Amar é doação, espera, cuidado
A caminho do trabalho vi um senhor de idade avançada a
levar a neta à escola. Deviam ir atrasados, pois tentavam apressar o passo. É
uma cena corriqueira, mas lembrei-me como o amor é mesmo isto: doação. O amor
que Deus nos ensina é mesmo este: implica dádiva, espírito de sacrífico,
paciência.
Em 1Co 13, 1-13, fica
muito claro o que é amar alguém: filhos, maridos/namorados, esposas/namoradas,
pais, etc.
Destaco, em particular, “o amor é paciente (…) não procura o seu próprio interesse”. Quantas
vezes perdemos grandes amores ou magoamos as pessoas, porque não conseguimos pensar
mais no outro do que em nós. Na nossa impaciência e na vontade de sermos
amados, acabamos por ficar cegos e não vemos as necessidades dos outros.
Quantas vezes estão a sofrer mais do que nós… e não queremos saber, porque
apenas pensamos em receber, receber…
Isto vê-se, sobretudo, nas relações conjugais e entre filhos
e pais. A reciprocidade própria de uma relação a dois ou o vínculo de sangue
não são razão para exigirmos tudo do outro. Se os amamos, somos pacientes,
prestáveis, procuramos mais o interesse do outro do que o nosso. Isso pode
implicar momentos de espera – às vezes, uma longa espera.
Mas se Deus nos diz que esta é a forma de amar, procuremos
pedir-lhe essa graça de saber cuidar mais do outro, de olhar para o sofrimento do
outro… Tenho a graça – sim, posso dizer que é uma graça – de Deus me moldar
cada vez mais na espera. Porquê? Porque é na espera que aprendemos a amar como
Deus nos ensina; é aí que purificamos os nossos sentimentos; é aí que
percebemos os frutos do verdadeiro amor… E como tem sido descoberta maravilhosa!
Que Jesus nos ensine a amar como aquele avô amou a neta,
naquela manhã!
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