quinta-feira, junho 12, 2025

 

Paira o ódio no ar...

 


É triste, mas o ódio começa a alastrar-se cada vez mais, com a conivência da maioria de nós. Abrimos a boca para criticar muita coisa – algumas sem qualquer sentido -, mas quando se trata de defender a vida de seres humanos ainda ficamos demasiado calados.

Jesus não se calava perante o mal, mesmo que isso O tenha levado ao sofrimento e à cruz. Mesmo que isso O tenha levado a deixar de ser tão popular e tão amado, como nos primeiros tempos de missão. Também, nós, não nos podemos calar ao ver que se insulta um irmão apenas por ser muçulmano, ou por ser negro, etc. O ataque de extremistas a um ator, vindo do nada, mostra como o ódio está no ar. 

Como cristã, como cidadã, não me posso calar perante o extremismo! As mensagens com meias-verdades ou totalmente mentirosas, com imagens produzidas ou retiradas de contexto, estão a pôr pessoas contra pessoas. Há autênticas máquinas de marketing mentiroso, a levar ao ódio. Marketing de partidos políticos, mas também de grupos neonazis e de grupos satânicos, que estão a fazer autênticas lavagens cerebrais aos jovens. Existem provas já de tudo isto e as autoridades internacionais têm lançado alertas, porque se estão a recrutar jovens na Internet para cometerem crimes de ódio. 

O que deve, então, um cristão fazer? Oração é sempre importante, como é lógico. Assim como o jejum/abstinência, a adoração, o rosário, a lectio divina. Mas, também, é preciso sair da ‘capelinha’ e falar de Deus, com palavras e gestos concretos. Não se trata de proselitismo, mas de mostrar que, mesmo que não se venha a entrar na Igreja, se pode seguir o exemplo de Jesus, que assenta na paz, no amor, no perdão e na aceitação do outro como ser humano, mesmo que não nos identifiquemos com a sua cultura.

Jesus está de braços abertos na cruz, não nos pede para cruzarmos os braços e virar a cara. É urgente espalhar a paz, o amor, o perdão! E isto faz sentido nas periferias geográficas e existenciais, mas também dentro da Igreja, onde grassa o ódio – disfarçado de zelo – pelos irmãos ditos ‘diferentes’, como o muçulmano, o imigrante … Onde está o amor de que tanto falam esses cristãos, que estão a ser levados pelo ódio, disfarçado em zelo apostólico?

Ajudai-nos, Jesus, porque, quando pedes para nos amarmos uns aos outros, não nos dizes para escolhermos este ou aquele, consoante a cultura, religião ou cor de pele! Pedes, sim, para amarmos todas as pessoas. Ámen.


Sem comentários: