sábado, março 14, 2009

O Perdão a Nós Próprios


Obrigado a todos pelas palavras amigas. No post anterior falei do perdão aos outros, mesmo quando estamos perante situações graves e ligações de sangue. Mas, com este lado mais difícil da minha vida também me tem ensinado uma coisa muito importante: o perdão a nós mesmos.
Já aqui falei da necessidade de nos perdoarmos pelas asneiras que fazemos. Quantas vezes vamos à confissão, mas continuamos a sentirmo-nos culpados. Jesus já perdoou. É a nossa vez de nos perdoarmos, com a Sua ajuda.

Mas, falo também da culpa que sentimos do que não somos culpados. A experiência de que falei ano anterior post começou quando tinha 6 anos. Agora tenho 28. Quando nos fazem mal, prinpalmente em pequenos, achamos que devemos ter alguma culpa. Com a idade vamos percebendo que afinal não é assim. Mas, à medida que perdoamos podemos sentir culpa.

À medida que perdoei sentia-me mal por não conseguir ter sentimentos de grande amor por quem me abandonou e me fez mal. Ainda hoje. Amo-os como filhos de Deus, perdoou-os, mas não consigo amar como se ama alguém tão próximo biologicamente ...

Sentia-me mal por isto. Pensava: “Meu Deus! Como posso sentir isto”. Em oração, com a ajuda de outras pessoas, com a Palavra de Deus percebi que não tenho de os amar como se costuma amar quem é do nosso sangue. Não por vingança ou raiva. Mas, simplesmente por que o Amor cultiva-se, mesmo entre familiares. O importante é perdoar, porque são filhos de Deus e é a Vontade do Pai. E, claro, devemos rezar muito pela sua conversão.

Pensemos nisto:

- O que eu faço está a afectar alguém? Está a afectar Deus Pai?
- Estou a cultivar o amor, mesmo em família ou estou a tornar-me um estranho para os meus familiares?
- Sinto alguma culpa que não devia sentir?
- Já me confessei e mesmo assim sinto-me culpado?

Oração:
Jesus cura os nossos sentimentos para que não deixemos de amar e perdoar e para que não deixemos que os que vivem à nossa volta (ou já fizeram parte da nossa vida) nos façam sentir culpados quando somos inocentes.
Maria, Mãezinha, reza por nós. Amén.

13 comentários:

Ailime disse...

Maria João,
Grande reflexão! Como me sinto tão próxima de ti, embora no meu caso não fosse abandono mas falta de afecto, (no fundo é a mesma coisa) que me levou muitas vezes a pensar como tu e a sentir-me culpada, a ponto de sentir desgosto, por também não sentir o tal amor como sentem as pessoas que são verdadeiramente amadas.
Só quem passa por estas situações poderá avaliar este sofrimento!
Fico-te muito grata por tudo o que aqui escreves sobre o assunto.
Ajuda-me a não me sentir assim tão culpada.
Há situações na nossa vida difíceis de explicar e às vezes pergunto-me: se amo todos os meus irmãos, porque falho neste caso concreto?
Que a nossa penitência nesta Quaresma seja a remissão desta "omissão?" no sentido de que o nosso coração se vá abrindo cada vez mais ao amor universal.
Unidas em oração
Beijinhos de gratidão.

Canela disse...

Maria João;

Por momentos, consegui lêr-me... ouvir-me!

Passei pelo mesmo, não da mesma forma, mas é de facto o mesmo.

Senti um dia tambem eu, a culpa de não amar quem me fez sofrer... foi um sofrimento calado, julguei-me até a pior pessoa do mundo.
Rezei muito, e, rezou por mim quem me lê o coração no olhar.

A minha conclusão?

O nosso coração não pode dar, o que jamais conheceu. Perdoar, passa primeiro pela nossa intençao de o fazer, mas é sem dúvida uma graça recebida de DEUS PAI. Cabe-nos a nós, aceitar essas pessoas. Rezar por elas, para que se deêm a amar, e, possam de facto ser amadas... talvez quem sabe um dia, N. Senhor nos dê mais essa Graça.

