sexta-feira, outubro 17, 2025

 

Amar é doação, espera, cuidado



A caminho do trabalho vi um senhor de idade avançada a levar a neta à escola. Deviam ir atrasados, pois tentavam apressar o passo. É uma cena corriqueira, mas lembrei-me como o amor é mesmo isto: doação. O amor que Deus nos ensina é mesmo este: implica dádiva, espírito de sacrífico, paciência.

Em 1Co 13, 1-13, fica muito claro o que é amar alguém: filhos, maridos/namorados, esposas/namoradas, pais, etc.


“O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento.”

Destaco, em particular, “o amor é paciente (…)  não procura o seu próprio interesse”. Quantas vezes perdemos grandes amores ou magoamos as pessoas, porque não conseguimos pensar mais no outro do que em nós. Na nossa impaciência e na vontade de sermos amados, acabamos por ficar cegos e não vemos as necessidades dos outros. Quantas vezes estão a sofrer mais do que nós… e não queremos saber, porque apenas pensamos em receber, receber…

Isto vê-se, sobretudo, nas relações conjugais e entre filhos e pais. A reciprocidade própria de uma relação a dois ou o vínculo de sangue não são razão para exigirmos tudo do outro. Se os amamos, somos pacientes, prestáveis, procuramos mais o interesse do outro do que o nosso. Isso pode implicar momentos de espera – às vezes, uma longa espera.

Mas se Deus nos diz que esta é a forma de amar, procuremos pedir-lhe essa graça de saber cuidar mais do outro, de olhar para o sofrimento do outro… Tenho a graça – sim, posso dizer que é uma graça – de Deus me moldar cada vez mais na espera. Porquê? Porque é na espera que aprendemos a amar como Deus nos ensina; é aí que purificamos os nossos sentimentos; é aí que percebemos os frutos do verdadeiro amor… E como tem sido descoberta maravilhosa!

Que Jesus nos ensine a amar como aquele avô amou a neta, naquela manhã!

 


 

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