terça-feira, março 15, 2011

Dai-nos, Jesus, a graça do Amor!


Não vejam este texto como um julgamento, mas como uma forma de pensarmos nas situações em que não nos conseguimos doar aos outros (ou seja, a Jesus), principalmente quando se trata daqueles que nos são mais próximos e que exigem uma atenção constante. Que este episódio que vos conto, nos ajude a meditar, nesta Quaresma, no tipo de entrega que temos para com os outros, ou seja, para com Jesus. Não esqueçamos que no nosso melhor pano, pode cair a nódoa …

A confusão em dias de greve de transportes é enorme. O autocarro estava a abarrotar e éramos autênticas «sardinhas em lata». Um senhor, que ia ao meu lado, tombou e desmaiou. Lá conseguimos sentar o senhor e chamar a ambulância. O autocarro parou e ajudamo-lo a sair e a sentar-se no banco da paragem.

O problema é que ninguém quis ficar com o senhor. Fiquei atónita. Estávamos todos atrasados, mas aquele senhor estava mal! Não tinha ninguém ali! Acabei por sair do autocarro e ficar à espera da ambulância. Vim a saber que o senhor tem um tumor na garganta, piorou nos últimos tempos e vai ser operado para a próxima semana.

Este episódio fez-me pensar nestas questões e que podem servir de mote para esta Quaresma:

- A quem é que não dou esta atenção, desprezando o próximo, ou seja, Jesus? Não é falsa modéstia da minha parte, acreditem. Todos nós erramos quando se trata de nos doarmos aos outros. E as maiores faltas são muitas vezes com aqueles que estão mais próximos de nós e que exigem uma maior entrega, noites mal dormidas, mais paciência … É bom pensar nisto, porque onde achamos que nunca vamos errar, é quando, por vezes, erramos mais …

- Jesus diz: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Lc 11,13 Será que O pedimos todos os dias e várias vezes ao dia, principalmente nas situações de maior tentação?

- Independentemente de sermos crentes ou não, para aonde caminhamos como sociedade, se continuamos a agir apenas em função de nós, sem pensarmos nos outros?

Apesar de tudo, tal como Jesus, tiremos o bem do mal e pensemos neste episódio como uma forma de melhorarmos a nossa caminhada quaresmal. Rezemos por situações como esta, pensemos nos momentos em que não nos conseguimos doar aos outros e os desprezamos (desprezando, portanto, Jesus) e oremos por este senhor que tanto precisa da nossa oração.

E não nos esqueçamos do que é ser cristão: “"Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."
Jo 13, 34-35

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