sexta-feira, março 28, 2025

 

Católico não praticante, Jesus espera por ti!

 


A arrumar umas coisas, surgiu-me uma revista do Canção Nova, com o tema: “O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio”. Nas páginas centrais pode ler-se um artigo do Padre Borga, onde, além de escrever sobre a Mãe, fala sobre católicos não praticantes.

“… parece que o que se quer dizer [com ser católico não praticante] é, tão só, que se simpatiza. Sempre é melhor do que não simpatizar! Mas a verdade é que as simpatias não levam a lado nenhum. Trata-se de uma adesão superficial e demasiado frágil.” Padre Borga

Ora, como alguém que também já se definiu, outrora, como católica não praticante, concordo com o padre. O quanto perdemos por não aprofundarmos a nossa fé! O quanto perdemos por não procurar vivê-la em comunidade, numa união íntima com Jesus! O quão tristes ficam Jesus e a Mãe por nos ver sozinhos na caminhada espiritual…

Não estou a apontar o dedo a ninguém e, como referi, também já me considerei católica não praticante. Mas, de facto, ser católico é ser-se Igreja, recebendo e dando, disposto a seguir Jesus, em comunidade. E porquê? Porque foi esse o exemplo que Jesus nos deixou. Primeiramente, o amor não se vive sozinho, porque definha e pode até morrer.

Em segundo, e não menos importante, Jesus vivia com os seus, que não eram nada perfeitos. A imperfeição não pode ser argumento para não se viver a fé e o amor por Deus em comunidade. Jesus escolheu discípulos que eram muito imperfeitos e que, à medida que O conheciam melhor, em vida comunitária, se ajudavam uns aos outros a ser cada vez mais cristãos.

Não tenhamos medo ou vergonha de (re) iniciar a caminhada como Igreja. Vai haver altos e baixos, como é habitual num mundo imperfeito, mas o importante é que Jesus nos quer em comunidade. Ele lá sabe porquê…

 

 

sábado, março 15, 2025

 

Perdoa enquanto podes…

 


Estamos sempre a adiar o perdão ao outro. Ganhamos rancor, ódio e justificamo-nos com a desculpa de que o outro me fez isto ou aquilo. É verdade que há situações muito graves. Falo por experiência própria… É preciso ter a humildade de pedir a graça de perdoar, mesmo nos casos mais graves.

E porquê? Porque Jesus, na cruz, após ser torturado, nos deixou estas palavras: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23, 34) E na oração do Pai-Nosso dizemos: “perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 9-13)

E vai mais longe: “Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.”  (Mt 6, 15)

Sei que não é fácil, mas esta é a Palavra de Deus. Não se trata da opinião de fulano ou beltrano. É Jesus que fala. Ele só nos pede aquilo que sabe que conseguimos … com a Sua ajuda.

Não sabemos a nossa hora. Velhos ou novos podemos partir para o Pai a qualquer momento. Assusta? Sim. Mas é a vida. É preciso perdoar enquanto podemos, para não termos que sofrer tanto no Purgatório ou correr o risco de perder a Vida Eterna.

Nesta Quaresma, Jesus, peço-te, por intercessão da Mãe: ajuda-nos a perdoar do fundo do coração, mesmo nos casos mais graves. Dá-nos essa graça, para que também aqueles que nos magoam se possam questionar: “Que Deus é este?” E com essa pergunta, consigam eles sair da vida errada. Ajuda-nos a viver já neste mundo sem o fardo da falta de perdão.



sábado, março 08, 2025

 

Na dor e na angústia, Jesus fala contigo!

 


Nesta Quaresma, mais que nunca, contemplemos Jesus na cruz. Como se fosse a primeira vez… E deixemo-nos interpelar pela sua Paixão, consolando-O. A melhor maneira de o fazer é aprender com Jesus como devemos levar a vida, sobretudo no sofrimento.

Sentados, em silêncio, recordemos algumas dicas fundamentais para o nosso dia a dia:

1 – Jesus sentiu vontade de afastar aquele cálice amargo da Dolorosa Paixão e pediu-o ao Pai. Mas, na mesma oração, disse: “… mas seja feita a Tua Vontade” (Mt 26, 42). E, quando Pedro corta a orelha de Malco, acrescentou: “Não beberei o cálice que meu Pai Me deu?” (Jo 18, 11) Com isto, o Pai deu-Lhe toda a força necessária para enfrentar a dor, a agonia, a repulsa pelo sofrimento e pela morte iminente. Connosco é igual. É preciso orar. De forma simples e sincera.

2 – Percebendo que chegara a hora, não se rebelou contra a Vontade do Pai e aceitou a missão por puro amor e misericórdia. O que não podemos mudar, é melhor enfrentar, em oração. O truque: o amor e o desejo ardente da Vida Eterna.

3 - Orou por todos, até pelos seus algozes e assassinos… (Lc 23, 34) E, nós, quantas vezes temos dificuldade em perdoar palavras mais azedas…

4 – Pensou na Sua Mãe e no discípulo amado, João, apesar das dores indescritíveis… (Jo 19, 25-34) Será que pensamos no sofrimento que provocamos aos nossos? Quantas brigas por heranças, às vezes até bem pequenas… Quantas palavras amargas contra quem nos ajuda, só porque estamos a sofrer…

5 – Ainda perdoou e deu esperança a Dimas, que, na cruz, se arrependeu dos seus pecados (Lc 23, 42-43). Aquele homem, com os seus crimes, magoou imenso Jesus, mas Jesus deu-Lhe a salvação. Será que oramos, sem cessar, por quem nos magoa, pedindo a sua conversão?

O sofrimento pode ser esmagador, do ponto de vista humano, mas não pode ter a última palavra. Como Jesus, entreguemos as dores para a salvação de todos, principalmente dos piores pecadores. Porque esses grandes pecadores até poderemos ser nós mesmos…


domingo, março 02, 2025


Seremos hipócritas?


O Evangelho deste domingo (Lc 6,39-45) devia ficar sempre gravado na nossa mente e no nosso coração. Jesus ensina-nos que devemos ter cuidado com a mania de querermos apontar os erros dos outros, sem olharmos para o que nós próprios fazemos.

Mas a verdade é que, muitas vezes, somos autênticos hipócritas, a viver de forma contrária aquilo que pregamos e exigimos aos outros. Dizemos que Jesus veio para todos, mas olhamos para um imigrante, com outros costumes e religião, como se ele fosse um ‘lixo’. Dizemos que Jesus veio para os pecadores, mas não aceitamos, nem oramos, para que um criminoso se possa arrepender e mudar de vida. Exigimos respeito pela nossa religião, mas não respeitamos a dos outros, apesar de Jesus dizer que muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros… (Mt 20, 16)

Olhemos – todos nós, eu incluída – para a nossa vida, com a graça de Deus. E deixemos que Jesus nos mostre os nossos ‘podres’, a nossa incoerência. E tenhamos a coragem de Lhe pedir que nos cure e purifique e nos ajude a pedir perdão e a mudar de vida, para não sermos hipócritas.

Sem esta atitude de humildade, podemos acabar por não entrar no Reino de Deus, nem deixar os outros entrar (Mt 23, 13). Quantos irmãos e irmãs, com pouco ou nenhum conhecimento da Palavra de Deus, abandonaram Deus e a Igreja por causa da nossa hipocrisia? É preciso pensar nisto…