sexta-feira, dezembro 07, 2018


Quão puros são os nossos gestos de amor?





Ajudamos o próximo porque amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos ou porque assim nos sentimos melhores pessoas?
Será que o nosso gesto de amor é apenas para encher o nosso ego?

Quem me chamou a atenção para isto foi uma irmã, missionária em África durante muitos anos. Ela dizia que, muitas vezes, principalmente no início da nossa caminhada em Cristo, temos tendência a sentir demasiado orgulho do bem que fazemos, como se o talento não fosse dado por Deus.

Desde aquelas palavras comecei a pensar no que fazia. E é verdade: não é por mal, mas cai-se facilmente na tentação de nos acharmos ‘boas pessoas’. Ao longo dos anos fui-me apercebendo desta tendência tão humana – no pior sentido da palavra.

Mas, como ela me ensinou, é preciso aceitar que somos assim, imperfeitos, e entregar a Jesus esta nossa tendência, para que Ele nos molde como barro e nos permita alcançar aquele amor que se dá sem querer que a mão esquerda veja o que fez a direita. (Cf. Mt 6, 1-4)

Além disso, estes podem muito bem ser os primeiros passos de uma entrega cada vez maior a Deus e ao próximo. Por isso, não nos sintamos derrotados ou demasiado tristes se verificarmos que estamos nessa fase e peçamos o Espírito Santo a Jesus para que o nosso amor seja cada vez mais puro. Para que possamos ser cada vez mais o rosto de Jesus neste mundo, onde a solidão – mesmo no meio de uma multidão – é cada vez mais uma realidade.


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