, na Adoração ao Santíssimo, antes da Missa, a palavra voltou: obediência. Voltei a questionar Deus: onde estou a falhar? Eis que na Missa, na II Leitura, veio a resposta: “Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.” (Hb 5, 8)

De facto, ando muito exausta nos últimos tempos e um passado recente ainda está a ser digerido… Ainda estou em processo de cura. Isso leva-me a refilar mais durante o dia. A obediência que Deus me pede, e que pede a todos nós, não se cinge a regras/preceitos. A mais importante – e a mais difícil – é a obediência no sofrimento.

É muito duro aceitar certas cruzes. A cabeça parece explodir perante certos desafios/barreiras… Até podemos entregar essas dores pela salvação das almas, em ato de reparação, mas, bem no fundo, continuamos a não aceitar essa cruz. E com isso sofremos mais, fazemos sofrer quem está à nossa volta e o nosso testemunho como cristão vai por água abaixo, porque nos tornamos ‘azedos’.

Ninguém está livre do sofrimento. Nem Jesus se livrou… “Agora a minha alma está perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.” (Jo 12, 27)

Ajudai-nos, Jesus, a obedecer no sofrimento. Ajuda-nos a lutar para sair desse momento difícil, mas enquanto não saímos, dai-nos força para não alimentarmos aquele ‘azedume’ que afasta tantos irmãos de Ti… Ámen.


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