Abraço amigo em Cristo e Maria!

Perseverança!

Laurie Queiroz disse...

Já é tão difícil perdoar e, às vezes, nos sentimos tão impotentes, que somos até incapazes de nos perdoarmos a nós mesmos.

Quando nos dispusemos a perdoar a graça chega e, quando conseguimos, nos sentimos mais leves.

Bjs no coração.

Paulo disse...

Um excelente artigo...como sempre profundo

Anita disse...

"Cada dia chega trazendo seus próprios presentes. Desamarre as fitas."

Um dia maravilhoso.
Beijinhos e abracinhos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)

Sandra Veneziani disse...

OI, moça... é preciso crescer no entendimento e conhecimento da palavra e então... fazer a vontade de Deus que é boa,perfeita e agradável.
O Senhor sempre sabe o que é melhor pra cada um de nós, por isso Ele nos pede para perdoar sempre.
Se o fizermos de coração sempre viveremos bem e feliz.
fique na paz

silvino disse...

assim seja.

Galera Católica disse...

Maria João, td bem, não sei se lembra de mim, sou o Paulinho do Tribo Catolica, esse meu blog teve a senha roubada, e fiz outro o Atitude777, para continuar falando das coisas de Deus, das suas maravilhas
queria que add no seus favoritos, q ja adicionei o seu la no meu novo blog (http://atitude777.blogspot.com/)
uma abraco fica com Deus
td de bom
Paulinho-Atitude777

Lavrador disse...

Que bela mensagem! Pena que a sua oração a Jesus não seja suficiente!!!

Pena disse...

Oh, Linda Amiga:
Segui atentamente o seu delicioso texto.
Fiquei maravilhado com a sua pura e linda Fé.
É linda, sabia?
Sem palavras.
Com respeito e estima gigantes
Beijinhos puros

pena

Que Deus a acompanhe sempre!

Fá menor disse...

O estar bem, em paz com a nossa consciência passa por aí, por nos perdoarmos e gostarmos de nós. Não aquele gostar egoísta, mas gostar, sim. Desse modo conseguiremos amar os outros se estivermos em paz.

Bonita a tua reflexão!

Bom domingo

Beijos

casualidade disse...

Verdade Nós sentimos falta de Amor, e quando não temos ninguem, mesmo para nos dar uma mãozinha para nos suavizar.Eu perdi os meus tods na estrada, fui a única sobrevivente, quando sai do carro , e olhei o carro feito, em massa olhei para o céu e disse : Senhor faça-se a tua vontade, e não a minha, o cheiro de sangue que escorria, por min abaixo, era cheiro nauseabundo, mas a vontade de Deus estava ali consumada , por isso o titulo esta mto bem adequado, as nossas angustias

Anónimo disse...

Obrigada Mª João pelos teus testemunhos que me têm ajudado a reflectir.

Também tenho encontrado ajuda nos retiros do RCC e num dos últimos, para um aspecto que eu pensava já ter resolvido no meu coração com respeito a uma situação mais ou menos semelhante e lá veio, não somente a dúvida para o perdão que pensei já ter dado em absoluto a uma pessoa da família, muito querida, como também surgiu algum sentimento de culpa. É uma luta, sem dúvida, com os nossos sentimentos que por vezes baralhamos e não sabemos distinguir ou discernir sem ajuda. No caso valeu-me o Padre que estava disponível para confessar e o tempo e atenção que me dispensou, graças a Deus. Rezámos juntos, rezou por mim, impôs-me as mãos nesse momento de oração, e, no final do retiro, voltámos a falar, agradeci-lhe porque de facto senti a graça dessa cura interior. Senti-me apaziguada, renovada e pronta para caminhar em frente, certa de que esse amor, embora diferente (mas não diminuído) ainda estava presente em mim.

Louvado seja o Senhor.

Por vezes leva um pouco de tempo, mas é bom termos alguma ajuda.

Um bj em Cristo e Maria.