sábado, abril 13, 2024

 

Novamente a disciplina de Cidadania…

 


A famosa disciplina de Cidadania e Desenvolvimento tem gerado muita controvérsia e está de novo na ribalta por causa do livro “Identidade e Família”. Não vou tecer considerações sobre a obra, porque ainda não a li, mas, como mãe, gostaria de partilhar o que ‘faço’ com essa disciplina.

Quer se queira, quer não, a disciplina é obrigatória e aborda questões que provocam algum mal-estar junto dos cristãos. Pessoalmente, acho que se deveria conhecer melhor os conteúdos. Nem sequer existe um livro, apenas temáticas... 

Da experiência que tenho com o meu filho, ainda não tive qualquer problema. As temáticas têm girado em torno da saúde ambiental, saúde mental, saúde e bem-estar, respeito pelos imigrantes e pela multiculturalidade, prevenção do bullying, violência doméstica/namoro… Os temas mais polémicos, como sexualidade/educação sexual e ideologia de género, apenas serão falados mais tarde – o meu filho tem 11 anos.

Como cristã católica, o que posso fazer? Pois bem, pessoalmente, acho que o ideal é … falar com os filhos abertamente e dizer aquilo em que acreditam. No caso específico da ideologia de género, que é o tema mais controverso, desde sempre lhe disse que nascemos homens e mulheres e que isso é ciência. E homem e mulher são seres humanos complementares. Um não é melhor que outro. Precisamos de ambos, nomeadamente para nascerem mais pessoas… 

Quanto a quem se vê ou se sente não-binário (não acredita na divisão homem-mulher), o que procuro transmitir ao meu filho é o respeito pelo próximo. Mesmo considerando que não faz sentido acabar com a visão homem-mulher, temos de olhar para o outro que se sente não-binário como sendo um ser humano como eu. E alguns sofrem muito com a discriminação…

Mas também lhe digo que não se pode deixar intimidar pelos grupos que maltratam e desrespeitam aqueles que não aceitam a ideologia de género. Se eles são livres de ser não-binários, ele é livre de ser binário.

Com diálogo, com escuta e com respeito é possível convivermos todos uns com os outros. Nós, mais velhos – e sobretudo se somos cristãos – temos de educar no amor e no respeito pela diferença, mesmo que essa diferença não nos agrade. Não é com condenações e com proibições. Dizer a verdade de Deus, mas nunca apontando o dedo.

Acredito, sinceramente, que se devia aceitar as coisas boas desta disciplina – a violência no namoro é muito elevada, assim como o bullying – e, em relação ao resto, sejamos pais e mães. Falemos, escutemos os filhos e promovamos o amor ao próximo, mesmo quando o outro tem uma posição muito contrária. Com brigas não vamos com certeza levar as novas gerações a verem como a dicotomia homem-mulher não é algo negativo…



domingo, abril 07, 2024

 

Calem-se vozes de condenação!



Paremos com  a condenação! Dos outros e de nós próprios. Reconheçamos os nossos erros, peçamos perdão e confiemos na Misericórdia de Jesus! As palavras que seguem são de Jesus. Foram ditas a Santa Faustina. Respondamos ao pedido de Jesus, sem desesperar:

 

“Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe.

Essas almas têm prioridade no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia. Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se dececionou ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha bondade.”

 

Saiba mais sobre a Divina Misericórdia, inclusive para quem está à beira da morte: https://misericordia.org.br/


domingo, março 31, 2024

 

Porque Deus te ama…

 

Jesus, ressuscitou! Aleluia! Aleluia! Hoje, Jesus quer que eu e tu enchamos os nossos vazios, provocados por erros e dores, com este Amor tão grande que Ele nos tem e que o levou a uma morte demasiado cruel. Deixemo-nos inundar por este Amor e por esta Misericórdia sem fim!


sexta-feira, março 29, 2024

 

Hoje começa a Novena da Divina Misericórdia!

Jesus veio para nos salvar e faz tudo por tudo para o conseguir. Mesmo que tenhamos cometido erros horríveis, com Jesus é possível ter uma vida nova.

Nesta novena, cujo foco não somos nós em particular mas todos os irmãos, inclusive quem já partiu, descobrimos esse Amor e Misericórdia infinita de quem morreu por nós na cruz. 

Novena: Microsoft Word - novena_divina_misericordia_pm.docx (paroquiadosmartires.pt)

Saiba mais da Festa da Divina Misericórdia, pedida por Jesus: O sentido da Festa da Divina Misericórdia (cancaonova.com)


Santa Páscoa!

