Jesus, intimamente perturbado
Jesus estava “intimamente perturbado” na Última Ceia (Jo 13, 21), antes de Judas
sair para O entregar. Imaginemos esta situação: estamos perante a pessoa que
nos vai trair e que nos vai levar a um sofrimento atroz e à morte. Essa pessoa
conviveu connosco durante 3 anos, todos os dias, por isso a dor ainda é maior. Para
piorar a situação: não podemos fugir, vai tudo acontecer. O que faríamos?
Eu penso que não reagiria muito bem. Entraria em pânico, iria
refilar, berrar com Judas, contar a todos os outros discípulos que ele é um
traidor e que me estava a levar à morte. E vocês?
Jesus não fez nada disto, apesar da sua condição divina e
de estar “intimamente perturbado”. Lavou os pés aos discípulos, amou-os, instituiu
a Eucaristia, não falou mal de Judas – impediu, assim, que os outros se enchessem
de ódio e o matassem – e … abraçou a cruz.
Tinha chegado a sua hora e não havia mais nada a fazer… Na nossa
vida também há de chegar a nossa hora. Pode ser a hora da morte, mas também
pode ser a hora de aceitar determinada cruz, que não dá para evitar. Se reagíssemos
como Jesus, iríamos sentir dor, mas com muito mais paz interior. E iríamos
conseguir transmitir aos outros que, mesmo no meio da agonia, se deve amar e
perdoar. E com esse exemplo, sabe-se lá quantas almas se poderiam salvar …
Perante a minha fraqueza, resta-me pedir a Jesus: Ajuda-me a
aceitar a cruz com mais serenidade, apesar da angústia e da dor! Ensina-me a
ser o Teu rosto, quando a dor aperta e quando não posso fugir da cruz… Ámen.
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