sexta-feira, setembro 05, 2008

Nesta imagem vêem … o Rosto de Cristo!

Hoje, a Igreja celebra a Solenidade da Beata Madre Teresa de Calcutá. Uma mulher que, com apenas 12 anos, disse a Jesus: “Quero ser missionária!”. E Ele ouviu-a. Madre Teresa foi sempre o Rosto de Cristo, ou seja, Amor. Um Amor enorme que só Cristo sabe colocar no nosso coração.

E como?
- Através do Amor aos mais desprezados, indo ter com eles às suas casas de lata, muito pobres, sem espaço, mesmo que isso fosse apenas uma gota de água… Mas uma gota que se juntou a outra e a outra…
- Não deixando de ouvir o pedido constante e diário que Jesus ainda nos faz: “Tenho sede!” . Como Jesus tem sede de espalhar o Seu Amor e as pessoas não O aceitam… Até parece que é uma coisa má…
- Através do Amor pelos doentes. Madre Teresa, com a ajuda de Cristo e Maria, não vacilava se tinha de ir ter com um doente, mesmo que se tratasse de uma doença contagiosa.
- Não esperava que fossem ter com ela. Ia ter com quem mais precisava. Há muitas pessoas a sofrer que não pedem ajuda por vergonha, por ainda não terem descoberto a palavra “humildade”, por se sentirem excluídas e terem medo… Seja qual for a situação, precisam de ajuda. O mal da nossa sociedade é esperar. Como se costuma dizer: “Eu ajudo se vierem ter comigo!”. Quantos gestos, quantos olhares não gritam: “Ajuda-me! Estou tão em baixo que nem consigo pedir ajuda!” Olhemos mais para quem está ao nosso lado…
- Através do Amor pelos moribundos. Madre Teresa ajudou muitas pessoas na hora da morte, dando-lhes dignidade, paz e esperança na Vida Eterna.

E como o fez?
- Deixou o convento e enfrentou tudo e todos, sempre com grande humildade e fé, para conseguir ser freira nas ruas de Calcutá.
- Enfrentou a sociedade indiana ainda muito marcada pelas castas e que, pela sua crença, abandonava os moribundos, os doentes, os desprezados.
- Apesar da sua fraqueza física, enfrentou o calor abrasador da Índia, a guerra, a falta de comida e de água.
- Todas as palavras são poucas para descrever a acção desta pequena grande mulher que, por um grande Amor a Cristo e a Maria, se dedicou totalmente aqueles que eram vistos como “parasitas”.

Ainda é muito respeitada, mas também ainda é muito incompreendida.
- Lançam livros a dizer que teve uma “longa noite escura” na sua fé: isto revela a ignorância. Todos os que crêem em Cristo têm de sentir a solidão e o deserto. Jesus também sentiu. Não somos mais do que o Mestre. Mas, ao senti-lo, a Madre Teresa não deixou de acreditar no Pai e de levar Cristo aos outros. Qualquer cristão que leve o Rosto de Cristo aos outros tem de passar por isto. Tem de sentir fome e sede de Jesus. É difícil, mas é nesses momentos que Ele nos segura ao colo…
- Dizem que foi e é um bom trunfo da Igreja Católica, para limpar a Sua imagem. A Igreja não precisa dessas técnicas. Foi fundada por Cristo. Há melhor exemplo do que Ele? Todos os outros vêm Dele. Não precisamos de trunfos. O que há de mau na Igreja acontece por causa de todos nós que somos Igreja e também pela ignorância, como se pode ver nos imensos comentários que se fazem sobre a Igreja Católica e Deus. Além disso, se houve um Judas entre Jesus, quem somos nós para não termos Judas entre nós ????


Madre Teresa rogai por nós junto a Jesus e a Maria. Que o teu exemplo nos faça ver Jesus. Peço a tua intercessão pelos teus tão amados bairros de lata e pelos bairros sociais, onde se encontra sempre o Rosto tão lindo de Cristo. Intercede por nós, para que aumente o nosso Amor por Jesus através do Amor pelos mais desprezados e também pelos mais errantes que precisam do Perdão e da Misericórdia de Cristo. Que este pedido de Jesus fique marcado em nós: “Tenho sede!”.
Obrigado, Pai, pelo exemplo desta tua filha.

10 comentários:

Anita disse...

pinte seu paraíso e depois entre nele…Acredite na beleza dos seus sonhos……e na sua capacidade de realizá-los!.......
.........Beijos e tenha um lindo fim de semana!

Fica bem. Fica com Deus.
Aniota (amor fraternal)

André A. Correia disse...

Obrigado, Maria João, por estas palavras que nos fazem parar e reflectir.

Unknown disse...

Amigaaa, estava á espera à tanto tempo de aparecer uma pessoa assim no meu cantinho.
Estou tão feliz por a ter conhecido.
Que linnndo blog você tem e que conteúdo adorei tudo, escreve muitíssimo bem.
Parabéns e que força de viver, parecida comigo em tudo.
Tenho pena de não ser voluntária mas a vida não me permite.
Quando era mais jovem ainda andei durante muitos anos num grupo de jovens e faziamos muitas coisas bonitas, agora actualmente não posso ou então tenho pouca capacidade para o fazer.
A vida torna-nos tão diferentes.
Mas tenho o que diz aqui no post.
Coloco sempre o rosto de Jesus em tudo, pelo menos tento.
Espero que não pense que sou alguma maluca com tanta conversa.
Adorei mesmo conhecer este blog.
Um grande abraço
Manuela

Ver para crer disse...

Teresa de Calcutá é ainda hoje farol para muita gente.
E vejo que para ti também.
Parabéns!

Paulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo disse...

"TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu ,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo.
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando.
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
0 mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num paço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela.

0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu.

Quando a erva crescer em cima da minha sepultura,
Seja este o sinal para me esquecerem de todo.
A Natureza nunca se recorda, e por isso é bela.
E se tiverem a necessidade doentia de "interpretar" a erva verde sobre a minha sepultura,
Digam que eu continuo a verdecer e a ser natural."


(FERNANDO PESSOA)


Abraço

Grupo nº3 12ºB ( INA) disse...

Madre Teresa de Calcutá, um exemplo para todos nós.
Os textos do seu blog são importantissímos para mim, para uma reflexão pessoal. Obrigada
Continue sempre com esse tão bom trabalho.

O Profeta disse...

Onde acaba a terra e começa o Mar
Há um lugar onde vive a ilusão
Repousa na madrepérola das conchas
Com a forma de um coração

Onde as giestas se agarram à areia
Onde as pedras têm diadema de algas
Onde o Mar conta histórias longínquas
Onde as vagas soltam distantes mágoas


Bom fim de semana



Mágico beijo

Anita disse...

Bom dia amiga!
O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
(João 3:8)

Que o Espírito do Senhor conduza a tua vida neste dia.
Beijos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)

A Flor disse...

Madre Teresa, um testemunho vivo do que é ser Discipulo de Jesus Cristo!


Agradeço a Deus a sua vida. Agora descansa em paz junto do Senhor.

Bom dia linda! :-)

Flor deixa beijinhos recheados no amor do Senhor Jesus