PS: Não deixem de ir à Adoração! :) 

domingo, março 24, 2024

 

Seremos como os fariseus?


“Porque é que hoje estais triste, Jesus? Dizei-me qual a causa do Vosso pesar.” Respondeu-me Jesus: “As almas eleitas que não possuem o Meu espírito, que antes vivem a letra e a sobrepuseram ao Meu espírito, ao espírito do Amor. Fundei toda a Minha lei no Amor e, no entanto, não vejo esse amor sequer na vida religiosa; por isso, o Meu Coração está cheio de tristeza.” In Diário de Santa Faustina, 1478


Nesta Semana Santa, Jesus mostra-nos as vezes que nós, religiosos e leigos, optamos por afastar o Amor da Tua lei. Num mundo onde existe cada vez mais extremismo, será que também nós somos fariseus que não entramos no Céu nem deixamos entrar outros? (Mt 23, 13)

 

sexta-feira, março 22, 2024

 

O outro é um ser humano como eu

 


“Foi um preto, certo?”. “Foi um cigano, só pode.” O primeiro comentário foi dito a uma amiga que teve problemas de segurança e o segundo foi dito a mim por causa de um caso de comportamento violento. Pois bem: erraram. Nas duas situações, os agressores são não ciganos, brancos e portugueses – não se vá achar que são imigrantes…

É preciso ter cuidado com generalizações e ideias falsas que são divulgadas em redes sociais e que se tornam virais, sem haver qualquer espírito crítico ou humanismo. Vivemos tempos muito difíceis em que se teima em ver a divisão nós, os bons, os outros, os maus. Vive-se cada vez mais numa bolha, onde só entra quem pensa como eu. Não há lugar ao contraditório, ao perceber o que é a realidade nua e crua.

Este tipo de comportamentos torna-se, na minha opinião, ainda mais horrível quando é posto em prática por cristãos, muitos deles de ida à Missa todos os domingos. Atualmente, existem diferentes grupos ideológicos a influenciar cristãos a discriminarem os seus irmãos de outras nacionalidades/etnias/cor de pele/religião.

Não podemos compactuar com isto, não podemos deixar que a nossa mente fique contaminada com ideias deste tipo. Lembram-se da atitude dos judeus, sobretudo dos fariseus e doutores da Lei, em relação aos samaritanos (estrangeiros)? De que forma Jesus lidou com isso? Basta recordar a mulher samaritana que vai buscar água e que tinha muitos maridos (Jo 4, 1-42)… Jesus acolheu-a, falou com ela…

Olhemos uns para os outros com os olhos de Jesus e não nos iludamos com teorias da conspiração e com estereótipos. O outro é como eu: imperfeito, mas amado por Deus. Em Mt 25, 31-46, Jesus é muito claro quando nos alerta para se dar atenção também ao estrangeiro e ao que foi preso. Seremos julgados pelo amor que tivemos (ou não) também para com quem tem origens diferentes das nossas e para com quem se perdeu e tem de pagar uma pena na prisão…



domingo, março 17, 2024


Obediência no sofrimento

 


Nesta Quaresma há uma palavra que me tem tocado de forma mais especial: obediência. Primeiramente, nas minhas orações, pensava: Meu Deus, onde estou a falhar? A que regras/indicações não estou a obedecer?

Ontem, na Adoração ao Santíssimo, antes da Missa, a palavra voltou: obediência. Voltei a questionar Deus: onde estou a falhar? Eis que na Missa, na II Leitura, veio a resposta: “Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.” (Hb 5, 8)

De facto, ando muito exausta nos últimos tempos e um passado recente ainda está a ser digerido… Ainda estou em processo de cura. Isso leva-me a refilar mais durante o dia. A obediência que Deus me pede, e que pede a todos nós, não se cinge a regras/preceitos. A mais importante – e a mais difícil – é a obediência no sofrimento.

É muito duro aceitar certas cruzes. A cabeça parece explodir perante certos desafios/barreiras… Até podemos entregar essas dores pela salvação das almas, em ato de reparação, mas, bem no fundo, continuamos a não aceitar essa cruz. E com isso sofremos mais, fazemos sofrer quem está à nossa volta e o nosso testemunho como cristão vai por água abaixo, porque nos tornamos ‘azedos’.

Ninguém está livre do sofrimento. Nem Jesus se livrou… “Agora a minha alma está perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.” (Jo 12, 27)

Ajudai-nos, Jesus, a obedecer no sofrimento. Ajuda-nos a lutar para sair desse momento difícil, mas enquanto não saímos, dai-nos força para não alimentarmos aquele ‘azedume’ que afasta tantos irmãos de Ti… Ámen.