Quão puros são os nossos gestos de amor?
Ajudamos o próximo porque amamos a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos ou porque assim nos sentimos
melhores pessoas?
Será que o nosso gesto de amor é apenas para
encher o nosso ego?
Quem me chamou a atenção para isto foi uma
irmã, missionária em África durante muitos anos. Ela dizia que, muitas vezes,
principalmente no início da nossa caminhada em Cristo, temos tendência a sentir
demasiado orgulho do bem que fazemos, como se o talento não fosse dado por
Deus.
Desde aquelas palavras comecei a pensar no
que fazia. E é verdade: não é por mal, mas cai-se facilmente na tentação de nos
acharmos ‘boas pessoas’. Ao longo dos anos fui-me apercebendo desta tendência
tão humana – no pior sentido da palavra.
Mas, como ela me ensinou, é preciso aceitar
que somos assim, imperfeitos, e entregar a Jesus esta nossa tendência, para que
Ele nos molde como barro e nos permita alcançar aquele amor que se dá sem
querer que a mão esquerda veja o que fez a direita. (Cf. Mt 6, 1-4)
Além disso, estes podem muito bem ser os
primeiros passos de uma entrega cada vez maior a Deus e ao próximo. Por isso,
não nos sintamos derrotados ou demasiado tristes se verificarmos que estamos
nessa fase e peçamos o Espírito Santo a Jesus para que o nosso amor seja cada
vez mais puro. Para que possamos ser cada vez mais o rosto de Jesus neste
mundo, onde a solidão – mesmo no meio de uma multidão – é cada vez mais uma
realidade.
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