Crer... por Amor

Há muito a ideia de que quem acredita em Cristo, o faz porque vê nisso apenas um refúgio para os seus problemas. É uma bengala psicológica. Não vou dizer que não haja pessoas que o façam. No início da nossa caminhada de fé podemos olhar para Deus e para a religião como essa bengala. E não tem mal. Há muitas maneiras de chegarmos a Deus...

Mas, a partir de certa altura, Deus Pai faz-nos ver que só isso não basta. Aliás, isso até pode levar a uma fé num "deus" criado à nossa imagem. Um "deus" que achamos que deve fazer aquilo que queremos, sem sabermos se é o melhor para nós ou não. Ter fé é amar a Deus Pai. Em todos os momentos. Comecei por perceber isto na minha vida por causa de uma doença muito complicada. Os médicos não sabiam o que me haviam de fazer. Na altura reencontrei-me com Cristo.

Depois quando acabei por melhorar, disse para Jesus: "Agora estou Contigo, porque estou bem. Mas, se voltasse a sofrer como sofri, se voltasse a sentir a morte, não sei se continuaria a olhar para Ti".

A resposta veio mais tarde. Voltei a ficar muito doente. O sofrimento grande e a morte com 20 e poucos anos é aterradora. Em todas as idades, mas quando somos muito jovens... Nessa altura, apesar das pessoas à minha volta começarem a perder a fé, eu agarrei-me a Cristo. Pensei que não havia nada a fazer, mas agarrei-me e deixei que se fizesse a Sua Vontade. Entreguei o meu sofrimento.

E foi aí que Ele me deu a resposta. Sim, apesar do sofrimento, eu ficava com Cristo. E porquê? Porque O amava. Esta é a principal razão para crermos em Deus. De outra maneira não vale a pena. Vamos entrar num jogo de um "deus" falso, marioneta nas nossas mãos.

A fase da bengala existe, mas não fiquemos por aí. Senão caímos na fé falsa, cheia de superstições, e não vemos os planos maravilhosos - apesar da cruz - que o Pai tem para nós.